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A exibição do filme ‘Mon Oncle’, do genial cineasta francês Jacques Tati e o debate logo ao fim da exibição ocorrerão no proximo dia 23, no novo ‘Cine Janelas’, auditório Abilio Vitor, anexo ao Posto de Saúde Dr. Genefredo Monteiro, na praça 09 de Julho, no centro da cidade de Itapetininga.
Segundo o organizador do ‘Cine Clube’, uma iniciativa do Instituto Julio Prestes, “o debate sobre o filme pode privilegiar as noções de modernidade e preservação cultural, sobre burgueses e não burgueses, formas de arquitetura, relação sobrinho e tio e industrialização moderna”, entre outros.
‘Mon Oncle’ (‘Meu Tio’) ganhou o prêmio especial do júri no Festival de Cannes e o Oscar de melhor filme estrangeiro.
O roteiro conta a história do ‘Senhor Hulot’ ( vivido pelo próprio Jacques Tati), que vive em um bairro pobre e antigo de Paris, enquanto sua irmã e seu cunhado vivem em uma casa supermoderna, onde tudo é automático. O ‘Senhor Arpel’ (Jean-Pierre Zola) é dono de uma fábrica de plástico, que o tornou rico, e onde o humilde Sr. Hulot começa a trabalhar. O emprego foi arranjado pelo próprio cunhado que não deseja que o seu sobrinho cresça sob a má influência de Hulot, um sujeito bom e bem desengonçado.
Georges Sadoul, um estudioso do cinema francês, também conta em seu ‘Dicionário de Filmes’, do que trata o filme que tanto sucesso fez no mundo inteiro: “Hulot mora num velho apartamento e seu sobrinho, com os pais, os Arpel, numa casa ultramoderna. O filme revela o contraste entre os ricos burgueses e um bom rapaz boêmio, a quem querem fazer trabalhar numa fábrica. É uma sátira, não ao modernismo, mas aos costumes burgueses, considerados modernos.
Sobre seu filme o próprio, Tati diz: ‘O que me irrita não é o fato de se construírem imóveis novos, que são necessários, mas casernas. Não gosto de ser mobilizado, não gosto da mecanização. No filme defendi o bairro pequeno, um local tranquilo, contra as autoestradas, os aeroportos, a organização, enfim, de uma forma da vida moderna, pois não creio que as linhas geométricas tornem as pessoas mais amáveis. Para mim, deve se revalorizar a gentileza pela defesa do indivíduo, numa ótica finalmente otimista”.
Segundo o critico cinematográfico Jean Tulard, o interesse de Jacques Tati, a partir da criação do personagem ‘Monsieur Hulot’, “é mostrar a situação do indivíduo perante a multidão, as reações espontâneas das crianças diante da padronização do mundo moderno e a inocência do simples abalada por costumes cada vez mais sofisticados”. Para o crítico, há nas obras do realizador Jacques Tati uma postura de fé na infância, e, além da amargura, uma espécie de confiança final no homem.
‘Mon Oncle’ (‘Meu Tio’, no Brasil) é um filme ítalo-francês de 1958, do gênero comédia, dirigido pelo cineasta francês Jacques Tati.
Charles Arpel, rico industrial e orgulhoso de sua casa futurista eriçado com gadgets tecnológicos com uma utilidade improvável, quer evitar que o cunhado dele, o senhor Hulot com caráter sonhador e livre, influências o filho dele. Ele vai tentar atribuir-lhe um emprego em sua fábrica antes de afastá-lo. O filme é uma sátira à mecanização e à modernidade tecnológica.
O ‘Programa Filmes de Autor’ – que seleciona os filmes, é realizado pelo Cine Clube do Instituto Julio Prestes em parceria com a Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Itapetininga.
Reservas com Angelo Lourival Ricchetti pelo fone 15 3272 7525, pelo celular 15 9 9171 7672, pelo Facebook e e-mailaricchetti@yahoo.com
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É fundador e um dos editores do Jornal Cultural ROL e do Internet Jornal. Foi presidente do IHGGI – Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Itapetininga por três anos. fundou o MIS – Museu da Imagem e do Som de Itapetininga, do qual é seu secretário até hoje, do INICS – Instituto Nossa Itapetininga Cidade Sustentável e do Instituto Julio Prestes. Atualmente é conselheiro da AIL – Academia Itapetiningana de Letras.