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                                               Tivemos uma notícia triste com o incêndio que destruiu o museu no Rio de Janeiro. Alguns dizem que era uma notícia esperada e que há muito tempo as autoridades responsáveis tinham sido avisadas da urgência de reformas para preservar o acervo do museu que era único e insubstituível. Consta ainda que ano após ano o orçamento do museu foi sendo cortado e acabou insuficiente para a sua manutenção. Embora os responsáveis tenham solicitado verbas para manutenção do prédio, sua estrutura e adequação e a modernização do sistema elétrico, a verba não foi disponibilizada pelo Governo Federal. Com o incêndio foram destruídos noventa por cento do acervo o que representa uma inestimável perda para a memória brasileira.

                                               Não é de hoje que nossas autoridades menosprezam a cultura e não comprometem verbas para esse setor de tão grande importância. No exterior, as autoridades zelam e dão grande valor à cultura, notadamente aos museus, que são visitados anualmente por milhares de turistas. Pobre de um povo que não preserva o seu passado.

                                               É de conhecimento de todos a importância desse Museu Nacional, localizado dentro do Parque Nacional da Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro e que foi quase totalmente destruído pelas chamas e que continha objetos do tempo imperial e destruídas muitas peças do museu natural.

                                               Em nosso país muito pouco tem sido feito em favor da cultura e as verbas tem sido muito escassas. Temos uma diversidade imensa no meio cultural, de literatura a teatro, de cinema a música, mas  verifica-se que alguns artistas de renome tem obtido verbas através da Lei Rouanet, o que deve ser melhorado. Esses artistas cobram pelos shows e a população acorre e paga para assisti-los e não necessitam desse apoio governamental. Devido a isso, artistas de menor representatividade não obtém esse financiamento, não sei se por desconhecimento da lei ou pelo fato de suas apresentações não serem rentáveis, ou seja, que não dão retorno comercial aos seus patrocinadores.

                                               Muito se fala sobre ‘verbas carimbadas’ – aquelas que são obrigatórias constarem da lei orçamentária. Porque não colocar no orçamento uma pequena porcentagem para os entes federados aplicarem em cultura?

                                               Cada região tem seus artistas e sua cultura, que devem ser estimulados através de ações concretas do poder público atraindo espectadores e acima de tudo o turismo. Com essas ações podem ser gerados gastos no comércio e consequentemente mais arrecadação para ser aplicada na comunidade local.

                                               Alguns incentivos tem sido feitos de maneira muito tímida, entretanto a cultura tem um vasto campo que deve ser explorado em benefício da comunidade e principalmente em museus.

                                               Na Europa, principalmente no verão, são realizados diversos festivais, exibição de peças teatrais, visitas a museus e locais históricos.

                                               A preservação da memória também deve ser estimulada através do patrimônio histórico de uma cidade. Construções antigas como as de taipa de pilão, casarões históricos e praças, mas o. que se vê mais é o progresso e a especulação imobiliária que vão destruindo o passado e redesenhando a arquitetura de uma cidade. Na minha opinião, o progresso pode muito bem conviver com a preservação da história e a arquitetura de uma cidade. Em países europeus, principalmente nas capitais, os prédios antigos são preservados e muito bem cuidados e assim atraem turistas que se maravilham com essas construções.  Em nosso país, por ter uma história mais recente, a preocupação deveria ser maior ainda, pois o nosso passado de colônia deveria ser mais bem cuidado e preservado, assim como os casarões que pertenceram a camada mais rica da população. Preservar é cuidar do passado de uma cidade, é cuidar do futuro, é cuidar da tradição e da cultura de um povo e de seus antepassados que deixaram como legado as bases que construíram uma sociedade organizada.

Jorge Paunovic

Helio Rubens
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