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Sergio Diniz da Costa: 'ETÉREAS: MEUS DEVANEIOS POÉTICOS – II'

Sergio Diniz da Costa: ‘ETÉREAS: MEUS DEVANEIOS POÉTICOS – II’

 

Sergio Diniz da Costa
Sergio Diniz da Costa

ETÉREAS: MEUS DEVANEIOS POÉTICOS – II

(COSTA, Sergio Diniz da. Etéreas: meus devaneios poéticos.

Sorocaba/SP: Crearte Editora, 2012)

 

NATURÁLIA

A flor enrubesceu

Ao beijo do colibri

E duas lágrimas rolaram

De timidez e de emoção!

 

(Poema classificado em 2.ª lugar no Concurso

de Poesias de Piedade/SP, em 1993)

 

…………………………………………………………………

C R I A Ç Ã O

 

Meus versos, minha poesia

Não me pertencem:

Faço-me instrumento

De vidas alheias

De alheios sentimentos.

Sento-me no Banco da Vida

E transcrevo o grande poema

Dos homens

E dos deuses!

Minhas linhas são minha efígie

No anverso e reverso

Da moeda do tempo;

Crio vidas já nascidas

Sou senhor de alforriados

Pastor sem rebanho.

 

Meus versos, minha poesia

Não me pertencem:

Sendo a vida luz

Sou iluminado

E ilumino

Por minha vez!

 

………………………………………………….

 

VÉRTICE  DIVINO

Durante milênios

Sentei-me na relva do mundo

E perscrutei as estrelas

Em busca de outros seres.

Durante milênios

Ao lado de pequenina semente

Reguei minha imaginação

Buscando formas

Procurando respostas.

 

Durante milênios

As estrelas cintilaram

E a roda do universo girou

Mas meus olhos cegos

Somente viram sombras

Da realidade tão perto.

 

Durante milênios

Voei o voo raso

Dos desencontros

Sentei-me no topo do mundo

E somente vi desolação.

 

Durante milênios

O mundo sulcou minh’alma

E descerrou minhas ilusões

E a semente da vida

Agora em botão

Mostrou-me os seres

Que há muito

Davam-me as mãos.

 

……………………………………………………

 

 

PEREGRINAÇÃO

 

Sobre o Himalaia da imaginação

Além, muito além das insondáveis alturas,

Através da névoa dos tempos, das eras,

Navega o peregrino das estrelas

Viajante do tempo, das dimensões.

 

Além, muito além das insondáveis alturas,

Num mergulho nas dimensões interiores,

Céu e Terra se fundem na imensidão

Do cosmos, do infinito, dos universos.

 

Através da névoa dos tempos, das eras,

Quantas roupagens, quantos fardos, quantos encontros.

Ascender, ascender, ascender,

Sempre e sempre, rumo ao amanhecer

D’outras existências, d’outras transcendências.

 

Sobre o Himalaia da imaginação

Além, muito além das insondáveis alturas,

Através da névoa dos tempos, das eras,

Navega o peregrino das estrelas

Noutras certezas, noutros encantos, noutros encontros.

 

…………………………………………………………………………….

 

 

METÁFORA

 

A imensidão é meu destino

A plenitude, meu regaço.

Por tantas terras percorri

Por tantas existências eu vivi.

 

Tenho por inevitável fado

O desabrochar da luz

Da luz que arde, da luz que queima,

Qual fogo amigo em noites frias

Aquecendo reminiscências.

 

Tenho por horizonte o infinito

E em meu caminhar alígero

A pressa de chegar;

Chegar ao portos d’outras conquistas.

 

A imensidão é meu destino,

A plenitude, meu regaço.

Nesta cósmica metáfora

Fecho as portas do passado

Pois sou futuro,

Neste eterno agora!

 

……………………………………………….

 

 

CRISTÁLIDA

 

Cristal, crisálida, cristálida

Desabrochar da luz

Em pétalas, em néctar, em sóis.

 

Explosão de auroras boreais

Despertar de mágicos cristais

Cristal, crisálida, cristálida

Sob os brilhos astrais, vendavais

De sons, de cores, de flores.

 

Nave luminosa, em voo final

Sonho de amores, sonhos siderais

Cristal, crisálida, cristálida

Sob as vestes angelicais

Fluir, fluir, além dos Portais

 

………………………………………………..

 

 

ESPELHO

 

Quando o tempo tatuar meu corpo

Com as rugas da idade

E o espelho refletir minha imagem

Tão estranha aos ares da mocidade

Que verão meus olhos cansados?

Uma vítrea personagem sem alma

Dublando um resto de vida?

Uma alma esculpida em bronze

Afrontando, sobranceira,

O inevitável Mistério?

 

As linhas tão profundas

Sulcando minha matéria frágil

Aumentarão a luz

De minha candeia íntima

Transformando minh’alma

Prenhe de liberdade

Num candeeiro sem fim?

 

Ó Tempo, eterno coletor de débitos!

Que me cobrará teu aguçado desígnio?

 

Quando o Tempo tatuar meu corpo

Com as rugas da idade

E minha imagem diluída no espelho

Perder o alento de quem se mira

Indagarei aos anos idos:

Que espectro me reveste o presente:

Anjo ou demônio?

 

Quando o Tempo tatuar meu corpo

Com as rugas da idade

E no espelho não houver imagem

Que me cobrará a Vida?

Com que peso ou leveza

A Pena da Eternidade

Lavrará minha sentença?

 

………………………………………………………………

 

HOMENAGEM  A  VINICIUS

 

Não quero rir meu riso

Nem derramar meu pranto em vão,

Por vãos gemidos.

 

Quero, sim, rir meu riso

E derramar meu pranto

Por vãos d’almas afins.

 

Não viverei vãos momentos

E por tudo serei atento

Pra me lembrar da vida

Que é eterna, ainda que chama

E infinita em si mesma.

 

……………………………………………………….

 

 

V A T I C Í N I O

 

Enquanto o belo

For estandarte;

O ideal

Profissão,

O canto do poeta

Será semente

Fecundando

A escuridão!

 

Helio Rubens
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