Bendito
Bendito o colibri do meu sertão,
Este que vive a dois metros do chão
Bendito o poeta à hora da ave-maria,
Que se eleva na angélica harmonia.
Bem-aventuradas as mulheres finas,
Contudo fortes, joias diamantinas,
As que evolam o olor próprio das flores,
Que inspiram no poema os trovadores.
Ó bendito condor, o rei do céu,
Que cai no verso do vate ao menestrel.
Bendito o ébrio de amor e de paixões
Que é dele que se emanam as canções.
Benditos os palhaços verdadeiros
Que arrancam risos lá dos picadeiros,
Porque deles é o reino da alegria,
E conseguem viver na fantasia.
Bendito sejam os loucos, sonhadores,
Estes que são dos sonhos seus senhores,
Que cravam catedrais nos corações,
Porque deles é o reino das ilusões.
Bendito o visionário que perdidas
Suas ilusões nos ermos vãos da vida,
Consegue comportar na integridade
Seus sonhos de amor e liberdade.
Antônio Fernandes do Rêgo
aferego@yahoo.com.br
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