setembro 07, 2024
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Élcio Mário Pinto: Um arco-íris literário

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Em pouco mais de uma década, 70 livros! Para Élcio Mário Pinto, o Céu Literário é o limite

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Entrando na Máquina do Tempo, me recordo de um outubro de 2013, quando recebi um honroso convite: prefaciar o livro ‘Cronicranças 1 – Crônicas para crianças – perguntanças e resposteiras’ (um trava- língua pra ninguém botar defeitos), primeiro livro do amigo Élcio Mário Pinto. Um supervisor de ensino da Rede Pública de Ensino de Votorantim (SP), que, antes, fora professor, coordenador pedagógico e diretor. E, naquele momento, oficialmente iniciando a carreira de ESCRITOR!

Feito um rastilho de pólvora, em pouco mais de uma década Élcio Mário Pinto tem ateado fogo literário, para todos que querem ser aquecidos pelo conhecimento e pelo prazer da leitura.

Saiba mais sobre o escritor angatubense, radicado em Sorocaba (SP), que faz das letras seu Tapete Mágico, e convida seus leitores a viagens literárias inesquecíveis!

JCR – Élcio, você lançou o primeiro livro (Cronicranças 1 – Crônicas para crianças – perguntanças e resposteiras) em novembro de 2013. Em pouco mais de uma década, está lançando o 70º (‘Palhaçuna’ – https://jornalrol.com.br/?p=66819). A quê você atribui essa surpreendente produção literária?

EMP – Escrever e viver, para mim, unem-se numa mesma realidade. Não separo a escrita da vida. Para escrever, observo e ouço, concentro-me e me sinto ligado à Natureza como quem quer aprender para ser e oferecer o que possa ter de melhor. É assim que me faço para escrever. É assim que as letras pulsam e invadem meus pensamentos e sentimentos. É assim que respiro! Além do sentir, há o estímulo externo, pois conto com a parceria envolvendo a Crearte Editora, de Sorocaba-SP, na pessoa de sua proprietária Miriam Rangel e com o apoio cultural da Lexmediare – Câmara de Mediação e Estudos Ltda – por seu “braço” literário, LEXPUBLICA.


JCR – Neste livro, você homenageia Ariano Suassuna, que, diga-se de passagem, foi seu patrono na Academia Votorantinense de Letras, Artes e História. De onde vem a sua afinidade com Suassuna?

EMP – Da alegria e da sinceridade, da simplicidade e do vocabulário, dos exemplos e da valorização da Cultura. Minha bandeira é valorizar o que temos e sentimos, vivemos e compartilhamos. Afasto-me do estrangeirismo. Temos vocabulário que transborda e define o que somos e como percebemos as coisas, que indica o que compreendemos e passamos para as gerações, enfim, não precisamos de vocabulário externo para compreendermos o que nossa vida produz e nos deixa como herança.

Em Ariano é o que vejo: a valorização do que somos! Perdem-se no tempo minhas primeiras impressões ouvindo Suassuna, seu sotaque e seu raciocínio, que me traziam de volta minhas primeiras experiências com o ambiente rural, com os parentes mais velhos e me aproximavam, com certa facilidade, daquele modo de compreender, falar e escrever. Quando descobri que Ariano também era formado em Filosofia, aí, a aproximação completou-se, porque eu também fiz Filosofia.


JCR – Em relação a Friedrich Nietzsche, a homenagem se deu exclusivamente por ele ter inspirado você a escrever em modelo que se assemelha aos registros curtos do filósofo na obra ‘Assim Falou Zaratustra’, ou, também, pelo pensamento filosófico de Nietzsche?

EMP – No caso do livro ‘Palhaçuna’, sim, a inspiração foi exclusiva, ainda que eu faça menção ao escrito em “Zaratustra” com indicação a diversas passagens bíblicas. Queria me aproximar de Nietzsche, que nos desafia na crença que professamos, e escrever em seu modelo a partir do Palhaço de circo, tão valorizado por Ariano. Assim como o mestre, também creio e defendo que muitos mudariam de postura se conhecessem pessoas sérias e verdadeiras, que creem sem manipular e enganar a partir de uma fé de compra e venda, de ameaças e punições, de egoísmo e lucro. Infelizmente, o filósofo tinha realidades desabonadoras que o cercavam.  Ariano viveu outras experiências, positivas, e eu, posso dizer: a fé é maior do que qualquer instituição religiosa.


JCR – Voltando a Ariano Suassuna, sua afinidade com o escritor paraibano o levou a se tornar um ‘filho de Taperoá’, cidade natal de Ariano, uma vez que recebeu o título ‘Cidadão Taperoaense’. Em breves palavras, como se deu essa trajetória e de reconhecimento por seu trabalho literário? E, além de ‘Palhaçuna’, você tem novos projetos literários para com Suassuna e Taperoá?

EMP – A trajetória Sorocaba-Taperoá começou em 2016, quando as crianças da conhecida ‘Escolinha’ fizeram uma movimentação pela cidade em defesa do Meio Ambiente.  Sensibilizado por aquela atitude, convidei Adriana, minha esposa, e em 2017 fomos a Taperoá, que é a cidade da infância de Suassuna, para o lançamento de ‘Catulino Capilé’; voltamos em 2018 com ‘Ares de Ariano’; durante a pandemia de 2020, lançamos, virtualmente, ‘Tririri: trilogia pedagógica do Cariri’. Em outros títulos gente de Taperoá participou com prefácio, entrevista, fotos, enfim, ao todo, são 13 livros envolvendo o querido ‘Torrão’.

Ariano nasceu em João Pessoa, que chamava-se Paraíba, capital do estado. Desde que chegamos em Taperoá, o acolhimento foi imediato! Verdadeiramente, o(a) nordestino(a) é acolhedor(a)! Aliás, é a letra do hino da cidade referindo-se ao estado da Paraíba. Quanto a novos projetos, sim, diversos! Para cada ano de viagem, ao menos um título é lançado na querida ‘Terra das Andorinhas’. Para 2025, a publicação será a quatro mãos: Adriana e eu escreveremos em homenagem à querida terra que nos acolheu. Já recebi pedido – multiplicado –  de criança(s) da zona rural de Taperoá: escrever um livro para homenagear sua escola. 


JCR – Em fevereiro de 2017 você concedeu entrevista para o Jornal ROL (https://jornalrol.com.br/?p=8397), na qual, ao se autodefinir, registrou ter aprendido a língua dos insetos; gostar de ambientes calmos; preferir chuva; sentir-se à vontade em cemitérios; relacionar-se bem com as crianças e preferir as escadas aos elevadores. Quais projetos literários refletem a sua preferência?

EMP – Minha escrita indica e aponta, apresenta-se e revela o que sinto, como me sinto e sou.   A Caravana Literária, que desenvolvemos desde 2015 e está em sua 15ª edição neste ano de 2024, comprova que os cenários, personagens, pessoas e ambientes, tudo converge para tais preferências. Ultimamente tenho pensado que se pudesse escolher, viveria em ambiente aquático e não em terra. É assim em relação aos livros sobre as aves-símbolos, homenagens às pessoas, e especialmente, no contato com as crianças. A sinceridade misturada à inocência nos diz o que, de fato, é importante na vida. 


JCR – Ainda falando em projetos literários (O Escritor em Todos os Cantos; O Escritor na Casa do Leitor; Aves-Símbolos: Minha Casa tem asas; Vota Asas, Escola; Da cidade; Aves Fabulosas do Brasil e Caravana Literária), quais os que continuam em execução? E qual deles tem tido retorno mais expressivo?

EMP – Todos eles continuam ativos! Sobre o retorno mais expressivo, depende do que é apresentado para qual público. Por exemplo: se trato de ave-símbolo numa escola, o envolvimento dos alunos é imediato e com tamanha dedicação, que concluo, sim, é o que temos a fazer, então, vamos fazer! Foi o que aconteceu em Itapetininga-SP com a Escola Municipal de Ensino Fundamental ‘Profª Maria Cecília Rolim Nalesso’. As crianças e a equipe escolar envolveram-se tanto, que lá lançamos, com intensa participação de todos, o livro ‘O sonho de Maria Cecília’. A ave-símbolo da escola é a Maritaca. As pessoas gostam que o autor leia para elas e se for na casa, melhor ainda!

Angatuba é a 1ª cidade do estado de São Paulo a ter sua ave-símbolo por lei municipal, a ‘alma-de-gato’; Votorantim, a 2ª, com a ‘noivinha’.  São projetos nossos. Para Itapetininga e Sorocaba, também ofereci: o ‘canarinho-da-terra’ e o ‘bem-te-vi’, respectivamente. Independente de ser lei, vale o envolvimento da comunidade social para valorizar seu Ambiente nos alados que tanto admiramos e devemos proteger. Digo orgulhoso que a Literatura é como o visto do(a) professor(a) no caderno do(a) aluno(a): o retorno é expressivo e imediato! Cabe lembrar que o projeto Caravana Literária, hoje, tem o logotipo, exclusivo, criado pelo taperoaense, Prof. Felipe Sérvulo, que é artista e astrônomo.


JCR – Dentre os 70 livros lançados, qual é o de sua preferência? Por quê?

EMP – Talvez seja a pergunta mais difícil para responder. Depende da situação e da época vividas. Por exemplo: estando em Taperoá no mês de abril de 2024, sem dúvida, o livro ‘Três Vezes Taperoá’, lançado na Biblioteca Municipal ‘Ariano Suassuna’ me impactou muito! São relatos e fotos de nossa viagem de 2023 ali retratados. Lançamos outros títulos em Taperoá. Aqui, menciono para um breve destaque.

Em Angatuba-SP, minha terra natal, lançando o livros ‘Mestre Sapateiro’ e ‘Alma-de-gato: protegendo os vivos!’, o impacto foi em outra direção e me fizeram derramar lágrimas com o teatro apresentado. Em 2018 com ‘Porque não fui padre!’ e em 2020 relançado com mais informações e pesquisas, retratando minha vida de seminarista pela então Diocese de Sorocaba entre 1985 e 1991 para responder: o que aconteceu para não ser padre? Agora, para o dia 16/06/2024, domingo, quando lançaremos ‘Palhaçuna’, devo dizer que é o livro mais denso e com significados especiais por envolver, diretamente,  a Filosofia e a nobre arte circense no(a) palhaço(a). Só em falar já me sinto emocionado!


JCR – Nessa década de produção literária, que retorno você tem tido de seus leitores? Cite algum exemplo.

EMP – Com as crianças o retorno é imediato: quero ser como você; quero escrever livros; quero aprender a ler e a escrever… Com os adultos, a surpresa pelas pessoas e pelos lugares homenageados. Em fevereiro passado, homenageando meu querido amigo e colega de trabalho, o Prof. Dr. Edson Segamarchi dos Santos no livro ‘Tosté’, pude retomar minha adolescência e repassar pela história da minha vida ouvindo os relatos daquele homem voltando à sua infância em Sorocaba dos anos 1970. Então, o retorno é grandioso, repleto de verdadeiros presentes que a Literatura oferece e que a amizade alimenta!


JCR – Sobre quais temas seus projetos literários futuros abordarão?

EMP – Para o mês de setembro lançaremos ‘Porque fui professor’, retratando meus 30 anos na Educação (1993-2023), volume 1; em outubro será um livro retratando a turma de magistério da Escola Estadual ‘Ivens Vieira’, Angatuba-SP, na comemoração de 40 anos de formatura: 1984-2024. Para dezembro, ‘Nhô Bosco’, um centenário cheio de histórias e experiências para compartilhar.

Outros títulos, que seriam lançados neste ano, aguardam para 2025: aves-símbolos de escolas; homenagem ao grande cururueiro de Angatuba e região, o Joinha; os 10 anos da homenagem a Iguape no livro ‘A Fonte’ (2014-2024); e outros mais. Se houvesse tempo, lançaria um livro por mês. Aliás, em março do ano que vem teremos um livro em homenagem ao herdeiro de Hélio Rubens, do ROL, nosso querido Sergio Diniz da Costa.  Aos(às) leitores(as), aguardem boas surpresas!


JCR – Palavras finais aos leitores do Jornal Cultural ROL.

EMP – Escrevo porque não saberia viver sem fazê-lo. Se não pudesse, mecanicamente falando, ditaria para alguém. Vivo rodeado pelas letras, que assim como as notas musicais para os artistas da Música, povoam meus pensamentos e sentimentos. Escrevo porque quero compartilhar o que a Natureza, tão generosamente, me oferece! Escrevo para dizer às crianças, jovens e adultos: escrevam também! Toda vida deve ser escrita! Eis nosso legado para as gerações e para o planeta. Pelas letras, cada coração deve bater valorizando a convivência de respeito às diferenças, sem ameaças, manipulações e mentiras, e acima de tudo, na crença de que somos importantes para o Universo! Então, leitor(a), ESCREVA!

Élcio Mário Pinto, 25/05/2024, o ‘Filho da Fortunato!’

Livros com temática de Taperoá

Livros com temática de Taperoá
Livros com temática de Taperoá
Três vezes Taperoá
Capa do livro ‘Três Vezes Taperoá’
Picos de Histórias
Convite de lançamento do livro ‘Picos de História’
Convite de lançamento do livro ‘Três Vezes Taperoá’
Capas, respectivamente, dos livros ‘Mestre Sapateiro’ e ‘Alma de Gato: Protegendo os vVvos’
Convite do livro ‘Aves Fabulosas do Brasil’
Capa do livro ‘Porque não fui Padre’
Prêmio Sorocaba de Literatura 2015
O autor, com algumas de suas obras
Sergio Diniz, Élcio Mário Pinto, Adriana Rocha e Míriam Rangel

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Sergio Diniz da Costa
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