
Quando cheguei
Quando cheguei bati, o portão rangeu,
Lá dentro um riso abriu. Chamei: “sou eu! ”
Estava, pois, no seu melhor abril;
Nos prevenimos de um acaso ardil.
Ameno em seu feraz jardim floria
Um verde gaio botão que já se abria;
Tinha o viço febril da juventude,
Apta ao voo em alçada plenitude.
Flácida, feminil, parda, meio pálida,
Despontara o fervor de sua crisálida,
Uma rota não fora inda explorada,
Toda uma geografia assaz delicada.
Firme a maturidade inaugurou,
E toda a suavidade ali ficou.
Um disco de Gardel, fi-la rodar,
Eram juras de amor, pus-me a sonhar.
Quando cheguei a rosa, já era flor,
E em ziguezague, eu era um beija-flor,
Ou nós dois, colibris em pleno voo.
Canção aquela que eu ainda a entoo.
Voamos ao longe, voamos entre a flora.
Encantamos o mundo vida afora,
Havia o que construir, a fazer ninho.
Cantar a vida, vida passarinho.
É o que diz este canto de venturas,
Que era o conto de nossas travessuras
Apenas uma lenda apetecida,
Mas feliz porque se sonhou na vida.
Era o nosso viver, nossa alegria,
Os nossos sonhos, quanta fantasia…
E a nossa primavera foi-se embora,
Procuro no horizonte aquela aurora.
Antônio Fernandes do Rêgo
- O mistério da rua sem saída - 5 de dezembro de 2025
- Uma noite inesquecível em Manhuaçu! - 3 de dezembro de 2025
- N.A.I.S.L.A - 2 de dezembro de 2025
Natural de Sorocaba (SP), é escritor, poeta e Editor-Chefe do Jornal Cultural ROL. Acadêmico Benemérito e Efetivo da FEBACLA; membro fundador da Academia de Letras de São Pedro da Aldeia – ALSPA e do Núcleo Artístico e Literário de Luanda – Angola – NALA, e membro da Academia dos Intelectuais e Escritores do Brasil – AIEB. Autor de 8 livros. Jurado de concursos literários. Recebeu, dentre vários titulos: pelo Supremo Consistório Internacional dos Embaixadores da Paz, Embaixador da Paz e Medalha Guardião da Paz e da Justiça; pela Soberana Ordem da Coroa de Gotland, Cavaleiro Comendador; pela Real Ordem dos Cavaleiros Sarmathianos, Benfeitor das Ciências, Letras e Artes; pela FEBACLA: Medalha Notório Saber Cultural, Comenda Láurea Acadêmica Qualidade de Ouro; Comenda Baluarte da Literatura Nacional e Chanceler da Cultura Nacional; pelo Centro Sarmathiano de Altos Estudos Filosóficos e Históricos, Pesquisador em Artes e Literatura; Pela Academia de Letras de São Pedro da Aldeia, o Título Imortal Monumento Cultural e Título Honra Acadêmica, pela categoria Cultura Nacional e Belas Artes; Prêmio Cidadão de Ouro 2024, concedido por Laude Kämpos. Pelo Movimento Cultivista Brasileiro, o Prêmio Incentivador da Arte e da Cultura,

