Mesmo tão jovem, a entrevistada, além de tocar e cantar, já fez faculdade, pratica esportes, frequenta movimentos religiosos e não para de estudar, acreditando que a Educação é o caminho para o futuro do Brasil
Juliana Cristina Sardela, nome de nascimento de Juh Sardela, é com certeza um grande orgulho para seus pais, Marilene e Domingos. E motivos não faltam!
A meiguice e o jeito de menina tímida até enganam que ela já completou 27 anos no dia 04 de junho.
Em entrevista para o Jornal Cultural Rol, a jovem (segunda mais votada na última enquete dos Melhores de 2018 pela categoria Cantora MPB), abriu o coração a falou de vários momentos de sua vida, entre eles, a perda do único e primeiro irmão, João Paulo, em 1998, vítima de afogamento.
Juliana recorda que para agravar a situação e tristeza de todos, a fatalidade ocorreu no dia do aniversário de seu pai. “Eu era muito pequena, mas me lembro que éramos muito unidos, ele fazia de tudo por mim, era o “chaveirinho” dele”, comenta a entrevistada.
A situação não foi diferente para os pais. “Perder um filho tão jovem, aos 18 anos, daquela forma, com a vida inteira pela frente, algo muito difícil”, enfatizou, acrescentando: “para mim é sempre aquele sentimento de solidão por não tê-lo mais aqui”, lamenta.
Filha de católicos, diz que a fé fortaleceu a família e acredita que “tudo tem um propósito” e que “Deus sabe de todas as coisas e as lembranças que ficam são as mais felizes possíveis”.
Início musical
Os primeiros passos de Juliana na música se deram também muito cedo, aos 12 anos, quando se interessou por violão e seus pais lhe puseram para fazer aulas. “Depois disso a música nunca mais saiu de mim”, lembra a cantora, que se recorda também que naquela ocasião outros dois primos começaram a fazer aulas, mas não prosseguiram. “Eu estava muito empenhada e praticava bastante. Lembro-me do meu primeiro violão, não era elétrico, mas de nylon. Meu xodó”, disse a jovem, com saudade.
Persistente, a então aprendiz comenta que quando tocava algumas músicas que seu professor lhe passava, tentava cantar junto e descobriu que conseguia cantar no tom das originais. “Daquele momento em diante o canto também passou a fazer da minha vida e foi uma maravilhosa surpresa. Então passei a frequentar o Grupo de Oração Divino Espírito Consolador, da Vila Regina e comecei a tocar e posteriormente cantar. De tanto ouvir as músicas, fui aprimorando aos poucos as duas coisas, mesmo sem nunca ter feito aulas de canto”, observa a entrevistada, acrescentando que algum tempo depois, entre 16 e 17 anos, fez aulas de aperfeiçoamento de violão, aprendizado que leva até hoje.
Convite para cantar em casamentos
Juliana não imaginava o que estava por vir. Ela, que até então cantava somente em celebrações da Comunidade de sua igreja, conta que certa vez estava em uma confraternização e começou a cantarolar uma música internacional. “Havia um casal prestes a se casar e me ouviu, então veio o primeiro de muitos convites para cantar em casamentos”, revela a artista, que posteriormente ganhou de seus pais uma guitarra e passou a tocar com ela no Grupo de Oração. “Depois comecei a trabalhar e comprei meu primeiro violão. Tinha um valor sentimental muito grande, era cor de rosa e permaneci com ele por seis anos”, lembra Juliana. “Por um problema tive que trocá-lo e hoje tenho um novo xodó”, enfatiza, lamentando que por conta da faculdade (ela é tecnóloga em Análise e Desenvolvimento de Sistemas), teve de se afastar do referido Grupo.
Nova oportunidade
Em 2017 Juliana já havia concluído a faculdade e recebeu convite para participar do Grupo de Oração Maranata, da Igreja Nossa Senhora do Rosário, onde está até hoje, cantando e tocando. “Deus sempre nos envia para missões, eventos, encontros, missas”, diz.
O que ela gosta de ouvir
Questionada sobre seus artistas preferidos na música Católica e na música popular brasileira, na primeira diz gostar de Fátima Souza, para ela, “uma voz incomparável”. Já no cenário da MPB, atualmente curte o duo Anavitória. “Tem vocal e harmonia extraordinários”, observa.
Melhores de 2018
Sobre ter seu nome entre os mais votados na pesquisa Melhores de 2018, categoria Cantora de MPB, em promoção realizada pelo Jornal Cultural Rol, Juliana afirma ter ficado muito feliz e satisfeita pela indicação e votos que recebera.
“É muito bom saber que as pessoas gostam do que eu apresento e devo tudo a Deus em primeiro lugar e aos meus pais, que me apoiaram desde o início e me deram todo o suporte necessário”, agradece a cantora. “Esse reconhecimento é dado porque eu me proponho a sempre cantar e tocar com o coração e talvez seja isso que faz com que as pessoas gostem”, completa a jovem artista.
Apesar de tocar e cantar, Juliana diz não ter tido a oportunidade de compor. “Infelizmente esse é um dom que ainda não aflorou. Mas quem sabe um dia, porém, creio que para isso seria necessário estar em um lugar tranquilo, silencioso, só eu, meu violão e Deus”, comenta, acreditando que tudo tem o seu momento.
Timidez
Se Juliana é tímida? Ela diz que sim e ao “extremo”, desde pequena. “Talvez seja insegurança de lidar com o público, toda questão de nervosismo por estar em frente a uma plateia, mas isso é algo que pode ser trabalhado e superado”, acrescenta, sem desanimar.
Esportes
Ao mesmo tempo em que violão e canto são suas paixões, Juliana também é muito ligada a praticar esportes.
Lembra que desde pequena jogava futebol com os amigos, na rua e na escola. “Quando comecei a faculdade, vi que teria esporte e no mesmo momento comecei a participar”. Além de futebol, ela gosta muito de vôlei e que o fato de ser “baixinha” não a impede, ensinando que quando se tem vontade de fazer algo, “não pode deixar que o que as pessoas consideram como inferioridade seja obstáculo”.
Com tantos compromissos e estudos, ela confessa que atualmente não tem praticado muito, mas sempre que tem uma folga, está em quadra.
Novos desafios
Solteira, ela não tem parada e atualmente estuda Pedagogia. Quer ser professora, “mesmo que essa profissão não seja valorizada financeira e profissionalmente. Eu acredito que a Educação é o que há de mais importante para o futuro do País e que o patamar pode ser mudado, desde que haja união e vontade para que a mudança aconteça”, observa.
Carinho do público
Nas redes sociais, amigos, familiares e seguidores de Juliana comentam suas publicações, que incluem também as musicais. “Eu agradeço muito o carinho das pessoas”, vibra Juliana, que ensaia para novas apresentações, aliás, neste momento da entrevista ela revela que chegou a cantar em um programa de uma emissora de TV Católica, além de outra apresentação que fez com a amiga Ana Maria e que lhes rendeu chegar às semifinais do The voice da cidade, mas que por um problema de saúde não pôde participar com ela nesta fase.
Parcerias
Jhu Sardela comenta que pretende fazer novas parcerias e inclusive já há projetos em andamento com as cantoras Paula Moraes e Jéssica Affonso (esta segunda, vencedora da enquete Melhores de 2018, na mesma categoria disputada por Juliana).
Sonho realizado e o que ainda almeja
Ter concluído a faculdade é sem dúvida o sonho realizado de Juliana. Como algo que deseja concretizar, está viajar para o Exterior.
Política em âmbito nacional e local
Perguntada sobre o atual cenário político do País, em nível nacional, ela preferiu não comentar para “evitar uma guerra”, mas que uma “Educação de qualidade e o conhecimento” são as melhores armas”.
Sobre Itapetininga, acredita que as coisas caminham na medida do possível, mas que há sempre o que melhorar. “O que agrada a alguns, não agrada outros, é a nossa realidade”.
Finalizando a entrevista, a cantora agradeceu a todos os que a acompanham, família, amigos e, principalmente aos leitores do Jornal Cultural Rol pela indicação de seu nome e votos na enquete Melhores do Ano.
“Não desista dos seus sonhos, não deixe que os problemas sejam obstáculos. Corra atrás dos seus objetivos, com garra, humildade e sem prejudicar o próximo, o que tiver de ser será”, concluiu.
Por Rogério Sardela
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É fundador e um dos editores do Jornal Cultural ROL e do Internet Jornal. Foi presidente do IHGGI – Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Itapetininga por três anos. fundou o MIS – Museu da Imagem e do Som de Itapetininga, do qual é seu secretário até hoje, do INICS – Instituto Nossa Itapetininga Cidade Sustentável e do Instituto Julio Prestes. Atualmente é conselheiro da AIL – Academia Itapetiningana de Letras.