Eu pensei
Eu pensei que poderíamos viver um para o outro para sempre, juntos, como as teclas de um piano, minha princesa dourada feita a pincel.
Eu pensei que teríamos a chance de cantarmos as mesmas canções e dançarmos os mesmos ritmos, trocando os passos numa coreografia perfeita, não só nos olhos cúmplices, mas nos quadros que se encontram, nas mãos que se apoiam, nas peles que se aquecem, nos corpos que se permitem.
Eu pensei que teríamos uma casa cheia de instrumentos musicais, uma biblioteca diversificada, uma cozinha grande pra receber os amigos dos nossos quatro filhos…
Eu pensei que cantaríamos todos juntos até de madrugada e depois, ao nos recolhermos ao nosso ninho de amor, o universo todo faria coro com nosso bailo secreto.
Eu pensei, acreditei, que seríamos dois velhinhos rindo, grisalhos, celebrando a vida… Renovando votos, afinados como um violino e seu violinista, como uma banda de rock sinfônico, como a parte do que mais faz forte, e mesmo assim ter a parte infeliz do que me faz poeta.
Eu pensei em tudo isso… pensei em muito mais! Mas, tudo isso só tem você, e só em você me interessa pensar!
Paulo Siuves
paulosiuves@yahoo.com.br
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Natural de Contagem/MG, é escritor, poeta, músico e guarda municipal, atuando na Banda de Música da Guarda Civil Municipal de Belo Horizonte como Flautista. É graduado em Estudos Literários pela Faculdade de Letras (FALE) da UFMG. Publicou os livros ‘O Oráculo de Greg Hobsbawn’ (2011), pela editora CBJE, e ‘Soneto e Canções’ (2020), pela Ramos Editora. Além desses, publicou contos e poemas em mais de cinquenta antologias no Brasil e no exterior.