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Novo e importante colunista no ROL: o professor doutor Ivan Fortunato, do IFSP

Conheça o professor que vai assinar uma nova coluna no nosso jornal

foto closeO professor Ivan Fortunato leciona no Instituto Federal, campus de Itapetininga. É pós-doutorado em Ciências Humanas e Sociais pela Universidade Federal do ABC. Doutor em Geografia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Rio Claro. Líder do Núcleo de Estudos Transdisciplinares em Ensino, Ciência, Cultura e Ambiente (NuTECCA) e do Grupo de Pesquisas Formação de Professores para o Ensino básico, técnico, tecnológico e superior (FoPeTec). Pesquisador do Laboratório de Estudos do Lazer (LEL). Editor da revista Hipótese e coeditor da Revista Internacional de Formação de Professores e da Revista Brasileira de Iniciação Científica. Ocupante da cadeira 37 do Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Itapetininga (IHGGI). Professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP), câmpus de Itapetininga. Contato: ivanfrt@yahoo.com.br.

 

Texto inaugural da coluna:

 

Educação e ideologia de gênero:
existem coisas de mulher e coisas de homem?

 

Eis minha estreia no Jornal ROL – Região On Line.

Sou professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia, o IFSP, aqui de Itapetininga.

Já estou nesta profissão há alguns anos e minha missão tem sido, prioritariamente, trabalhar com a formação de professores para a educação básica – para nossas escolas.

Há pouco, um tema antigo voltou à arena de debates, o qual escolho para iniciar nossas conversas: a ideologia de gênero ou, de forma mais simples, coisas de mulher e coisas de homem.

No ano de 1983, o cantor e compositor Pepeu Gomes já havia anotado que “ser um homem feminino, não fere meu lado masculino” (2). Quatro décadas atrás, esse artista já colocava em xeque questões relacionadas à ideologia de gênero, deixando registrado que “fazer coisas de mulher” não o tornaria menos homem.

Posso dizer que concordo, mas, passados trinta e poucos anos (tanto da canção quanto da minha própria existência) desejo ampliar essas ideias tecidas em versos.

Veja: Pepeu considerava que existiam coisas de mulheres e coisas de homem; particularmente, creio que tal distinção seja válida somente para aquilo que é natural, mas

não cultural.

Natural diz respeito a biologia do ser e, nesse sentido, homens e mulheres são diferentes e podemos considerar que existem coisas de homem e coisas de mulher. Por exemplo, a parte que cabe a cada um na perpetuação da espécie.

Cultural diz respeito a tudo aquilo que foi pensado e inventado pelo ser humano. Cabem, neste predicado, os papéis de homem e mulher na sociedade, definidos pela própria sociedade.

Ao tornar diferente as responsabilidades e as atitudes de homens e mulheres, criamos a divisão de tarefas, de gostos, de vestes, de trabalho etc. Com isso temos coisas como: o homem trabalha, a mulher cuida da casa; o homem assiste futebol enquanto a mulher vê novela; o homem vai para o bar e a mulher para o salão de beleza, o homem usa calças e a mulher usa saia… e assim vai.

E isso acontece desde antes do nascimento, quando a família escolhe o enxoval azul para menino ou rosa para menina.

Daí, essa diferença prossegue (e persiste) a vida toda, sendo que na infância, por exemplo, meninas brincam de bonecas e casinha, e os meninos de bola e carrinhos. Até mesmo cursos universitários apresentam certa distinção entre cursos mais “femininos”, como as artes e as humanidades, e os mais “masculinos”, como as engenharias e as ciências exatas.

Quando adultos, nos deparamos com profissões para homens, como carregar peso, e para mulheres, como cuidar de crianças.

Nada disso, reitero, é natural. Isso porque cores de roupa, brinquedos, cursos universitários, profissões… é tudo parte da cultura, assim como é cultural a ilusão de que há coisas de homens e coisas de mulheres. Até mesmo cabelos compridos que, provavelmente, no começo dos anos 1980 eram coisa feminina, não tornavam o cantor Pepeu Gomes menos masculino.

Com isso, espero demonstrar, ao longo de nossos bate papos aqui nesta coluna sobre educação, que homens e mulheres são pessoas, e que podemos fazer as coisas de pessoas que gostamos e temos vontade.

Particularmente, como professor de professores, reiteradamente essas questões sobre o que é de menino e de menina (de moça e de rapaz, de mulher e de homem) aparecem nas aulas, nos congressos, nas palestras, nas conversas de corredor, nos textos que lemos… enfim, é tema de escola e, portanto, precisa ser incluído nas salas de aula de Formação de Professores, pois nosso ofício está muito além de ensinar coisas de português, matemática, geografia, física, química, artes, mas tratar de coisas da vida coletiva, permitindo que as mais diversas expressões de identidade tenham lugar na sociedade.

Por enquanto, é isso.

Ivan Fortunato

Helio Rubens
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