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Márcia Nàscimento: 'O cérebro e sua interação com o sistema mental'

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Márcia Nàscimento

O cérebro e sua interação com o sistema mental

O cérebro humano, além de ser um órgão fascinante por suas inúmeras funções, é também na atualidade, uma das maiores fontes de pesquisas e descobertas no campo científico. Com os avanços das Neurociências, muitos segredos foram desvendados, porém, a cada nova pesquisa, surgem novidades e com isto, a amplificação dos conhecimentos acerca do mesmo.

Tudo começa no vigésimo segundo dia de gestação, quando, a partir do encéfalo primitivo, ocorre o fechamento do tubo neural situado no dorso do embrião e em subsequência, forma-se a medula espinhal. Neste período, iniciam as primeiras conexões neurais, que são os caminhos de informações dos impulsos eletroquímicos cerebrais, dos quais formarão toda a rede conectiva de cada ser humano. Com a formação das redes neuronais, os arquivos de registros memoriais se formam simultaneamente; portanto, tudo o que a mãe sente, impreterivelmente o bebê registrará, e estas informações serão arquivadas em seus registros holográficos de memórias, que o acompanharão por toda sua existência. Em comunhão funcional com o cérebro, é o sistema nervoso que permite ao ser humano processar as informações provenientes dos meios, externo e interno, organizando-as para agir tanto física como emocionalmente (LEIBG, 2010). As funções vitais, como os batimentos cardíacos, respiração e todo funcionamento do indivíduo (sentidos, motricidade, aprendizado, memória, intelecto, emoções e psiquismo), estão embasados pelo sistema nervoso e toda sua fisiologia (DOMINGUES, 2007). Em suas mais diversas funcionalidades, o cérebro possui a ‘neurogênese’ que é o processo de formação de novos neurônios. Esta diligência se dá, comprovadamente, apenas em duas áreas cerebrais: no hipocampo, onde são processadas as memórias, e no bulbo olfatório, responsável pela organização do olfato. Células com propensão a se tornarem neurônios, viajam dos ventrículos, cavidades preenchidas por fluídos, para o bulbo olfatório (CICERONE, 2009). Outra função específica do nosso cérebro é a capacidade de se regenerar e se adaptar à novas situações e circunstâncias, sem perder a originalidade de suas células neurais.

E é devido à junção funcional com o cérebro,  que todo o sistema nervoso permite uma perfeita interação entre as emoções sentidas, primeiramente na mente, através do sistema aferente, do qual transmite os 26 sentidos, para que em seguida o cérebro decodifique estas informações, e por intermédio do sistema nervoso periférico, as distribua através das ramificações dos nervos e gânglios, tudo o que foi sentido antecipadamente na mente; assim, o corpo experiencia tudo aquilo que foi construído e codificado de antemão na mente humana. A mente não é o cérebro, e sim o que o cérebro faz;  e nem mesmo é tudo o que ele faz, como metabolizar gordura e emitir calor (PINKER, 1998).

Cada cérebro é singular e possui suas especificidades; o que nos torna tão exclusivos é o fato de que cada mente possui a sua consciência, que age de forma sincronizada com o cérebro e a mente. Juntos, formam uma estrutura de uma tríade indissolúvel que age de forma congruente, permanecendo desta maneira em atividade constante, dando assim existência a vida humana, pois sem a consciência, o sistema funcional humano seria um computador inativo, inanimado e sem vida. Sem o cérebro e o sistema nervoso, a consciência estaria impossibilitada de se manifestar no mundo concreto, por falta do aparato físico para se acoplar, e desta maneira fazer toda a leitura da realidade, por meio das estruturas que compõe todo o sistema mental. É na mente que todo o processo imaginário é formado e o cérebro nos dá as infinitas possibilidades de trazer para o mundo atual tudo aquilo que um dia foi construído no fantástico mundo da imaginação, que somente a mente humana pode nos proporcionar.

A Neuroeducação traz essa interação entre a mente, consciência e o corpo físico (cérebro), e por intermédio dela, é possível a reestruturação de todo sistema mental e das vias neurais e matrizes inteligíveis do sistema. Esta correlação traz uma nova concepção a respeito dos assuntos abordados nas intervenções na prática clínica da Neuroeducação, tirando o indivíduo do seu estado limitador, o levando para a posição possibilitadora, portanto, neuroeducar é ensinar ao outro as vias de sua própria essência.

Não é de se admirar que tenhamos muitos estudos comprovando teses inovadoras a respeito do cérebro, pois ele é de fato um órgão espetacular e repleto de inúmeros mistérios; e como diz Jostein Gaarder, escritor, professor de Filoosofia e intelectual norueguês, “se nosso cérebro fosse tão simples a ponto de entendê-lo, seríamos tão tolos que continuaríamos sem entendê-lo”.

Referências

CICERONE, P. E. Como nascem os neurônios. Duetto; Especial Mente & Cérebro. Nº19, p.80-82, 2009.

DOMINGUES, M. A. Desenvolvimento e Aprendizagem: o que o cérebro tem a ver com isso.  Canoas: Ulbra, 2007.

Neuroeducação para Educadores: fundamentos. São Paulo: All Print, 2010.

PINKER, S. Como a Mente Funciona. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.

Márcia Nàscimento

marciag.neuroeducadora@gmail.com

Claudia Lundgren
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