novembro 22, 2024
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Andreia Caires: 'Rejeite a síndrome do coelho branco'

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Andreia Caires

Rejeite a síndrome do coelho branco

Agora, uma historinha:

Era uma vez uma menina que se chamava Alice. Numa bela tarde de verão, depois do almoço, Alice adormeceu e teve um sonho muito estranho. Ela via um coelho branco, que corria e repetia sem parar:

– Vou chegar tarde, vou chegar tarde!

Perceba nisso que todos os seres humanos são absolutamente iguais: todo dia recebem 24 horas de tempo para gastar como quiserem.

Alguns conseguem fazer tudo o que querem com sobra e outros vivem como o coelho branco de Alice: estressados, de olho em um relógio que não para e em uma agenda sempre lotada de infinitas tarefas.

Me respondam: está certo viver feito o tal coelho branco?

Quando li Alice pela primeira vez eu ainda era uma pré-adolescente, mas, esse coelho sempre me intrigou e eu sentia-me assustada com ele. Parecia-me tão oprimido e escravo de um tempo, que por mais que ele corresse para chegar a tempo, nunca chegava. O maldito relógio sempre estava ali, amarrado junto a seu corpo para o lembrar que ele estava sempre atrasado e que ele tinha que correr e correr. Ficava a ponto de infartar o pobre bicho.

O tempo é um bem precioso e nós devemos aproveitá-lo da melhor maneira;  nos apressar em muitos momentos para dar conta de nossos compromissos, mas viver descompassado, acelerado 24 horas por dia não nos fará nenhum bem; muito pelo contrário: nos fará escravos cada vez mais do próprio relógio.

Uma pessoa me disse a algumas semana atrás que as pessoas que mais se preocupam com o tempo e com horários são as que mais se enrolam e não conseguem desenvolver suas tarefas como deveriam. E, as que são mais calmas e evitam até de usar relógios ou ficar o tempo inteiro olhando para o celular, conseguem desenvolver com tranquilidade seus afazeres e ainda sobra tempo para o lazer!

Eu já fui muito ansiosa. Muito mesmo! Dessas de querer tudo pra ontem ou de sempre acelerar o processo da máquina de lavar roupas simplesmente por não aguentar esperar até o fim. Não tinha paciência pra nada e quando marcava um compromisso chegava quase uma hora antes do combinado e achava ruim ainda de ficar esperando a outra pessoa. Ser dessa maneira só me trouxe prejuízos e uma gastrite nervosa de brinde. Então, tive de trabalhar esse meu “desvio” e hoje, quando vejo que a síndrome do coelho branco está me pegando de novo, respiro fundo e repito pra mim mesma:

‘Eu não estou atrasada coisa nenhuma! Eu estou vivendo no meu ritmo e não vou forçar a minha natureza. Ponto!’

Afinal, a imagem do coelho ansioso com o relógio, para mim sempre foi duvidosa, mas eu não sabia explicar o porquê. Apenas tinha pena em vê-lo tão escravo do tempo.

 

“Não andem ansiosos por coisa alguma, mas em tudo, pela oração e súplicas, e com ação de graças, apresentem seus pedidos a Deus.”

Filipenses 4.6

 

Andreia Caires Rodrigues

andreiacairesrodrigues@gmail.com

 

Sergio Diniz da Costa
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