Elze Arruda — ARTISTA / ESCRITORA
Por Edmundo Cavalcanti
1. Fale um pouco sobre você.
Sou Elze Arruda, artista plástica e escritora, minha raiz é o Universo e gosto de Viver, ARTEando VIDA…!
2. Por que a arte?
Faz parte de mim, minhas memórias mais remotas, são pinceladas com lápis de cor e carimbos… rsrs… Assim tudo começou… ou “continuou”… porque acredito em vidas passadas…
3. Qual é a sua lembrança mais antiga de querer ser uma artista?
Quando criança vivenciava a arte, mas não pensava nela… com 5 anos já tinha preferência por esses materiais… Quando adolescente, descobri que existia essa possibilidade… trabalhar com arte. Com 14 anos me chamaram para ilustrar uma revista cultural numa cidade interiorana que morava e também fiz quadrinhos para um jornal (embora não recebesse pagamento na época). Assim despertei, com alegria, para essa possibilidade profissional.
4. Quais são seus temas favoritos? E quais materiais utiliza?
Em minhas obras (plásticas e escritas) sou aberta a todos os temas, mas está implícito, em todas elas, uma mensagem de “entrelace” e “amorosidade”… como que a chamar-nos a perceber o Carinho do Universo. As borboletas e os beija-flores, a natureza em si, em meio a formas geometrizadas, fazem parte da minha simbologia, geralmente com uma pincelada de azul, cor que me acompanha carinhosamente pela caminhada terrena… e ultimamente está bem presente em meu trabalho … Utilizo geralmente tinta acrílica e por vezes, técnica mista nas pinturas. Gosto de brincar com texturas, mas o “clean” também me atrai. Sigo a inspiração do momento, com liberdade… Nas esculturas e Instalações, gosto de usar papel machê com estrutura aramada, que permite certo movimento. Por vezes utilizo argila e pigmentos naturais, como páprica e urucum, em meio a tinta acrílica, para o acabamento das esculturas. Mas sou aberta a todo material que me desperte.
5. Como você trabalha e aborda o tema de suas obras?
Trabalho com amor e respeito… só entrego uma obra se a sinto realmente pronta… Ah! E não costumo fazer rascunhos; por vezes raras, dou uma rabiscada na ideia inicial… mas o resultado é sempre uma construção do momento. Procuro abordar os temas com leveza. Digo que podemos “falar” sobre a insensatez da guerra, sem agredir olhares… realçando a benesse da paz…
6. Algum artista te inspira?
Deus… e admiro muitos outros artistas, claro… rsrs. São tantos!!! Salvador Dali (com seu surrealismo de técnica extremada), Pierre-Auguste Renoir (a leveza de suas pinceladas que se mesclam me traz paz), Klimt (com seu simbolismo tão próprio), e me toca muito o trabalho do artista contemporâneo Cláudio Souza Pinto, com suas mensagens embutidas de cuidado ao planeta, em seu surrealismo muito próprio, com a personagem de máscara que criou. Poderia citar muitos outros… mas estes cito porque de alguma forma, têm um traço de afinidade com o meu trabalho/olhar. Com exceção de Renoir, que cito porque o olhar peculiar de suas personagens me cativou quando ainda criança, ao estudar obras de arte… e me passam uma leveza que pretendo ainda, alcançar em meus trabalhos…
7. Quais são as melhores respostas que você teve ao seu trabalho?
Olhares de alegria e emoção.
8. O que você mais gosta em seu trabalho?
ARTEAR… quando estou produzindo, me sinto cumprindo o meu real papel… em harmonia com o Universo!
9. Quais as suas principais participações em exposições? As 5 principais e mais recente?
Todas tiveram sua importância especial, independentemente do local… Mas claro que algumas marcam com significados próprios;
1-) Minha primeira exposição (individual), no Centro Cultural Grande Otelo, em Sorocaba, com 18 anos. Foi emocionante…
2-) Projeto Terra Rasgada, Bienal de Sorocaba, com minha primeira Instalação, foi um desafio maravilhoso… no mesmo espaço da primeira exposição.
E das mais recentes… cito:
3-) Exposição no Carrousel du Louvre, França, 2015, com curadoria de Ângela de Oliveira (emoção especial, ao adentrar o espaço e perceber naquela atmosfera, tanta história colorida pairando nos ares… indescritível expor “ao lado” de tantas obras históricas… Me dei conta neste momento, de quanta energia amorosa pairava no ambiente Louvriano…).
4-) A dobradinha Portugal e Espanha, 2017, com curadoria de Márcia Vinhas. Exposições com leveza e colorido nas montagens… que me trazem alegria e gratidão pela possibilidade… onde também fui convidada a produzir os prêmios aos artistas participantes… Uma honra!
5-) A exposição atual, 2018, no Vaticano, com curadoria de Roberto Giuliani, onde acabo de saber que vou participar da premiação, com muito calor no coração! É um acontecimento bem importante ao meu ser arteiro… mas, creiam ou não… a fama não é meu intento. A possibilidade de estar com obras minhas/nossas, num ambiente onde tantas pessoas buscam luz, amorosidade, respostas… aquece-me a alma. E me deixo acreditar que esses acontecimentos vão permitir que, aos poucos, as mensagens de cor voarão para mais cantinhos do planeta… levando um azul colorido, que, penso eu… estamos todos precisando!
10. Que conselho você daria para outros artistas ou futuros artistas?
“Acreditem… Arteiem… se é esse o pulsar do teu ser… Sejam!“
Já enfrentei muita dificuldade e sempre valeu a persistência, queridos, porque quando quase mudei o rumo por causa destas barreiras, me senti desvitalizar… não dá para deixar de ser o que se é! Mas, humildade, recomendo… estamos em aprendizado constante… e isso é maravilhoso!
11. Onde você se vê daqui a 05/10 anos?
Certamente, vivendo arte, onde estiver… rsrs…
12. Planos para o futuro.
Profissionalmente, me dedicar ao Ateliê que estou inaugurando, no centro de Itapetininga (Cursos e Loja do Ateliê)… e dar andamento aos meus projetos literários (próximo livro é romanceado)… Sentindo sempre o chamado da Vida… e se preciso for… mudando o rumo. Não faço projetos para muito além… Confio nas dicas que a Vida nos vai oferecendo… dia a dia…
E entrelaçado ao profissional, porque creio que na Vida tudo é uma fusão… desejo absorver, cada dia mais naturalmente, dos ensinamentos do Universo. Penso que o grande recado dele seja: AMAR… a tudo e a todos…! Vamos nessa, planetinha? Assim, colorimos o orbe!
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Edmundo Cavalcanti é nosso colunista de artes para Arts Illustrated em São Paulo, Brasil.
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É fundador e um dos editores do Jornal Cultural ROL e do Internet Jornal. Foi presidente do IHGGI – Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Itapetininga por três anos. fundou o MIS – Museu da Imagem e do Som de Itapetininga, do qual é seu secretário até hoje, do INICS – Instituto Nossa Itapetininga Cidade Sustentável e do Instituto Julio Prestes. Atualmente é conselheiro da AIL – Academia Itapetiningana de Letras.