A ciência e as artes juntaram-se em ‘Catalepsia’, um filme que fala sobre uma doença real através de realidade virtual
O filme aborda a catalepsia, uma paralisia do sono, como explica a realizadora: “Houve pessoas que foram enterradas vivas por causa disso. Antigamente, a medicina não tinha ferramentas, acessórios e instrumentos suficientemente sensíveis para detectar sinais de vida de algumas pessoas neste quadro”. “Além disso, existem muitas histórias de que seres humanos foram enterrados vivos e acordavam quando estavam já enterrados ou outros casos que despertavam durante o funeral, o que causava um choque nas civilizações antigas. As pessoas achavam que aquilo era bruxaria ou simplesmente acreditavam que aquelas pessoas estavam a voltar do mundo dos mortos, mas não sabiam que, na realidade, eram apenas portadoras da paralisia do sono, uma patologia que pode acontecer em casos de cansaço extremo, stress ou depressão”, conta.
Na obra, “a personagem chama-se Júlia, que acorda nos alpes suíços, onde mora, e percebe que há em alguém que tenta entrar, mas ela não consegue ver ninguém e não consegue abrir a porta. De repente, toca o despertador e ela acorda de um sono profundo novamente. Mas ela já não tinha acordado? É aí que a história se desenvolve”, revela a realizadora.
‘Catalepsia’ é um filme em que há um diálogo entre a consciência e o subconsciente, representado pela casa em que a protagonista mora. Na obra, “é mostrada a forma como ela tenta comunicar consigo própria. Tudo isso vai despertar uma série de sentimentos no espectador, principalmente através dos hormónios que são ativados de forma intencional através da história que está a ser contada”.
Experiências sensoriais no cinema
Priscila Guedes realça que “a Realidade Virtual tem a capacidade de injetar histórias (e memórias) na fisiologia humana. Ao invés de o público estar fora do ecrã, faz parte da história, estando totalmente integrado ao conteúdo criado”. Graças a isso, “as produções podem agora gerar contribuir para libertar hormônios do bem-estar, amor (Ocitocina), meditação e recompensa (Dopamina), aventura (Adrenalina) e até mesmo o medo, que, uma vez superado, se torna dopamina”.
O neurocientista Fabiano de Abreu, Diretor-Geral do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito, foi o consultor responsável nessa parte da produção. “Este filme chega aos nossos neurónios de maneira tão real que a produção de neurotransmissores relacionados ao bem-estar é aumentada”, assinala. Fabiano é membro da Federação Europeia de Neurociência e conta com o apoio do Centro Nacional de Inovação Suíço.
«Catalepsia» está a votos para fazer parte de uma lista restrita que será apresentada no Festival de Cannes, dentro do novo mercado dedicado à inovação, na secção Cannes XR. Trata-se de um programa do Marché du Film, focado em tecnologias imersivas e conteúdos cinematográficos inovadores. Este é o encontro anual para a comunidade XR, que lida com realidade virtual, realidade aumentada e realidade mista.
Sobre Priscila Guedes
Priscila Guedes estudou Relações Internacionais, Artes Visuais pela Escola de Belas Artes (UFRJ) e Cinema em França. Especialista em Alta Tecnologia da Imagem na Indústria Cinematográfica e Designer de Conceito de Realidade Virtual, Aumentada e Mista (Ou Realidade Estendida), escreve e desenvolve projetos imersivos baseada em pensamentos éticos como O Estado da Arte em XR, conceito que criou e foi publicado na VRPI Magazin em Nova York, 2019, o qual tem vindo a colocar em prática. Em 2021, a cineasta recebeu 6 prêmios de Melhor Curta Metragem Experimental OCEAN, um filme de Arte. Priscila é fundadora e CEO da iMAGIC Dreams, uma Startup de Produção Cinematográfica em Health-Tech XR, com sede na Suíça, onde mora. No país, ela também faz parte da Agência de Inovação Suíça, a INNOSUISSE.
Sobre Fabiano de Abreu
Doutor e Mestre em Psicologia da Saúde pela Université Libre des Sciences de l’Homme de Paris; Doutor e Mestre em Ciências da Saúde na área de Psicologia e Neurociência pela Emil Brunner World University; Mestre em psicanálise pelo Instituto e Faculdade Gaio, Unesco; Licenciado em Biologia e História pela Faveni; Pós-Graduação em Neuropsicologia pela Cognos de Portugal; Três Pós-Graduações em neurociência, cognitiva, infantil, aprendizagem pela Faveni; Especialização em propriedade elétrica dos Neurônios em Harvard; Especialista em Nutrição Clínica pela TrainingHouse de Portugal.
Neurocientista, Biólogo, Historiador, Neuropsicólogo, Psicólogo, Psicanalista, Jornalista e Filósofo integrante da Sociedade Portuguesa de Neurociências (SPN), da Sociedade Brasileira de Neurociências e Comportamento (SBNEC) e da Federation of European Neuroscience Societies (FENS).
- Meu cupido - 14 de novembro de 2024
- Chuva que acalma - 28 de outubro de 2024
- O amor que ficou - 10 de outubro de 2024
Verônica Kelly Moreira Coelho, natural de Caratinga/ MG, é mais conhecida no meio cultural e acadêmico como Verônica Moreira. Autora dos livros ‘Jardim das Amoreiras’ e ‘Vekinha Em… O Mistério do Coco’. Baronesa da Augustissima e Soberana Casa Real e Imperial dos Godos de Oriente. Acadêmica Internacional e Comendadora da FEBACLA – Federação Brasileira dos Acadêmicos das Ciências Letras e Artes e Delegada Cultural. Acadêmica Correspondente da ACL- Academia Cruzeirense de Letras. Acadêmica da ACL- Academia Caxambuense de letras. Acadêmica Internacional da AILB. Acadêmica Efetiva da ACL- Academia Caratinguense de Letras. Acadêmica Fundadora da AICLAB e Diretora de Cultura. Embaixadora da paz pela OMDDH. Editora Setorial de Eventos e colunista do Jornal Cultural ROL e colunista da Revista Internacional The Bard. Coautora de várias antologias e coorganizadora das seguintes antologias: homenagem ao Bicentenário do romancista e filosofo russo Fiódor Dostoiévski, Tributo aos Grandes Nomes da Literatura Universal e Antologia ROLiana. Instagram: @baronesa.veronicamoreira