Diante da pandemia da Covid-19, a gravação da encenação será feita pelo canal do Youtube da Colmeia
O Inferno São os Outros, frase clássica e que define a visão filosófica e também sintetiza o texto de Sartre.
Na peça ENTRE QUATRO PAREDES, encenada pela primeira vez em 1944, Sartre mostra uma danação eterna sem enxofre, fogo ou torturas físicas. Aqui, a falta da liberdade, limitada pelos outros, é interpretada como sendo a pena, por excelência, do inferno. A trama se passa numa sala de visitas, onde três pessoas desconhecidas se encontram. Elas estão mortas e a sala representa o inferno. Não existem espelhos, nem janelas, nem portas. A luz não se apaga, numa reflexão sobre o vazio da vida e a falta de esperança.
ENTRE QUATRO PAREDES traz um inferno onde todo o sofrimento é infligido pelos outros; pela incapacidade que cada um tem de fugir ao olhar e julgamento alheio. A morte é a objetivação final. Não há como mudar a história, nem como adotar novas posturas em relação aos outros e construir um novo sujeito. A vida já foi vivida, decisões tomadas, não há como escapar dos rótulos: o covarde, a assassina ninfomaníaca, a lésbica.
A peça traz quatro personagens: um criado, duas mulheres e um homem. O criado, sóbrio, recebe seus hóspedes — condenados a uma eternidade em companhia um dos outros, mas alegando inocência. Joseph Garcin, desertor, jornalista, falso e cruel com a esposa. Passa mais tempo preocupado com a opinião dos vivos sobre ele do que com as mulheres ao seu redor. Inez Serrano é uma lésbica manipuladora, ex-funcionária dos Correios, sarcástica e irônica. Não admite estar fora do comando da situação e odeia Garcin com a mesma intensidade que deseja Estelle, bela esnobe emergente. Estelle traiu seu marido diversas vezes, matou o próprio filho e não se arrepende.
O inferno de Sartre é uma parábola da vida. Cada personagem vê no outro sua salvação. Mesmo precisando um dos outros, não cedem. Na verdade, cada um tem prazer em desprezar os que mais precisam de ajuda.
A obra dramatúrgica de Jean-Paul Sartre teve grande importância no pós-guerra e continua sendo uma referência nos dias de hoje. No Brasil, na década de 1960, sua obra teve várias montagens principalmente pelo fato de que o conteúdo existencialista do texto encontrava eco no difícil momento político por que passava o país. Em toda a sua obra, o homem sartriano vive situações limites, em que se vê forçado a descobrir sua própria verdade, assim como a natureza de sua relação com tudo que o cerca.
MONTAGEM
Diante do cenário atual de isolamento social imposto pela pandemia do Covid 19, nós atores ficamos impedidos de exercer as apresentações teatrais. Assim sendo, a gravação da nossa encenação será feita pelo canal do Youtube da Colméia. Gravamos como se fosse uma live, do começo ao fim sem interrupção. Tal qual uma apresentação, mas sem público. O resultado poderá ser conferido agora, direto de suas casas. Os atores atuaram usando o “face shield” – protetor fácil acrílico. É o teatro se adaptando para poder existir e resistir.
FICHA TÉCNICA
A adaptação e direção ficaram a cargo de Mario Persico, que também participa da montagem.
ATORES:
Gabriele Clemente –Inês
Michele Sonsin – Estelle
Mario Persico – Criado
Rafael Moreira – Garcin
PRODUÇÃO/REALIZAÇÃO:
Teatro Escola Mario Persico
DIREÇÃO DE VIDEO:
Colméia
EQUIPE TÉCNICA:
Gustavo Maciel – Diretor de fotografia
Rômulo dos Santos – Produtor
Rafael Guandolin – Assistente de produção
Roberto de Souza Areas Neto (DJ Noé) – Técnico de som
APOIO:
FUNDEC – Fundação de desenvolvimento Cultural de Sorocaba
Colmeia
Serviço:
Data: 27/01/2021
Horário: 11h00
Onde: https://www.youtube.com/results?search_query=colmeia+arte
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Natural de Sorocaba (SP), é escritor, poeta e Editor-Chefe do Jornal Cultural ROL. Acadêmico Benemérito e Efetivo da FEBACLA; membro fundador da Academia de Letras de São Pedro da Aldeia – ALSPA e do Núcleo Artístico e Literário de Luanda – Angola – NALA, e membro da Academia dos Intelectuais e Escritores do Brasil – AIEB. Autor de 8 livros. Jurado de concursos literários. Recebeu, dentre vários titulos: pelo Supremo Consistório Internacional dos Embaixadores da Paz, Embaixador da Paz e Medalha Guardião da Paz e da Justiça; pela Soberana Ordem da Coroa de Gotland, Cavaleiro Comendador; pela Real Ordem dos Cavaleiros Sarmathianos, Benfeitor das Ciências, Letras e Artes; pela FEBACLA: Medalha Notório Saber Cultural, Comenda Láurea Acadêmica Qualidade de Ouro; Comenda Baluarte da Literatura Nacional e Chanceler da Cultura Nacional; pelo Centro Sarmathiano de Altos Estudos Filosóficos e Históricos, Pesquisador em Artes e Literatura; Pela Academia de Letras de São Pedro da Aldeia, o Título Imortal Monumento Cultural e Título Honra Acadêmica, pela categoria Cultura Nacional e Belas Artes; Prêmio Cidadão de Ouro 2024, concedido por Laude Kämpos. Pelo Movimento Cultivista Brasileiro, o Prêmio Incentivador da Arte e da Cultura,



