Mulher retrô
Já ouvi mulheres falarem barbaridades de seus maridos.
Sei que, existem homens que ‘não valem um botão’, mas generalizar é perigoso. Ainda existe, nesse planeta Terra, uma minoria que valoriza as mulheres, julgada, por causa dos ‘sem-vergonhas’ e das feministas, como sendo uns imprestáveis no mundo.
Não há nada de mais, em pleno século XXI, uma mulher querer testar receitas para o seu marido. Ela dizer que gosta de lavar, passar ou cozinhar. As pessoas ridicularizam, apelidando-as de ‘Amélias’.
Esses dias quase me mataram quando eu disse que tiraria o sábado para fazer uma faxina em casa e deixar a panelas brilhando.
Alguém disse: ‘Quem, em 2021 perde tempo brilhando uma panela? Está louca? Quem tem de brilhar sou eu, não a panela!’.
Respondi que a panela não precisa estar brilhando a ponto de sair estrelinhas, mas limpa é o mínimo que ela precisa estar!
Não sei onde essas mulheres estão com a cabeça pensando que ‘vão brilhar na vida’ deixando suas casas às moscas.
‘Ah, casei, mas eu não nasci para ser dona de casa!’.
Peraí, se você não for dona da sua casa, quem será?
‘Mas homens não se importam se a gente faz o serviço ou não.’.
Ainda que seu marido não preste atenção no trato que você deu no banheiro e prefira apenas descansar depois de um duro dia de trabalho, deixar a casa arrumada de vez em quando não custa nada e só faz bem, principalmente a nós mesmas.
‘Eu casei, mas não nasci pra ser dona de casa, portanto ele que faça, porque os direitos são iguais.’.
Queridinha, você casou pra quê então? Pra passar o dia vendo séries na Netflix e fazendo selfs com o celular enquanto o fogão está grudento, a pia criando lodo e as louças apenas recebendo a água das vezes que você passa por ela e lava as mãos?
E não adianta dizer: ‘Ah, depois eu lavo, ninguém tá vendo.’, pois Deus tudo vê e, mais cedo ou mais tarde será revelada a porquinha que existe em você; portanto, organize-se! Só assim poderá realmente brilhar mais do que as panelas.
Mas, voltando ao assunto sobre os homens e que eles devem fazer tudo o que nós fazemos porque estamos em outros tempos, eu não me importo se pensem que sou uma mulher à moda antiga, daquela que tem na cozinha aquele miniquadrinho retrô, e que, às vezes, dispensa a batedeira e começa bater o bolo a mão mesmo. Pra mim, não existe nada mais gratificante do que conseguir dar conta, além do meu trabalho, dos afazeres domésticos. Sinto-me realizada!
Aí você me pergunta: ‘E o marido não ajuda?’.
Verdade seja dita, meu marido não leva jeito para o trabalho doméstico. No máximo lava uma louça e faz um café, mas pelo menos não me enche o saco e mantém a casa limpa. Não fico cobrando quando vejo que ele não tem jeito para algumas coisas. Faço eu.
O fato é que existem mulheres que cansam o cara! Que só faltam esfaquear o marido porque ele não aprendeu a cozinhar, por exemplo. Outras, que preferem trabalhar fora e deixar o marido fazendo todo o serviço de casa. Não acho que os direitos estão iguais não. O que vemos nos lares de hoje em dia é muita disputa onde deveria existir comunhão e completude. Nem o homem e também nem as mulher deveriam fugir das suas responsabilidades, e eu vou sempre bater na tecla de que ‘ser mulher é bacana’. Infelizmente, muitas perderam essa essência e outras envergonham-se dela.
Andreia Caires
andreiacairesrodrigues@gmail.com
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Natural de Sorocaba (SP), é escritor, poeta, revisor de livros e Editor-Chefe do Jornal Cultural ROL. Acadêmico Benemérito e Efetivo da FEBACLA; membro fundador da Academia de Letras de São Pedro da Aldeia – ALSPA e do Núcleo Artístico e Literário de Luanda – Angola e membro da Academia dos Intelectuais e Escritores do Brasil – AIEB. Autor de 8 livros. Jurado de concursos literários. Recebeu, dentre várias honrarias: pelo Supremo Consistório Internacional dos Embaixadores da Paz, o título Embaixador da Paz e Medalha Guardião da Paz e da Justiça; pela Augustíssima e Soberana Casa Real e Imperial dos Godos de Oriente o título de Conde; pela Soberana Ordem da Coroa de Gotland, o título de Cavaleiro Comendador; pela Real Ordem dos Cavaleiros Sarmathianos, o título de Benfeitor das Ciências, Letras e Artes; pela FEBACLA: Medalha Notório Saber Cultural, Comenda Láurea Acadêmica Qualidade de Ouro, Comenda Ativista da Cultura Nacional; Comenda Baluarte da Literatura Nacional e Chanceler da Cultura Nacional; pelo Centro Sarmathiano de Altos Estudos Filosóficos e Históricos os títulos de Doutor Honoris Causa em Literatura, Ciências Sociais e Comunicação Social. Prêmio Cidadão de Ouro 2024