Quase-morte
A manhã me sufoca, fecho a cortina;
do Sol eu me escondo; virou rotina.
Ao Céu choroso e negro me assemelho;
prefiro a espessa chuva; meu espelho.
Meu travesseiro embolorado,
efeito do pranto enxugado,
mistura-se ao odor dos restos
de alimentos que acumulei nos pratos.
Com os ratos eu divido o meu quarto;
nos cinzeiros já não cabem mais cigarros.
Não estou certo se sou vida ou quase-morte;
decomposto, já exalo cheiro forte.
Minhas vistas têm horror à claridade;
não suporto nem sequer a luz da Lua.
Sua ausência sepultou-me; entreguei-me;
sou tristeza, sou descrença; sou saudade.
Claudia Lundgren
tiaclaudia05@hotmail.com
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Natural de Teresópolis (RJ), é poetisa, escritora e Educadora Infantil. É Acadêmica da ACILBRAS, da AIL e da FEBACLA; é Acadêmica Correspondente da Academia Caxambuense de Letras e da Academia de Letras de Teófilo Otoni, e Membro Efetivo da Sociedade Brasileira dos Poetas Aldravianistas (SBPA). Também pertence à ALB e a ABC, ambas virtuais. Recebeu Menção Honrosa no I Concurso de Poesia Junina e obteve o 9º lugar no XXXIV Concurso de Poesia Brasil dos Reis, (Ateneu Angrense de Letras e Artes). Foi homenageada com a Comenda Acadêmica Láurea Qualidade Ouro, a mais alta comenda da FEBACLA – Federação Brasileira dos Acadêmicos das Ciências, Letras e Artes e com o Prêmio Cidade São Pedro de Aldeia de Literatura. Participou de dezenas de Antologias Poéticas. No início de 2019 lançou seu primeiro livro solo, ‘Alma de Poeta’ (Editora Areia Dourada), que recebeu o Troféu Monteiro Lobato como o melhor livro de poesia, no evento ‘Melhores do ano 2019’ (LITERARTE), e recentemente, lançou seu segundo , ‘Simplesmente Poemas’, com o selo AIL.