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No Túnel do Tempo ROLiano, o texto 'O juízo final', de Benedito Madaleno Mendes

Texto publicado em 12 de agosto (quinta-feira) de 2010, às 11:30

A Câmara Municipal bateu o pé e conseguiu um barraco novo, lá na Praça dos Três Poderes! A vereança aborígine está em gala e o eleitor, que paga a conta, do alto da arquibancada, apenas olha de soslaio…

Já de cara, a nova sede tropica num problema ecológico: algumas árvores serão despejadas do seu local de nascimento… Judiação! Elas estavam lá, inocentes, exercendo seu direito adquirido de florescer à luz do Sol, mas fazer o quê? Árvore não vota e não tem ninguém que a represente nas casas Legislativas… A polêmica obra mal começa, já compra briga com as forças da natureza… Logo, logo, quando o Sol aparecer, lá das bandas do Oriente, não mais encontrará aqueles ilustres vegetais no mesmo lugar… Como o astro-rei reagirá a essa ofensa, ninguém sabe ainda. Só o futuro vai dizer. Se houver futuro, claro!

Muitos imprevistos poderão ocorrer e atrasar a construção do magnífico Cartão Postal da Voçoroca… Por exemplo: o pedreiro, ao cavar o alicerce, poderá bater a picareta bem no chifre de um fóssil pré-histórico. Aí, babau! A Praça dos Três Poderes será declarada Sítio Arqueológico e interditada para estudos e pesquisas. Renomados paleontólogos baixarão no terreiro e Itapetininga brilhará no jornal Nacional! Dá até pra imaginar a manchete: “achado o fóssil do dinossauro mais chifrudo das Américas!”

Também é possível que a ferramenta do destemido obreiro cutuque um poço de petróleo. A Petrobras fica sabendo e embarga a construção. O Brasil se tornará auto-suficiente em energia, mandará os países árabes lamber sabão e nosso prefeito será o primeiro Cheik tupiniquim.

Outra hipótese não descartável é a de um servente distraído bater a sua pá no tesouro do Raimundão. Itapetininga será a cidade mais rica do país. Porém, é de bom alvitre que o Tribunal de Contas esteja por perto, senão os vereadores invocarão suas prerrogativas e vão querer ficar com a fortuna só pra eles…

Agora, o que de mais grave pode acontecer, é a escavadeira bater numa placa tectônica! Aí, gentil leitor, a vaca vai pro brejo! Os vereadores vão se arrepender por querer mudar de casa… Com placa tectônica não se brinca! A fulana vai acordar com raiva, dará um safanão na placa vizinha e, pronto: terremoto, tsunami, vulcão cuspindo lava, maremoto, inclinação do eixo terrestre… O planeta inteiro vai se sacudir, sair de sua órbita; atrapalhar o trajeto da lua, da estrela d’alva e de um monte de Quasares… Um pandemônio intergaláctico nunca visto por estas bandas da Via láctea! Será o “Juízo Final”! E tudo por culpa de onze vereadores!

Por medida de segurança, a Câmara Municipal deveria providenciar, enquanto há tempo, a fabricação de milhares de naves espaciais. Assim, caso a construção do novo barraco provoque um apocalipse, todo mundo estará a salvo… É só embarcar na espaçonave, apertar o cinto, fazer o sinal da cruz e se escafeder pra Constelação de Aldebarã!

Itapetininga? Esqueça… não vai sobrar nem pó!

 

 

 

 

 

Helio Rubens
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