200 anos de imigração suíça para o Brasil – Parte 12
FAMÍLIA SANGLARD
Muitas famílias de imigrantes suíços fizeram e atualmente fazem parte da história do Brasil. Uma delas foi comandada por Mathieu Sanglard, um fabricante de cerâmica que trouxe consigo a esposa e seus quatro filhos. Todos eram provenientes do Vilarejo de Cornol, Cantão do Jura. Eles eram católicos que falavam francês e no dia 12 de setembro de 1819 da Holanda, seguiram (a bordo do navio Debby-Elisa) acompanhados por outros 233 passageiros.
Chegaram ao Rio de Janeiro no dia 26 de novembro de 1819 e dez dias depois se encontraram na Vila de Nova Friburgo; instalando-se no lote 45 onde dividiram espaço com outras três famílias.
O patriarca Mathieu Sanglard faleceu em 1825 e a sua esposa, Thérese, em 1850.
Os filhos do casal trabalharam como agricultores, tropeiros e comerciantes; se casaram e tiveram numerosa prole. Os descendentes se deslocaram em busca de melhores terras para a plantação de café tanto no Rio de Janeiro como na Zona da Mata em Minas Gerais.
As gerações posteriores fazem questão de manter a memória dos pioneiros. Criaram a Associação Mathieu Sanglard em Amparo (RJ) a qual em 2005 adquiriu parte da fazenda histórica da família, em Nova Friburgo, preservando a antiga sede e o terreiro de café.
MARIANNE SALUSSE-JOSET E SEU RENOMADO HOTEL
Um dos hotéis mais charmosos da região serrana tinha uma suíça como proprietária. Marianne Salusse-Joset nasceu em 1806 em Courfaivre, Cantão de Jura, e após cinco meses a bordo do veleiro Deux Catherines, chegou finalmente ao Brasil. Na Vila de Nova Friburgo, sua mãe e seu irmão faleceram, mas ela contou com a ajuda do pai para enfrentar os grandes desafios de uma imigrante pioneira.
Em 1837, durante o boom cafeeiro na região, Marianne Salusse- Joset e seu marido criaram uma hospedaria em Nova Friburgo, no local que era ponto de passagem de tropeiros para Cantagalo. A hospedaria deu origem ao Hotel Salusse, que logo passou a ser assiduamente frequentado pela elite carioca que buscava temperatura mais amena no alto da serra. Badalado, era um local de grandes festas e recitais, visitado por escritores famosos como Machado de Assis e Rui Barbosa. Marianne faleceu em 1900.
AÇÚCAR, CAFÉ E CACAU: UMA COLÔNIA SUÍÇA EM TERRAS DA BAHIA
A Bahia sempre destacou-se como um polo de atração de suíços já que, até 1763, Salvador era a capital do Reino e oferecia boas oportunidades, sobretudo em negócios no comércio e na agricultura. No século XIX, havia em Salvador uma fazenda na região de Areia Preta, atual Ondina, que pertencia ao agricultor suíço Tschifeli, proprietário de plantações de capim para forragem destinada aos cavalos.
Na Bahia, temos inclusive o registro da primeira colônia suíça do Brasil. Em 1818, no município de Villa Viçosa, extremo sul do Estado, foi fundada a Colônia Leopoldina. Nessa região, no vale do rio Peruípe, havia sesmarias (terras doadas pelo governo imperial) que pertenciam aos naturalistas Georg Wilhelm Freyreiss e Carlos Guilherme Morhardt, além de Pedro Peycke, Cônsul de Hamburgo em Salvador, junto com os suíços David Pache e Abraham Langhans.
O naturalista suíço Georg Wilhelm Freyreiss conhecia bem toda a região. Entre 1815 e 1817, Freyreiss acompanhou o príncipe austríaco Maximiliano de Wied-Neuwied durante uma expedição científica ao Rio de Janeiro e ao sul da Bahia.
Essa primeira colônia no Brasil alcançou relativa prosperidade, principalmente devido à exportação do café ali produzido. A Vila foi por algum tempo uma experiência de colonização espontânea, como previa o decreto Imperial de 1808, em que colonos estrangeiros eram autorizados a adquirir terras e cultivá-las, coisa que até então era expressamente negada e mesmo proibida.
Hermann Neeser, historiador filho de suíços, explicou em 1951 em seu livro sobre essa colônia que, no princípio de 1817, Henry Borell comprou terras próximas a Ilhéus, buscando assim participar dos esforços para o desenvolvimento da Colônia Leopoldina. Borell, originário da família do patriciado de Neuchâtel, era o proprietário de uma fazenda de produção de café.
Fábio de Brito Ávila
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Claudia Lundgren, natural de Teresópolis (RJ), é poetisa, escritora e Educadora Infantil. É Acadêmica da ACILBRAS, da AIL e da FEBACLA; é Acadêmica Correspondente da Academia Caxambuense de Letras e da Academia de Letras de Teófilo Otoni, e Membro Efetivo da Sociedade Brasileira dos Poetas Aldravianistas (SBPA). Também pertence à ALB e a ABC, ambas virtuais. Recebeu Menção Honrosa no I Concurso de Poesia Junina e obteve o 9º lugar no XXXIV Concurso de Poesia Brasil dos Reis, (Ateneu Angrense de Letras e Artes). Foi homenageada com a Comenda Acadêmica Láurea Qualidade Ouro, a mais alta comenda da FEBACLA – Federação Brasileira dos Acadêmicos das Ciências, Letras e Artes e com o Prêmio Cidade São Pedro de Aldeia de Literatura. Participou de dezenas de Antologias Poéticas. No início de 2019 lançou seu primeiro livro solo, ‘Alma de Poeta’ (Editora Areia Dourada), que recebeu o Troféu Monteiro Lobato como o melhor livro de poesia, no evento ‘Melhores do ano 2019’ (LITERARTE), e recentemente, lançou seu segundo , ‘Simplesmente Poemas’, com o selo AIL.