Inspirada em um caso real, a trama coloca em cena um juiz e um escrivão às voltas com um pedido de interrupção de gravidez, deixando-se influenciar por suas ambições e convicções
O texto da peça “Interrupção”, de Eduardo Aleixo Monteiro, é disponibilizado online, publicado pela Editora Efêmera. O trabalho foi contemplado no Concurso Literário Mário Quintana do Sintrajufe-RS de 2018, no Concurso Literário ABRAMES em Prosa e Verso da Academia Brasileira de Médicos Escritores de 2019 e no Prêmio por Histórico de Realização em Literatura do ProAC Expresso LAB de 2020.
O público entra em contato com a obra por este site aqui, a partir do dia 22 de dezembro. Na ocasião, também serão liberadas online uma leitura dramática do espetáculo, dirigida por Solange Dias, com seu grupo Teatro da Conspiração, e uma oficina de dramaturgia ministrada por Cintia Alves.
“Foi um caso real que me motivou a escrever essa história. Em 2013, no Programa de Pós-Graduação em Direito da Universidade de São Paulo, soube de uma menina de 12 anos que engravidou do namorado de 17 anos. A mãe da garota, que é a sua representante legal, entendeu que a gestação deveria ser interrompida, tendo em vista que a menor não possuía condições psicológicas e discernimento necessários para criação e sustento do bebê. Por isso, requereu, judicialmente, uma autorização para a prática de aborto”, conta o dramaturgo.
A partir desse argumento, Aleixo construiu uma peça curta, em que um juiz e um escrivão precisam dar uma sentença e se deixam influenciar por suas ambições, convicções e pelos demais envolvidos no caso. O texto passou por várias transformações até atingir sua forma final – e as contribuições de Solange Dias e Cintia Alves foram fundamentais nesse processo.
“Nunca tive acesso às identidades dos envolvidos, na medida em que o processo correu em segredo de justiça. Acreditando, porém, que a história merece ser compartilhada, porque pode fomentar o debate público sobre o tema, comecei a escrevê-la em 2017, no Núcleo de Dramaturgia da Escola Livre de Teatro de Santo André”, completa.
“Interrupção” é o fim de uma trilogia composta pelas peças “Escola de Magistratura” (2017), sobre situações-limite marcadas pela ambiguidade entre o justo e o injusto, como a de um esquartejador que cumpriu toda a sua pena e continua preso ou a de uma orientadora do Vigilantes do Peso que perdeu o emprego porque engordou; e “Sentença” (2019), inspirada em um caso que ganhou os jornais sobre uma estagiária de Direito que cometeu suicídio após suposto estupro do chefe.
SOBRE EDUARDO ALEIXO MONTEIRO
Eduardo Aleixo Monteiro nasceu no Recife. É bacharel em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, mestre em Filosofia e Teoria Geral do Direito pela Universidade de São Paulo e mestrando em Teatro, Dança e Performance na Universidade Estadual de Campinas.
Estudou dramaturgia na Escola Livre de Teatro de Santo André, na SP Escola de Teatro e no SESI-British Council. Em 2015, com a peça “Política da Editora”, recebeu menção honrosa no Programa Nascente da Universidade de São Paulo, obteve o segundo lugar no Prêmio Martins Pena da União Brasileira de Escritores e venceu o Concurso Jovens Dramaturgos do Serviço Social do Comércio; e, com as cenas “Punir e Perdoar” e “Abandono Moral” da peça “Escola de Magistratura”, ganhou menção honrosa e ficou em segundo lugar no Prêmio Dramaturgia do Festival Niterói em Cena.
Em 2017, com as peças “Shite e Waki” e “Escola de Magistratura”, ficou em segundo e primeiro lugares no Prêmio Martins Pena da União Brasileira de Escritores; e, com a peça “Escola de Magistratura”, venceu o DramaTEns, Concurso Anual de Dramaturgia do TEatroensaio (Portugal). Em 2018, com a peça “Política da Editora”, venceu na categoria melhor texto a Mostra Cênica São Paulo da Casa Aguinaldo Silva de Artes; e, com a peça “Sentença”, ficou em segundo lugar no Concurso Internacional de Dramaturgia de Teatro para el Barrio do Centro Cultural Carretera 45 (México) e venceu o Mercado de Peças do Seminário Brasileiro de Escrita Dramática da Universidade Federal de Santa Catarina.
Em 2019, com a peça “Sentença”, venceu o Prêmio UFES de Literatura da Universidade Federal do Espírito Santo e o Concurso Nacional de Literatura Prêmio Cidade de Belo Horizonte da Prefeitura de Belo Horizonte. Em 2021, com a peça “Clube Alemão”, participou da Mostra de Dramaturgia de Ibiporã da Prefeitura de Ibiporã.
SOBRE A EDITORA EFÊMERA
Fruto da junção dos dramaturgos Eduardo Aleixo Monteiro, Ligia Souto, Marcus Mazieri e Pamella Martelli, a Editora Efêmera tem a premissa de manter-se em constante pesquisa de formas e linguagens que possam tecer elos entre teatro e livro, buscando valorizar o texto dramatúrgico e provocar a imaginação de quem o lê.
Com o objetivo de apoiar e fomentar a leitura, circulação e produção de textos teatrais contemporâneos, principalmente de autores independentes, desde sua criação, em 2019, a editora abriu duas chamadas de originais e publicou mais de 15 peças de autores e temas diversos.
SINOPSE
A peça curta é inspirada em um caso real de uma garota de 12 anos que engravidou do namorado de 17. Por entender que a menina não tinha condições psicológicas e discernimento para criação e sustento do bebê, a mãe da menina requereu judicialmente uma autorização para a interrupção da gravidez.
Assim, ao longo do texto, juiz e escrivão estão às voltas com esse pedido, deixando-se influenciar pelas suas ambições e convicções, bem como pelos demais envolvidos.
LANÇAMENTO ONLINE DO LIVRO, LEITURA DRAMÁTICA E OFICINA DE DRAMATURGIA
Data: 22 de dezembro, às 20h
Site do projeto: https://interrupcao2021.wordpress.com/
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Verônica Kelly Moreira Coelho, natural de Caratinga/ MG, é mais conhecida no meio cultural e acadêmico como Verônica Moreira. Autora dos livros ‘Jardim das Amoreiras’ e ‘Vekinha Em… O Mistério do Coco’. Baronesa da Augustissima e Soberana Casa Real e Imperial dos Godos de Oriente. Acadêmica Internacional e Comendadora da FEBACLA – Federação Brasileira dos Acadêmicos das Ciências Letras e Artes e Delegada Cultural. Acadêmica Correspondente da ACL- Academia Cruzeirense de Letras. Acadêmica da ACL- Academia Caxambuense de letras. Acadêmica Internacional da AILB. Acadêmica Efetiva da ACL- Academia Caratinguense de Letras. Acadêmica Fundadora da AICLAB e Diretora de Cultura. Embaixadora da paz pela OMDDH. Editora Setorial de Eventos e colunista do Jornal Cultural ROL e colunista da Revista Internacional The Bard. Coautora de várias antologias e coorganizadora das seguintes antologias: homenagem ao Bicentenário do romancista e filosofo russo Fiódor Dostoiévski, Tributo aos Grandes Nomes da Literatura Universal e Antologia ROLiana. Instagram: @baronesa.veronicamoreira