“Reduzo a marcha, ligo a câmera do meu celular e fico fascinado pelos ângulos infinitos que a beleza de uma árvore em flor consegue traduzir-me.”
Eu sei que muitas coisas estão acontecendo de muito importante neste mundo neste momento.
Eu sei que neste mesmo momento há mães gerando filhos. E outras parindo-os. Eu sei que muitos casais estão se olhando nos olhos e fazendo um acordo de “Felizes Por Enquanto”. E outros tentando um desacordo equilibrado na medida do quase-impossível.
Eu sei que perdendo e ganhando estamos neste momento para aprendermos que nada é fixo, nada é permanente.
Eu sei que as lágrimas estão se transformando em rios doces e calmos. E outras estão encontrando a fúria em tormentas emocionais dentro de nossos mares interiores.
Eu sei que hoje é sábado aqui. E em outros lugares já se foi. Diante de tantas certezas, seguranças e conceitos de conhecimentos e aprendizagens que tenho em minha pequena mochila cerebral, contudo nunca vou conseguir definir o que acontece em mim, através de mim, quando uma árvore em flor me olha nos olhos. Só acho que as fábulas são mais reais que transcendem minha capacidade de pensar que é apenas força da imaginação contemplada nos livros encantados de Monteiro Lobato.
Reduzo a marcha, ligo a câmera do meu celular e fico fascinado pelos ângulos infinitos que a beleza de uma árvore em flor consegue traduzir-me. E também sei que neste momento alguém deve estar se permitindo a escrever declarações ridículas por reconhecer que paixões precisam ser ridículas para serem o que são e o que fazem em nós. Minha cidade é interior. Interior o suficiente pra saber que por onde quer que eu vá, ela estará em mim. Me limitando passos, remarcando e redescobrindo os canteiros por onde eu piso. E isso me faz um bem tremendo em minha humanidade. Desloquei os sentimentos de amor e apreciação para as árvores de minha cidade. E nunca mais recebi a visita da solidão.
Este é o Ypê Amarelo. Obviamente ele está rindo a respeito de minha conduta abestalhada ao olhar pra ele. O mundo rui ao meu redor. E eu desejo apenas árvores em flor pra um sábado comum, corriqueiro e único.
Vim ao mundo para desflorar árvores anônimas…
Diego Masil
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Natural de Sorocaba (SP), é escritor, poeta, revisor de livros e Editor-Chefe do Jornal Cultural ROL. Acadêmico Benemérito e Efetivo da FEBACLA; membro fundador da Academia de Letras de São Pedro da Aldeia – ALSPA e do Núcleo Artístico e Literário de Luanda – Angola e membro da Academia dos Intelectuais e Escritores do Brasil – AIEB. Autor de 8 livros. Jurado de concursos literários. Recebeu, dentre várias honrarias: pelo Supremo Consistório Internacional dos Embaixadores da Paz, o título Embaixador da Paz e Medalha Guardião da Paz e da Justiça; pela Augustíssima e Soberana Casa Real e Imperial dos Godos de Oriente o título de Conde; pela Soberana Ordem da Coroa de Gotland, o título de Cavaleiro Comendador; pela Real Ordem dos Cavaleiros Sarmathianos, o título de Benfeitor das Ciências, Letras e Artes; pela FEBACLA: Medalha Notório Saber Cultural, Comenda Láurea Acadêmica Qualidade de Ouro, Comenda Ativista da Cultura Nacional; Comenda Baluarte da Literatura Nacional e Chanceler da Cultura Nacional; pelo Centro Sarmathiano de Altos Estudos Filosóficos e Históricos os títulos de Doutor Honoris Causa em Literatura, Ciências Sociais e Comunicação Social. Prêmio Cidadão de Ouro 2024