Próximo da queda, Bolsonaro comete novo erro crasso ao constranger e pressionar as forças armadas
Chegando aos 70 anos, jamais havia visto um presidente brasileiro tão dividido entre a obsessão extremada de perpetuar-se no poder e os impulsos irresistíveis que o levam a cometer todas as besteiras capazes de acelerar a sua remoção do poder.
Não sei o que levou Bolsonaro a fase tão aguda de sua esquizofrenia a partir daquele domingo, 15 de março, no qual, tendo voltado contaminado pelo coronavírus de sua viagem aos EUA, saiu a esfregar-se desvairadamente em seus apoiadores durante uma patetada ultradireitista.
Para encurtar a História, exonerou seu ministro da Saúde que conquistara a confiança dos brasileiros logo à véspera da fase mais aguda da pandemia, substituindo-o por um executivo de empresas médicas que há muito tempo salva mais os cifrões do que as vidas humanas.
Ou seja, permitiu que Mandetta conservasse intacto seu prestígio e atraiu para si todo o desprestígio decorrente da escalada anunciada de contaminações e óbitos.
Quem ingenuamente acreditou que Bolsonaro fosse livrar o Brasil da velha política está se dando conta de que ninguém é cria do Paulo Maluf e do Roberto Jefferson impunemente.
E o fez da maneira mais desajeitada possível, ao envolver as Forças Armadas numa aventura que elas jamais emitiram sinais de que apoiariam:
“Tenho certeza de uma coisa: nós temos o povo ao nosso lado, nos temos as Forças Armadas ao lado do povo, pela lei, pela ordem, pela democracia e pela liberdade. E o mais importante: temos Deus conosco“
Como espera obter a confiança dos altos comandantes militares, que já o haviam expelido da caserna e tinham carradas de razões para desconfiarem dele como governante, como líder de homens e como indivíduo mentalmente são, se ousa constrangê-los e pressioná-los grosseiramente em público?!
Há articulistas de esquerda que tremem diante desses blefes canhestros e se deixam contaminar pelo vírus da sinistrose, como se fosse um Hitler ou um Mussolini que estivesse mordendo nossos calcanhares, e não um patético rato que ruge…Eu só vi nessa nova comédia de erros dominical uma tentativa desesperada de um político medíocre que já sabe estar nas últimas e tenta reverter a situação com um rompante kamikaze, só conseguindo acrescentar mais motivos à lista enorme das justificativas para seu afastamento, com a máxima urgência, de um cargo do qual em momento nenhum esteve à altura.
(por Celso Lungaretti)
.
- Jeane Tertuliano: 'Rebeldia' - 3 de janeiro de 2023
- Carolina Michel: 'Por onde anda o AMOR?' - 27 de outubro de 2022
- Carolina Michel: 'Perder ou ganhar' - 1 de outubro de 2022
Natural de Sorocaba (SP), é escritor, poeta, revisor de livros, Editor-Geral do Jornal Cultural ROL e um dos editores do Internet Jornal. Acadêmico Benemérito e Efetivo da FEBACLA. Membro Fundador das seguintes entidades: Academia de Letras de São Pedro da Aldeia – ALSPA; Academia Hispano-Brasileña de Ciências, Letras e Artes – AHBLA e do Núcleo Artístico e Literário de Luanda – Angola – NALLA e membro da Academia dos Intelectuais e Escritores do Brasil – AIEB. Autor de 7 livros. Jurado de concursos literários. Recebeu, dentre várias honrarias: pelo Supremo Consistório Internacional dos Embaixadores da Paz, o título Embaixador da Paz e Medalha Guardião da Paz e da Justiça; pela FEBACLA: Medalha Notório Saber Cultural, Comenda Láurea Acadêmica Ouro, Comenda Ativista da Cultura Nacional; pelo Centro Sarmathiano de Altos Estudos Filosóficos e Históricos os títulos de Dr. h. c. em Literatura, Dr. h.c. em Comunicação Social, Defensor Perpétuo do Patrimônio Histórico e Cultural Brasileiro e Honorável Mestre da Literatura Brasileira; pela Soberana Ordem da Coroa de Gotland, o título de Cavaleiro Comendador; pela Real Ordem dos Cavaleiros Sarmathianos, o título de Benfeitor das Ciências, Letras e Artes; pela Academia de Letras de São Pedro da Aldeia e Associação Literária de Tarrafal de Santiago, Embaixador Cultural | Brasil África – Adido Cultural Internacional