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Célio Pezza: 'FIB (Felicidade Interna Bruta)'

Célio Pezza: Crônica # 382: ‘FIB (Felicidade Interna Bruta)’

“Uma civilização focada no FIB é preocupada em ser feliz e não em acumular lucro. É uma tremenda virada nos conceitos atuais, mas que pode salvar o ser humano de um futuro desastroso.”

 

O que faz um país ser feliz? Já se sabe que o crescimento econômico não é o fator determinante e existem outros conceitos como liberdade, saúde, estabilidade familiar, amigos, ausência de poluição, segurança, etc., que pesam mais que o crescimento econômico.

O que é mais importante em sua vida: ser feliz ou ser rico? Foi baseado nesta premissa que o Butão, pequeno país budista vizinho ao Himalaia instituiu o FIB. Em 1972 seu rei Jigme Singye declarou que o FIB é mais importante que o PIB (Produto Interno Bruto). A partir daí, baseou seu governo em quatro premissas: desenvolvimento econômico sustentável e equitativo, preservação da cultura, conservação do meio ambiente e boa governança.

Esta política virou realidade e hoje o mundo começa a ver o quanto o conceito do PIB está errado. Veja o exemplo dos EUA, onde o PIB é alto e ao mesmo tempo aumentam os índices de criminalidade, divórcios, guerras, neuroses e toda sorte de infelicidades. O PIB só se preocupa com o crescimento material e não leva em conta se a riqueza foi gerada a partir de destruição de lares ou do meio ambiente.

Os “especialistas” impuseram o conceito de que o crescimento econômico é o objetivo das sociedades e isto nos levou ao desastre. Este modelo de produção e consumo desestabilizou o ser humano e o planeta. Uma empresa que se instala em uma região pode gerar um aumento do PIB desta região, mas, se for acompanhada de uma degradação ambiental e da saúde da comunidade, o resultado será uma perda de qualidade de vida.

Uma civilização focada no FIB é preocupada em ser feliz e não em acumular lucro. É uma tremenda virada nos conceitos atuais, mas que pode salvar o ser humano de um futuro desastroso.

No caso do Brasil, é difícil implantar essa filosofia, pois valorizamos muito pouco o nosso tempo e a vida. O FIB pede uma visão mais humanista do mundo, uma economia de compartilhamento, em oposição à de tirar vantagem, que ainda predomina no nosso país. A única forma de mudar esse quadro é através de investimentos em cultura e espiritualidade consciente – não confundir com religiosidade.

O ex-senador Robert Kennedy, durante um de seus discursos, em março de 1968, criticou o crescimento econômico a qualquer custo e disse: “não encontraremos nem um propósito nacional nem satisfação pessoal numa mera continuação do progresso econômico. Não podemos medir a realização nacional pelo PIB, pois ele cresce com a produção de napalm, mísseis e ogivas nucleares. Ele mede tudo, menos o que torna a vida digna de ser vivida”.

 

Célio Pezza – escritor@celiopezza.com

Julho, 2018

 

Sergio Diniz da Costa
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