Mirar: Quando os olhos se levantam estreia dia 25 de março de 2022 para temporada gratuita no Teatro Cacilda Becker
O que pulsa a América Latina? É sobre esta pergunta que o Coletivo Labirinto tem se debruçado nesta etapa de sua viagem estético-política, buscando rotas cênicas no sentido da discussão, da reelaboração, da luta e do sentido da presença em nosso continente. Depois de uma série de trabalhos em que levou à cena textos elaborados no além das fronteiras brasileiras– passando por dramaturgias de Argentina, Uruguai e Chile, por exemplo – a mirada agora é para dentro, tentativas de se (auto) reconhecer nas palavras, limites, histórias, dores, cores e tremores deste corpo e chão comuns, que são nosso continente.
MIRAR: QUANDO OS OLHOS SE LEVANTAM estreia dia 25 de março de 2022 para temporada gratuita no Teatro Cacilda Becker. O texto e a direção são de Jé Oliveira e o elenco é formado por Abel Xavier, Carol Vidotti, Emilene Gutierrez e Lua Bernardo (musicista).
Sipnose
Quatro caminhantes percorrem lugares e histórias da América Latina em uma espécie de busca-viagem por pertencimento. O espetáculo lança mão de expedientes contemporâneos para revelar o lastro da colonização, celebrar a potência da diversidade dos povos, e refletir aspectos contraditórios do nosso continente para mirar além das fronteiras.
O espetáculo é parte do encerramento do projeto “Histórias de Nossa América”, contemplado pela 35ª edição da Lei de Fomento para a cidade de São Paulo. Dessa forma, carrega um lastro de pesquisa e criação assentado, marcadamente, pelo encontro e fricção da dramaturgia com e na cena contemporânea.
A palavra como fisgada para um horizonte im(possível), a poesia dramatúrgica brasileira no encontro com a ação e inação de cada dia. O objeto disparador deste processo criativo foi o livro Crônicas de Nuestra America, escrito por Augusto Boal e publicado em 1977. A obra reúne dez crônicas que versam sobre situações, ambiências e personagens tipicamente latino-americanas, observadas e colhidas pelo diretor e dramaturgo desde sua saída do Brasil, em 1971, reflexo do endurecimento da ditadura militar em nosso país. Em diálogo com o contexto e conteúdo da obra de Boal, o Coletivo Labirinto propôs, neste processo de criação, um passeio sobre as atuais crônicas deste continente tão cheio de saques históricos, personalidade e contradições. A América Latina da década de 1970 em contágio e contato com o ano de 2022.
Para esta jornada, o Coletivo encontrou na parceria com o diretor e dramaturgo Jé Oliveira uma potente interlocução acerca de debates e necessidades estéticas e sociais, desenvolvendo conjuntamente um esquema de trabalho fortemente colaborativo e sensivelmente político.
Em sala de ensaio, toda a equipe artística desenvolveu uma série de procedimentos improvisacionais e de composição cênica que levantaram temáticas, caminhos dramatúrgicos e de encenação. O resultado é um espetáculo que mistura códigos expressivos baseados na relação com o espaço poético, com a musicalidade e símbolos visuais latinos e com a palavra na fronteira entre a postura épica e a vocação lírica. Tudo isso com vistas ao encontro de uma América Latina viva, diversa, corajosa e, espera-se, um pouco mais real. Quatro artistas em cena, outros tantos na bagagem, e um desejo de lançar miradas mais adiante, mesmo que para dentro.
Desde sua fundação em 2013, o Coletivo Labirinto tem como pesquisa o olhar para as relações do sujeito com o seu panorama social através da dramaturgia latino-americana contemporânea. Neste trabalho a noção de sujeito e dramaturgia se voltam para nós mesmos, brasileiras e brasileiros ensaiando uma viagem e uma investigação sobre o que é ser latino-americano. Apostando no tenso limiar entre a necessidade da denúncia e a carência do anúncio, o teatro é, mais do que nunca, um lugar de onde se vê.
Palavras do diretor e dramaturgo
“Partindo de provocações cênicas tendo como base, num primeiro momento, o livro “Crônicas de Nuestra América”, escrito por Augusto Boal no exílio em 1971, o processo criativo levantou cenas que buscassem um mapeamento de acontecimentos sínteses de uma relação verificável e sintomática do nosso modo de se portar no continente latino-americano. Alguns lugares da América do Sul nos conduzem geograficamente por encontros com pessoas reais e ficcionalizadas, na intenção de refletirmos acerca da nossa contraditória condição de potencialidades humanas e saques históricos, fruto da colonização e genocídio dos povos originários presentes em nosso continente. Em diálogo e como complemento destes primeiros expedientes, foram investigados também dispositivos contemporâneos que contivessem um poder de síntese capaz de auxiliar na explicitação dos nossos posicionamentos críticos perante os entendimentos e impasses da nossa atual situação artística, social e política. “MIRAR: QUANDO OS OLHOS SE LEVANTAM” busca, desta forma, reconhecer, integrar e efetivar, seja no campo do simbólico ou no campo concreto das possibilidades, um movimento de “tirar os olhos do Atlântico”, assim como quem busca contato, arribando as vistas, mirando e elaborando um gesto cênico de ação para a construção de um pertencimento mais efetivo. Vislumbramos e buscamos, com base nas proposições cênicas deste trabalho, uma possibilidade de futuro menos móvel e mais integrado com a potência dos povos que integram a nossa América Latina.” – Jé Oliveira.
O Coletivo Labirinto nasceu em 2013, no ano das emblemáticas manifestações políticas pelo preço do transporte público (e que logo em seguida se pasteurizam em reivindicações genéricas e pouco objetivas), e acompanhou a transformação dos processos sociais no Brasil que culminaram na deposição da ex-presidenta Dilma Rousseff em 2016, no avanço das pautas neoliberais e na discussão um tanto incerta sobre os rumos políticos do país.
O grupo pôde, com isso, perceber semelhanças entre essa trajetória e a de seus países vizinhos – com disputas políticas igualmente polarizadas, avanço de medidas econômicas similares e o crescimento de um pensamento conservador também assentado na moral. Dessas observações e vivências – no cotidiano e nas suas ações criativas -, conseguiu amadurecer a necessidade de entender-se como brasileiro e latino-americano, não uma coisa pela outra.
Duração
80min
Classificação
14 anos
Ficha Técnica
DIREÇÃO, DRAMATURGIA E TEXTOS: Jé Oliveira
ARTISTAS CRIADORES: Abel Xavier, Carol Vidotti, Emilene Gutierrez e Lua Bernardo (musicista)
ASSISTÊNCIA DE DIREÇÃO: Éder Lopes
INTERLOCUÇÃO ARTÍSTICA : Georgette Fadel e Wallyson Mota
DIREÇÃO MUSICAL: Maria Beraldo
VÍDEOS E PROJEÇÕES: Laíza Dantas
ILUMINAÇÃO: Wagner Antônio
FIGURINO: Éder Lopes
TEXTO ÁUDIO: Abel Xavier e Jé Oliveira
INTÉRPRETE DE LIBRAS: Fabiano Campos
DESIGNER GRÁFICO: Alexandre Caetano – Oré Design
ASSESSORIA DE IMPRENSA: Pombo Correio
FOTOS: Mayra Azzi
ASSISTÊNCIA DE PRODUÇÃO: Luiza Moreira Salles
PRODUÇÃO EXECUTIVA: Coletivo Labirinto
DIREÇÃO DE PRODUÇÃO: Carol Vidotti
Serviço
TEATRO CACILDA BECKER
DATAS: 25/03 a 17/04
HORÁRIO: Sexta e Sábado às 21h e Domingo às 19h
Dias 08, 09 e 10 de abril com intérprete de LIBRAS.
VALOR DO INGRESSO: Gratuito – presencial
Mais informações em: www.coletivolabirinto.com.br
@coletivo.labirinto
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Verônica Kelly Moreira Coelho, natural de Caratinga/ MG, é mais conhecida no meio cultural e acadêmico como Verônica Moreira. Autora dos livros ‘Jardim das Amoreiras’ e ‘Vekinha Em… O Mistério do Coco’. Baronesa da Augustissima e Soberana Casa Real e Imperial dos Godos de Oriente. Acadêmica Internacional e Comendadora da FEBACLA – Federação Brasileira dos Acadêmicos das Ciências Letras e Artes e Delegada Cultural. Acadêmica Correspondente da ACL- Academia Cruzeirense de Letras. Acadêmica da ACL- Academia Caxambuense de letras. Acadêmica Internacional da AILB. Acadêmica Efetiva da ACL- Academia Caratinguense de Letras. Acadêmica Fundadora da AICLAB e Diretora de Cultura. Embaixadora da paz pela OMDDH. Editora Setorial de Eventos e colunista do Jornal Cultural ROL e colunista da Revista Internacional The Bard. Coautora de várias antologias e coorganizadora das seguintes antologias: homenagem ao Bicentenário do romancista e filosofo russo Fiódor Dostoiévski, Tributo aos Grandes Nomes da Literatura Universal e Antologia ROLiana. Instagram: @baronesa.veronicamoreira