João Maria Matilde, obra resultado de residência literária em Portugal, será publicada em maio; livro é o quarto lançamento do novo selo do Grupo
“– Procuro Matilde, a filha do João Maria.
Sim, Matilde sou eu, mas filha de quem? Eu não entendo o que esse homem está me dizendo, ele fala rápido, e é estranho, a minha língua que não é a mesma. […] Ele me pede um endereço de e-mail, e essa agora sou eu: alerta, estática, quase catatônica, sentada à frente do computador, atualizando a tela inicial a cada cinco ou seis segundos. Quando a mensagem chega, ela diz a mesma coisa, que procuravam a filha do João Maria e eu ainda não sabia que era eu.” IMAGENS EM ALTA RESOLUÇÃO: Marcela Dantés – crédito Rafael Motta + João Maria Matilde – crédito Estúdio Tertúlia É com um telefonema que a escritora mineira Marcela Dantés, finalista dos Prêmios Jabuti e São Paulo de Literatura 2021, abre seu novo romance, João Maria Matilde, lançamento da Autêntica Contemporânea. Resultado da residência literária em Portugal, no FOLIO (Festival Literário Internacional de Óbidos) de 2016, o livro é uma das quatro obras selecionadas para inaugurar o selo, que vai se dedicar a autores contemporâneos de ficção nacionais e estrangeiros, com especial atenção aos latino-americanos. João Maria Matilde estará disponível para venda exclusiva na Livraria Dois Pontos entre os dias 1 e 10 de maio. A partir de 11 de maio, poderá ser adquirido em livrarias e e-commerces de todo o país. O primeiro lançamento presencial acontecerá em Belo Horizonte, cidade natal da autora, em 4 de junho, às 11h, na Livraria da Rua (R. Antônio de Albuquerque, 913 – Funcionários, Belo Horizonte/MG). A HISTÓRIA João Maria Matilde conta a história de Matilde, uma mulher forte e independente que pensava ser filha de pai desconhecido e, perto dos quarenta anos, recebe um telefonema que desorganiza sua vida. O português João Maria é seu pai, já está morto e deixou um testamento, a ser lido com data e hora marcada em uma pequena vila além-mar. Deixando no Brasil o namorado, Abel, e Beatriz, a mãe, que sofre com um Alzheimer precoce, a protagonista, já em Portugal à espera da leitura do testamento, faz um mergulho tão inesperado quanto solitário em seu passado desconhecido. Psicologicamente fragilizada, Matilde se vê obrigada a enfrentar seus maiores medos, síndrome do pânico e alguns delírios que insistem em aparecer quando ela mais precisa de lucidez. Na busca por suas origens, é na terra do pai que ela encontra uma versão surpreendente, emocionante e transformadora de si mesma e de sua história. A batalha interna da protagonista é um dos pontos que a escritora destaca na obra. O outro é o espaço, que funciona quase como um personagem devido à sua importância na narrativa. “Matilde entra em uma cidade com pouquíssimos habitantes, que tem uma muralha à sua volta. Isso tem um impacto na mente dela, de estar ‘aprisionada’. À medida em que ela deixa a muralha, ela faz descobertas. A cidade é uma metáfora para o que ela está passando”, explica a autora. A ORIGEM João Maria Matilde nasce da residência literária que Marcela fez em Portugal, em 2016. A escritora passou três meses na cidade de Óbidos, como parte do programa do FOLIO (Festival Literário Internacional de Óbidos), a convite do escritor José Eduardo Agualusa, curador daquela edição. “Quando eu cheguei lá, ainda não sabia o que ia escrever, mas a ideia apareceu muito cedo. Tive um modelo de trabalho que, acho, é o sonho de todo escritor: ao contrário da rotina que tenho na minha casa, que envolve levar o filho na escola, passear com o cachorro, arrumar a casa, enfim, uma rotina em que escrevo quando dá tempo, em Óbidos eu pude pensar única e exclusivamente nesse romance, tive uma imersão completa, o que foi uma experiência muito rica. O livro tem um aspecto que eu gosto muito: são as descrições dos lugares, das comidas, das coisas que são muito características de Portugal e acabam por ser, de alguma forma, uma homenagem ao que vivi lá”, conta a escritora. De volta ao Brasil, Marcela trabalhou por dois anos no livro, até engavetá-lo esperando um momento melhor para escrever sobre questões psicológicas e psiquiátricas, retomando e finalizando-o no ano passado, quando se sentiu pronta para enfrentar temas tão profundos. Foi também em 2021 que a carreia de Marcela Dantés deu um salto: a autora foi finalista de duas das mais prestigiadas premiações literárias brasileiras, Prêmio Jabuti e Prêmio São Paulo de Literatura, com o romance de estreia Nem Sinal de Asas (Editora Patuá). O novo selo Autêntica Contemporânea marca o 25º aniversário da casa editorial de renomada tradição na publicação de clássicos com um projeto inteiramente dedicado à literatura contemporânea. Junto a Marcela Dantés, outros três escritores terão livros publicados neste mês: o francês Olivier Bourdeaut, o argentino Federico Falco e a equatoriana Mónica Ojeda. “A Autêntica é uma casa que eu sempre admirei, e o mercado está precisando de editoras que tenham um recorte contemporâneo. Então, ter sido convidada para esse selo e, principalmente, fazer parte do grupo de lançamento de uma seleção tão cuidadosa é uma honra muito grande. Esse livro é muito especial para mim e fico emocionada ao vê-lo em uma casa editorial tão consistente e de tanta qualidade. Acredito que esse selo chegará muito forte ao mercado, com livros potentes, narrativas muito interessantes e fico mais uma vez honrada por estar tão bem acompanhada neste grupo de escritores”, comenta Marcela. Marcela Dantés nasceu em Belo Horizonte, em 1986. Estudou Comunicação Social na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e é pós-graduada em Processos Criativos em Palavra e Imagem, pela PUC Minas. Pela PUC Rio Grande do Sul, cursou a Oficina de Escrita Criativa de Luiz Antônio de Assis Brasil. É autora da coletânea de contos Sobre pessoas normais (2016), obra semifinalista do Prêmio Oceanos 2017. Nem Sinal de Asas, seu primeiro romance, foi finalista do Prêmio Jabuti de Literatura 2021 e do Prêmio São Paulo de Literatura. JOÃO MARIA MATILDE Autoria: Marcela Dantés Páginas: 160 Formato: 14 x 21 cm ISBN: 978-65-5928-151-0 LANÇAMENTO Com sessão de autógrafos Data: 4 de junho, às 11h Local: Livraria da Rua (Antônio de Albuquerque, 913 – Funcionários, Belo Horizonte)
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Verônica Kelly Moreira Coelho, natural de Caratinga/ MG, é mais conhecida no meio cultural e acadêmico como Verônica Moreira. Autora dos livros ‘Jardim das Amoreiras’ e ‘Vekinha Em… O Mistério do Coco’. Baronesa da Augustissima e Soberana Casa Real e Imperial dos Godos de Oriente. Acadêmica Internacional e Comendadora da FEBACLA – Federação Brasileira dos Acadêmicos das Ciências Letras e Artes e Delegada Cultural. Acadêmica Correspondente da ACL- Academia Cruzeirense de Letras. Acadêmica da ACL- Academia Caxambuense de letras. Acadêmica Internacional da AILB. Acadêmica Efetiva da ACL- Academia Caratinguense de Letras. Acadêmica Fundadora da AICLAB e Diretora de Cultura. Embaixadora da paz pela OMDDH. Editora Setorial de Eventos e colunista do Jornal Cultural ROL e colunista da Revista Internacional The Bard. Coautora de várias antologias e coorganizadora das seguintes antologias: homenagem ao Bicentenário do romancista e filosofo russo Fiódor Dostoiévski, Tributo aos Grandes Nomes da Literatura Universal e Antologia ROLiana. Instagram: @baronesa.veronicamoreira