O charme da ignorância voluntária
Os personagens desta crônica — o Senhor Dupont e a Senhora Lambert — são fictícios. Qualquer semelhança com pessoas reais é, como se diz, mero sintoma do tempo.
Os personagens desta crônica — o Senhor Dupont e a Senhora Lambert — são fictícios. Qualquer semelhança com pessoas reais é, como se diz, mero sintoma do tempo.
Há dias em que acordo com seus passos. Como se o chão, ainda frio, lembrasse o contorno dos seus pés. Há sempre um acorde ressoando em mim, como um coral…
A segunda quinzena de outubro chega ao fim, trazendo consigo a dualidade agridoce de um calendário. Mal se aquietam os festejos do Dia das Crianças…
Os dias andam estranhos. Todo mundo repete isso, mas ninguém sabe exatamente o que anda fora do lugar. Talvez porque o fora de lugar tenha virado regra…
Os pais nunca têm o mesmo bebê duas vezes: a cólica da madrugada é trocada por papinhas, os primeiros sons estalam — e já brotam dentes, o engatinhar…
O seu passo tem um jeito de apagar o meu. Não é medo — mas é quase um tropeço dentro de mim. Você chega perto e eu viro menino. A orelha esquenta, o olho…
Sempre vi o frio como poesia sazonal. Ele chega devagar, no começo do outono, cortante e sussurrante — um frio que as pessoas desprezam, até que percebem