Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo:
‘Fé, devoção e afecto a Nossa Senhora de Fátima’
Entre as várias e muitas características do povo português, ainda e por enquanto, maioritariamente católico, é a sua Fé na Virgem de Fátima, a cujo Santuário acorrem, diariamente, em número relativamente significativo, aumentando aos fins-de-semana, tendo o seu expoente máximo nos meses de Maio, Outubro e Agosto, porque se celebram as aparições e no verão é quando se regista o maior número de emigrantes portugueses e peregrinos de outras nacionalidades, respetivamente, com destaque para os brasileiros.
Os portugueses, na verdade, são um povo crente e o apego a Deus e aos Santos verifica-se a cada momento, nas mais diversas e complexas circunstâncias, de tal forma que, mesmo algumas daquelas pessoas que se autointitulam de não-crentes, agnósticas, ateias e outras posições, algumas das quais de duvidosa consistência religiosa, na verdade e quando em situações de grande desespero pessoal, familiar ou outra, no limite, sempre acabam por pronunciar, pelo menos, o nome de Deus: “Vala-me Deus”; “Deus me acuda”, ou de uma figura santificada: “Nossa Senhora me defenda, proferindo, portanto, o nome da/o santa/o a quem podem ajuda em troco, muitas vezes, do cumprimento de uma promessa.
Escusado será referir que toda e qualquer pessoa bem-formada, acatadora das ideias, convicções e comportamentos do seu semelhante, a atitude mais adequada é a de total respeito pela religião professada, concordando, ou não, partindo, sempre, do princípio que não existe radicalismo, fundamentalismo e ações violentas, por parte de quem se diz praticante de uma dada confissão religiosa.
Numa sociedade democrática, na qual a liberdade de expressão e de religião são direitos consagrados constitucionalmente, na respetiva Lei Fundamental, eles, os direitos, devem ser escrupulosamente exercidos, com equilíbrio, moderação e igual respeito pelas posições daquelas pessoas que, não sendo crentes, nem professando nenhuma religião, acatam, contudo, o comportamento dos crentes católicos, neste caso e em geral, mas também de outras confissões religiosas.
Em Portugal, o Mês de Maio está consagrado como sendo um período “Mariano”, dedicado a Nossa Senhora de Fátima, porque foi em treze de Maio de mil novecentos e dezassete que teria ocorrido a primeira aparição da Virgem aos três pastorinhos: Lúcia, Jacinta e Francisco, na Cova da Iria, em Fátima, para, em Outubro do mesmo ano, nova aparição se ter repetido.
De então para cá, a Fé, a devoção e o apego à Senhora de Fátima evoluíram exponencialmente, de tal forma que: quer as instalações anexas à Capelinha das Aparições, como o imponente Santuário Mariano, quer as infraestruturas instaladas para acolher os peregrinos, quer as vias de comunicação e acesso, quer, ainda, a indústria hoteleira e de restauração, bem como o turismo religioso, beneficiaram de um incremento jamais equiparável noutras localidades portuguesas, em tão pouco tempo, o que não retira as convicções de quem recorre a Nossa Senhora de Fátima, em situações de maior aflição na vida e/ou para agradecer alguma “Graça” recebida, e isso tem de se respeitar.
Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo
Presidente Honorário do Núcleo Académico de Letras e Artes de Portugal
Contatos com o autor
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Natural de Venade, uma freguesia portuguesa do concelho de Caminha, é Licenciado em Filosofia – Universidade Católica Portuguesa; Mestre em Filosofia Moderna e Contemporânea – Universidade do Minho – Portugal e pela UNICAMP – Brasil; Doutorado em Filosofia Social e Política: Especialização: Cidadania Luso-Brasileira, pela FATECBA; autor de 14 Antologias próprias: 66 Antologias em coedição em Portugal e no Brasil; mais de 1.050 artigos publicados em vários jornais, sites e blogs; vencedor do III Concurso Internacional de Prosa – Prémio ‘Machado de Assis 2015’, Confraria Cultural Brasil – Portugal – Brasil; Prêmio Fernando Pessoa de Honra e Mérito – Literarte – Associação Internacional de Escritores e Artistas do Brasil’ 2016; Vencedor do “PRÊMIO BURITI 2016”; Vencedor do Troféu Literatura – 2017, ‘ZL – Editora’ – Rio de Janeiro – Brasil, com o Melhor Livro Educacional, ‘Universidade da Vida: Licenciatura para o Sucesso’; Cargos: Presidente do NALAP – Núcleo Acadêmico de Letras e Artes de Lisboa; ; Condecorações: Agraciado com a ‘Comenda das Ciências da Educação, Letras, Cultura e Meio Ambiente Newsmaker, Brasil’ (2017); Título Honorífico de Embaixador da Paz; Título Nobiliárquico de Comendador, condecorado com a ‘Grande Cruz da Ordem Internacional do Mérito do Descobridor do Brasil, Pedro Álvares Cabral’ pela Sociedade Brasileira de Heráldica e Humanística; Doctor Honoris Causa en Literatura” pela Academia Latinoamericana de Literatura Moderna y la Sociedad Académica de Historiadores Latinoamericanos.