“Temos, humanamente, a tendência de esquecer-nos dos bens alcançados, porém, o mesmo não ocorre quando algo de mal nos acontece.”
Há cento e quarenta anos, proclamava-se, no Brasil, a libertação legal dos escravos, legal sim, porque feita em lei, somente. Libertação, a meu ver, atabalhoada, sem um mínimo de segurança social para um povo que aqui estava não por decisão própria, mas pela opressão de seus ancestrais, já originária em sua terra por ação de seus algozes, ratificada e majorada pela mercantilização, pela materialização, ou “coisificação” do ser humano. Isso, indiscutivelmente resultou numa sociedade frustrada de bens, de perspectivas econômicas, sociais, morais, e educacionais, ensejando o Brasil que vivemos hoje.
Temos, humanamente, a tendência de esquecer-nos dos bens alcançados, porém, o mesmo não ocorre quando algo de mal nos acontece. É preciso que envidemos esforços com o fim de esquecermos todo o mal que nos atingiu, e coloquemos os nossos olhos na direção do horizonte, na busca de novos tempos, de nova sociedade, a qual somente poderá ser alcançada pelo labor de cada brasileiro, independente de sua ancestralidade, de sua raça, de sua posição social, pois o mal que se abateu sobre o país é, forçosamente, comum a todos nós, brancos amarelos ou negros. ESQUEÇAMOS O PASSADO, OLHEMOS PARA O FUTURO!
Navio de horrores
Albatroz, albatroz! — Dizia o libertário:
Tu que pairas sobre os mares tenebrosos
Não atentas, sequer, ao vil calvário
Da negra gente, em prantos dolorosos?!
Que horror!… E que infindas amarguras
Transporta o infame lenho, mar afora:
A desgraça que ao Hades se afigura,
Que a vida, em meio à dor, tanto devora.
Ao som do pranto, cantigas e clamores,
Estala a chibata em dorsos nudos,
O infernal concerto dos horrores.
Ascende aos céus, ó Ícaro albatroz,
Implora a Deus, peço, os seus favores:
Que extirpe de nós — essa lembrança atroz!
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Natural de Sorocaba (SP), é escritor, poeta e Editor-Chefe do Jornal Cultural ROL. Acadêmico Benemérito e Efetivo da FEBACLA; membro fundador da Academia de Letras de São Pedro da Aldeia – ALSPA e do Núcleo Artístico e Literário de Luanda – Angola – NALA, e membro da Academia dos Intelectuais e Escritores do Brasil – AIEB. Autor de 8 livros. Jurado de concursos literários. Recebeu, dentre vários titulos: pelo Supremo Consistório Internacional dos Embaixadores da Paz, Embaixador da Paz e Medalha Guardião da Paz e da Justiça; pela Soberana Ordem da Coroa de Gotland, Cavaleiro Comendador; pela Real Ordem dos Cavaleiros Sarmathianos, Benfeitor das Ciências, Letras e Artes; pela FEBACLA: Medalha Notório Saber Cultural, Comenda Láurea Acadêmica Qualidade de Ouro; Comenda Baluarte da Literatura Nacional e Chanceler da Cultura Nacional; pelo Centro Sarmathiano de Altos Estudos Filosóficos e Históricos, Pesquisador em Artes e Literatura; Pela Academia de Letras de São Pedro da Aldeia, o Título Imortal Monumento Cultural e Título Honra Acadêmica, pela categoria Cultura Nacional e Belas Artes; Prêmio Cidadão de Ouro 2024, concedido por Laude Kämpos. Pelo Movimento Cultivista Brasileiro, o Prêmio Incentivador da Arte e da Cultura,

