Cláudia Lundgren: Poema ‘A voz do amor’


Meu peito, tumba lacrada,
onde jazia meu frio coração,
morto para vis paixões
ou qualquer ilusória emoção.
No ataúde, rigidez cadavérica,
arroxeado, já quase decomposto,
não pulsava por olhares sedutores
e nem por palavras homéricas.
Gélido, para quem não era verdade;
revestido por monsenhores,
exalando o perfume da morte
ao menor sinal de falsidade
Um dia, escutou uma voz,
e despertado foi do torpor;
para trás olhou, batendo veloz,
mal sabia que era o amor.
Ao olhar nos seus olhos,
ouvi dizer que me amava;
escutei ‘infinito’, ‘eternidade’,
sem que ao menos emitisse uma palavra
No calor de suas mãos,
um sentimento genuíno;
no seu abraço, no seu beijo, a confirmação;
no meu peito, um coração vivente
– a certeza de que seria para sempre.
Claudia Lundgren
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Natural de Teresópolis (RJ), é poetisa, escritora e Educadora Infantil. É Acadêmica da ACILBRAS, da AIL e da FEBACLA; é Acadêmica Correspondente da Academia Caxambuense de Letras e da Academia de Letras de Teófilo Otoni, e Membro Efetivo da Sociedade Brasileira dos Poetas Aldravianistas (SBPA). Também pertence à ALB e a ABC, ambas virtuais. Recebeu Menção Honrosa no I Concurso de Poesia Junina e obteve o 9º lugar no XXXIV Concurso de Poesia Brasil dos Reis, (Ateneu Angrense de Letras e Artes). Foi homenageada com a Comenda Acadêmica Láurea Qualidade Ouro, a mais alta comenda da FEBACLA – Federação Brasileira dos Acadêmicos das Ciências, Letras e Artes e com o Prêmio Cidade São Pedro de Aldeia de Literatura. Participou de dezenas de Antologias Poéticas. No início de 2019 lançou seu primeiro livro solo, ‘Alma de Poeta’ (Editora Areia Dourada), que recebeu o Troféu Monteiro Lobato como o melhor livro de poesia, no evento ‘Melhores do ano 2019’ (LITERARTE), e recentemente, lançou seu segundo , ‘Simplesmente Poemas’, com o selo AIL.
Um texto belíssimo, com palavras que são pouco vistas nos poemas que leio.
Bem erudito.
Parabéns!
Obrigada pela leitura e apreciação, querida amiga!