Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo
‘Respeito pelos direitos dos trabalhadores’


às 08:05 PM
Os trabalhadores, em geral: sejam do setor privado, sejam funcionários públicos, devem ser incentivados, terem todas as condições possíveis e legais para poderem em qualquer momento das suas carreiras profissionais, concorrer a cargos de maior destaque, que envolvam mais responsabilidade, mas também que facilitam a ascensão a melhores salários e estatuto socioprofissional mais elevado, com valorização pessoal, na família, na sociedade e prestígio social.
Igualmente devem estar preparados para, periodicamente, serem avaliados, e reunirem as melhores condições, designadamente, para as promoções por mérito excecional, considerando, conjugadamente, vários critérios de ascensão: antiguidade, habilitações literárias adquiridas ao longo da carreira na instituição, formação profissional, modernização das boas-práticas, polivalência, assiduidade, pontualidade, lealdade à instituição e seus dirigentes, entre outros.
A competição sadia, inter pares, constitui uma forma dinâmica de estar na vida profissional, e dignifica o funcionário, o qual adquire respeitabilidade, que lhe advém das diversas competências que vai acumulando, ao longo da sua carreira, e as coloca ao serviço do público, do crescimento e prestígio da instituição.
Um cuidado muito especial precisam ter os dirigentes, no sentido em que, sempre que houver um lugar de nível superior, devem: primeiro, convidar o pessoal da ‘casa’, para ocupar tal cargo e, se for necessário, dar formação àqueles que possam reunir condições; para, e só depois, caso não haja ninguém interessado, abrir concurso público.
O executivo municipal, bem como todos os titulares de cargos superiores, obviamente, devem ser os primeiros a dar exemplos do exercício daqueles princípios, sob pena de efetuarem avaliações incorretas, injustas e, eventualmente, ilegais dos seus subordinados hierárquicos.
Além disso, conceber, e implementar, um sistema de avaliações imparcial, justo, oportuno e legal, é outra medida que se impõe, cada vez com mais acuidade, porque será pelo trabalho, conjugadamente com outros fatores, que o funcionário terá condições de progredir na sua carreira, e na vida, proporcionando à própria família, as melhores condições de bem-estar, em todos os domínios.
A maioria das pessoas, aspira evoluir na vida, ter uma situação económica sustentável, e confortável, um futuro promissor. O trabalho, com todas as suas envolventes: estudo, habilidades técnicas, cultura, princípios e valores, constitui, por isso mesmo, o grande propulsor do desenvolvimento, da dignidade humana, e da consolidação, sempre em crescendo, da economia, logo, tem de ser avaliado com objetividade, imparcialidade e justiça.
Hoje em dia: «O progresso económico torna-se o paradigma em todos os domínios – económico, político, cultural – e a organização racional do trabalho, entendida como a única maneira correta de se atingir os fins desejados, passa a se estender a todos os domínios da vida. O trabalho que em todos os tempos constitui o imperativo moral ou económico estruturador do dado social, com a ideologia do progresso, tende a se tornar uma atividade instrumental.» (TEXEIRA, 1990:60).
Acredita-se que a maioria das instituições: públicas, privadas e cooperativas; solidariedade e humanitárias; filantrópicas e não-governamentais; ou de qualquer outra natureza e fins, não deseja ter ao seu serviço um batalhão de trabalhadores, semi-operacionais, desatualizados, desmotivados, nada dignificados, e, muito menos, desrespeitados. Também não se acredita que a maioria dos profissionais que, como tal desejam ser considerados, queira viver profissional e civicamente em tais situações.
Poderá, inclusivamente, constituir uma ofensa ao trabalhador, enquanto tal, e às suas dignidades profissional e pessoal, não lhe serem dadas oportunidades e condições para desenvolver-se como pessoa e como profissional, situação que pode ocorrer, numa qualquer instituição, quando os recursos são escassos, quando os departamentos são numerosos e se admite pessoal: que não é necessário, que não é qualificado, e que depois fica numa posição de indefinida estagnação profissional, com todas as más consequências daí resultantes.
Um quadro de pessoal, ajustado aos fins/objetivos da instituição, parece ser a estratégia correta, e até a mais justa, tendo em conta os legítimos interesses de progressão profissional, na carreira de qualquer trabalhador, que possua brio e capacidade profissionais.
BIBLIOGRAFIA
TEIXEIRA, Maria Cecília Sanchez, (1990). Antropologia, cotidiano e educação. Rio de Janeiro: Imago Editora
Venade/Caminha – Portugal, 2025
Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo
Presidente do Núcleo Académico de Letras e Artes de Portugal
- Respeito pelos direitos do trabalhador - 7 de abril de 2025
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Natural de Venade, freguesia portuguesa do concelho de Caminha, é Licenciado em Filosofia – Universidade Católica Portuguesa; Mestre em Filosofia Moderna e Contemporânea – Universidade do Minho – Portugal e pela UNICAMP – Brasil; Doutorado em Filosofia Social e Política pela FATECBA; autor de 14 Antologias próprias: 66 Antologias em coedição em Portugal e no Brasil; mais de 1.050 artigos publicados em vários jornais, sites e blogs; vencedor do III Concurso Internacional de Prosa – Prémio ‘Machado de Assis 2015’, Confraria Cultural Brasil – Portugal – Brasil; Prêmio Fernando Pessoa de Honra e Mérito – Literarte – Associação Internacional de Escritores e Artistas do Brasil’ 2016; Vencedor do “PRÊMIO BURITI 2016”; Vencedor do Troféu Literatura – 2017; Cargos: Presidente do NALAP – Núcleo Acadêmico de Letras e Artes de Lisboa;; Condecorações: Agraciado com a ‘Comenda das Ciências da Educação, Letras, Cultura e Meio Ambiente Newsmaker, Brasil’ (2017); Título Honorífico de Embaixador da Paz; Título Nobiliárquico de Comendador, condecorado com a ‘Grande Cruz da Ordem Internacional do Mérito do Descobridor do Brasil, Pedro Álvares Cabral’ pela Sociedade Brasileira de Heráldica e Humanística; Doctor Honoris Causa en Literatura” pela Academia Latinoamericana de Literatura Moderna y la Sociedad Académica de Historiadores Latinoamericanos.