Rejeite a síndrome do coelho branco
Agora, uma historinha:
Era uma vez uma menina que se chamava Alice. Numa bela tarde de verão, depois do almoço, Alice adormeceu e teve um sonho muito estranho. Ela via um coelho branco, que corria e repetia sem parar:
– Vou chegar tarde, vou chegar tarde!
Perceba nisso que todos os seres humanos são absolutamente iguais: todo dia recebem 24 horas de tempo para gastar como quiserem.
Alguns conseguem fazer tudo o que querem com sobra e outros vivem como o coelho branco de Alice: estressados, de olho em um relógio que não para e em uma agenda sempre lotada de infinitas tarefas.
Me respondam: está certo viver feito o tal coelho branco?
Quando li Alice pela primeira vez eu ainda era uma pré-adolescente, mas, esse coelho sempre me intrigou e eu sentia-me assustada com ele. Parecia-me tão oprimido e escravo de um tempo, que por mais que ele corresse para chegar a tempo, nunca chegava. O maldito relógio sempre estava ali, amarrado junto a seu corpo para o lembrar que ele estava sempre atrasado e que ele tinha que correr e correr. Ficava a ponto de infartar o pobre bicho.
O tempo é um bem precioso e nós devemos aproveitá-lo da melhor maneira; nos apressar em muitos momentos para dar conta de nossos compromissos, mas viver descompassado, acelerado 24 horas por dia não nos fará nenhum bem; muito pelo contrário: nos fará escravos cada vez mais do próprio relógio.
Uma pessoa me disse a algumas semana atrás que as pessoas que mais se preocupam com o tempo e com horários são as que mais se enrolam e não conseguem desenvolver suas tarefas como deveriam. E, as que são mais calmas e evitam até de usar relógios ou ficar o tempo inteiro olhando para o celular, conseguem desenvolver com tranquilidade seus afazeres e ainda sobra tempo para o lazer!
Eu já fui muito ansiosa. Muito mesmo! Dessas de querer tudo pra ontem ou de sempre acelerar o processo da máquina de lavar roupas simplesmente por não aguentar esperar até o fim. Não tinha paciência pra nada e quando marcava um compromisso chegava quase uma hora antes do combinado e achava ruim ainda de ficar esperando a outra pessoa. Ser dessa maneira só me trouxe prejuízos e uma gastrite nervosa de brinde. Então, tive de trabalhar esse meu “desvio” e hoje, quando vejo que a síndrome do coelho branco está me pegando de novo, respiro fundo e repito pra mim mesma:
‘Eu não estou atrasada coisa nenhuma! Eu estou vivendo no meu ritmo e não vou forçar a minha natureza. Ponto!’
Afinal, a imagem do coelho ansioso com o relógio, para mim sempre foi duvidosa, mas eu não sabia explicar o porquê. Apenas tinha pena em vê-lo tão escravo do tempo.
“Não andem ansiosos por coisa alguma, mas em tudo, pela oração e súplicas, e com ação de graças, apresentem seus pedidos a Deus.”
Filipenses 4.6
Andreia Caires Rodrigues
andreiacairesrodrigues@gmail.com
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Natural de Sorocaba (SP), é escritor, poeta, revisor de livros e Editor-Chefe do Jornal Cultural ROL. Acadêmico Benemérito e Efetivo da FEBACLA; membro fundador da Academia de Letras de São Pedro da Aldeia – ALSPA e do Núcleo Artístico e Literário de Luanda – Angola e membro da Academia dos Intelectuais e Escritores do Brasil – AIEB. Autor de 8 livros. Jurado de concursos literários. Recebeu, dentre várias honrarias: pelo Supremo Consistório Internacional dos Embaixadores da Paz, o título Embaixador da Paz e Medalha Guardião da Paz e da Justiça; pela Augustíssima e Soberana Casa Real e Imperial dos Godos de Oriente o título de Conde; pela Soberana Ordem da Coroa de Gotland, o título de Cavaleiro Comendador; pela Real Ordem dos Cavaleiros Sarmathianos, o título de Benfeitor das Ciências, Letras e Artes; pela FEBACLA: Medalha Notório Saber Cultural, Comenda Láurea Acadêmica Qualidade de Ouro, Comenda Ativista da Cultura Nacional; Comenda Baluarte da Literatura Nacional e Chanceler da Cultura Nacional; pelo Centro Sarmathiano de Altos Estudos Filosóficos e Históricos os títulos de Doutor Honoris Causa em Literatura, Ciências Sociais e Comunicação Social. Prêmio Cidadão de Ouro 2024