Na obra, a antropóloga analisa as origens do bolsonarismo, desde as Jornadas de Junho, e defende a esperança como escolha política
A Editora Planeta lança o livro Amanhã vai ser maior: o que aconteceu com o Brasil e possíveis rotas de fuga para a crise atual da antropóloga, pesquisadora e professora Rosana Pinheiro-Machado. Na obra, a autora investiga o período que vai das Jornadas de Junho até a vitória de Jair Bolsonaro nas eleições presidenciais de 2018.
Em mais de 25 ensaios, a antropóloga vai além de uma análise institucional – frequentemente centrada no presidencialismo de coalizão, nas alianças e dinâmicas partidárias e nos interesses por trás do impeachment de Dilma Roussef – e aborda aspectos menos falados na explicação do bolsonarismo.
Rosana mostra ao leitor, por meio de relatos de pessoas reais entrevistadas em uma série de pesquisas de campo, como a vida dos sujeitos das classes populares foi afetada pela crise econômica dos últimos anos, o que contribuiu para que uma parcela dos mais pobres aderisse ao discurso do atual presidente.
“Sem observar como as fissuras democráticas ocorreram no dia a dia dos cidadãos comuns e as criativas formas de resistência que afloram aqui e acolá, nós não conseguimos contar a história completa de como chegamos até aqui, tampouco pensar quais as possíveis rotas de fuga que temos hoje, de forma concreta”, afirma Pinheiro-Machado.
Além disso, a pesquisadora lança luz ao surgimento de novos movimentos sociais, fundamentalmente antissistêmicos – dos Estados Unidos a Hong Kong, do Brasil à Argentina – à nova onda do feminismo que explodiu no Brasil no século XXI e às formas emergentes de lutas anticapitalistas pautadas por questões de raça, gênero e sexualidade.
Como na divisão de uma peça teatral, Amanhã vai ser maior começa pelo Prelúdio, no qual se analisa o ativismo do século XXI – dos rolezinhos nos shoppings, passando pelas manifestações contra o aumento de 20 centavos no preço da passagem do transporte público, até chegar à greve dos caminhoneiros. No Ato I, discute-se o avanço da direita desde 2014; enquanto o Ato II investiga o recuo da esquerda. O Ato III examina o bolsonarismo propriamente dito. E, por fim, o Réquiem da Desesperança procura dar visibilidade às formas de luta e resistência que se anunciam por todos os lados.
A antrópologa dedica um olhar atento ao movimento #EleNão – manifestação que não se converteu em ganho eleitoral, mas que marcou o encontro da política nas ruas com a esperança feminista da transformação social. Se, por um lado, sua investigação aponta o quão complexo é o momento vivido pelo Brasil, por outro, a autora identifica maneiras de resistir e defende que a esperança é uma escolha política.
“Slienciar não pode ser nossa solução. Ainda mais em tempos sombrios e de tanto ódio. É hora de ecoarmos nossas vozes aqui e além. São trabalhos e livros como ‘Amanhã vão ser maior’ que nos fazem seguir em frente e na resistência” –
ANIELLE FRANCO, mestranda, professora, palestrante, escritora e diretora do Instituto Marielle Franco “Rosana Pinheiro- Machado é uma das vozes mais importantes para interpretar o atual momento político do Brasil. Seu livro será peça fundamental na compreensão das origens e causas do bolsonarismo” – GLENN GREENWALD, jornalista, escritor e cofundador do The Intercept “Este livro anuncia um amanhã. O pessimismo toma conta de tudo, e debater o futuro tem se tornado impossível. Mas, aqui, Rosana Pinheiro-Machado discute o futuro e nos acalenta ao nos lembrar dos tempos melhores que virão” – HELENA VIEIRA, transfeminista e ativista política
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Ficha técnica:
Amanhã vai ser maior: o que aconteceu com o Brasil e possíveis rotas de fuga para a crise atual
Rosana Pinheiro-Machado
Editora Planeta
192 páginas
R$ 39,90
Sobre a autora
ROSANA PINHEIRO-MACHADO é cientista social e antropóloga.
Como intelectual pública, suas colunas viralizaram diversas vezes e pautaram o debate nacional e internacional, como ocorreu na época dos rolezinhos, da greve dos caminhoneiros e da eleição de Jair Bolsonaro.
Atualmente é professora de Desenvolvimento Internacional na Universidade de Bath (Reino Unido) e fellow da academia de ensino superior do Reino Unido.
No Brasil, é colunista do The Intercept Brasil.
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Natural de Sorocaba (SP), é escritor, poeta e Editor-Chefe do Jornal Cultural ROL. Acadêmico Benemérito e Efetivo da FEBACLA; membro fundador da Academia de Letras de São Pedro da Aldeia – ALSPA e do Núcleo Artístico e Literário de Luanda – Angola e membro da Academia dos Intelectuais e Escritores do Brasil – AIEB. Autor de 8 livros. Jurado de concursos literários. Recebeu, dentre várias honrarias: pelo Supremo Consistório Internacional dos Embaixadores da Paz, o título Embaixador da Paz e Medalha Guardião da Paz e da Justiça; pela Augustíssima e Soberana Casa Real e Imperial dos Godos de Oriente o título de Conde; pela Soberana Ordem da Coroa de Gotland, o título de Cavaleiro Comendador; pela Real Ordem dos Cavaleiros Sarmathianos, o título de Benfeitor das Ciências, Letras e Artes; pela FEBACLA: Medalha Notório Saber Cultural, Comenda Láurea Acadêmica Qualidade de Ouro, Comenda Ativista da Cultura Nacional; Comenda Baluarte da Literatura Nacional e Chanceler da Cultura Nacional; pelo Centro Sarmathiano de Altos Estudos Filosóficos e Históricos os títulos de Doutor Honoris Causa em Literatura, Ciências Sociais e Comunicação Social. Prêmio Cidadão de Ouro 2024