Bianca Agnelli
Nadia Bussacchini na XV Florence Biennale: uma poética de luz e sombra


Firenze, 21 de outubro de 2025. Conheci Nadia Bussacchini por acaso, em um daqueles intervalos sutis que precedem os eventos destinados a se transformar em lembrança coletiva. Na área teatro do Pavilhão Spadolini, na Florence Biennale, uma expectativa crescente tomava o ambiente: fileiras de cadeiras já estavam ocupadas, alguns técnicos davam os últimos retoques com a iluminação, e o murmúrio distante da Fortezza da Basso se preparando para receber Tim Burton – aguardado por todos nós com seis horas de antecedência – para receber o prêmio Lorenzo il Magnifico pela carreira.

Ela estava a poucos metros de distância, com um crachá que parecia pertencer à equipe. Perguntei-lhe uma informação qualquer, um gesto distraído para preencher a espera. Mas, em vez de uma resposta formal, recebi um sorriso e uma frase simples: “Sou artista.”
A partir daí, a conversa se abriu naturalmente. Ela me contou sobre suas obras, sobre o seu espaço expositivo em outro pavilhão, e me pediu – quase como uma brincadeira – para guardar o lugar dela. Mais tarde, quando a sala já estava cheia e o ar carregado de expectativa, ela voltou. Compartilhamos aquelas horas juntas, e formou-se uma conexão especial.
Após a cerimônia, fui ver seus quadros. Três telas, dispostas como um pequeno conto visual sobre maternidade, expectativas, realidade – e, sobretudo, sobre ser mulher.
Os títulos: Revelation, The Light Within, Contemplation.

Em Revelation, uma concha de náutilo emerge de um fundo escuro. É um objeto antigo, quase sagrado, uma espiral perfeita que guarda o mistério do crescimento e da proteção.
Em The Light Within, o náutilo retorna, desta vez ao lado do seio de uma mulher, como se a ideia de “casco” e a de “corpo” se fundissem em um único gesto de cuidado.
Por fim, em Contemplation, uma figura feminina deixa-se envolver por elementos aquáticos e naturais – um polvo, peixes, uma mariposa luminosa – como se a natureza reclamasse os contornos do humano.
Nadia Bussacchini nasceu em Brescia, Itália e vive nos Estados Unidos, mas a sua pintura surge de um lugar que existe além da geografia. Após uma formação clássica, enriquecida por estudos de história da arte e pintura no exterior, encontrou o mestre Manuel Piña, com quem aprimorou seus conhecimentos sobre luz e sombra, seguindo a tradição da “scuola bottega”.

Desde então, seu percurso entrelaça culturas, países e linguagens, mantendo no centro uma constante: a exploração da luz como lugar interior, como revelação silenciosa.
Suas obras, suspensas entre realismo e sonho, entre matéria e símbolo, falam com uma voz suave, porém poderosa. A concha, a mulher, a água, a luz: cada elemento se repete como uma oração laica. Olhá-las é como inclinar-se sobre um limiar – aquele entre o corpo e o espírito, entre o que se mostra e o que permanece invisível.
E é justamente nesse limiar que se move o tema da XV Florence Biennale, The Sublime Essence of Light and Darkness: Concepts of Dualism and Unity.
Nas obras de Bussacchini, a luz nunca é apenas luminosa, e a sombra nunca é apenas ausência. Trata-se de um diálogo contínuo entre revelação e mistério – um léxico que pertence tanto à matéria pictórica quanto à condição humana.
Para compreender mais profundamente a poética e o percurso de Nadia Bussacchini, fiz algumas perguntas sobre os temas e as imagens que habitam suas obras.

Luz e escuridão, dualismo e unidade: conceitos profundamente entrelaçados ao seu vocabulário visual.
Como você interpretou essas ideias na série exposta, e o que a levou a explorá-las neste momento da sua carreira?
A luz e a escuridão sempre foram, para mim, duas presenças que convivem, como duas vozes que não se anulam, mas se completam. Na série que apresentei, quis aprofundar esse diálogo porque me encontro em um momento da carreira em que sinto a necessidade de compreender as origens das minhas emoções. A escuridão, para mim, não é um abismo, mas um ventre; e a luz não é uma resposta, mas uma passagem. Trabalhei buscando um equilíbrio entre essas duas forças, deixando que fossem elas a guiar o ritmo das imagens. Foi um processo de escuta profunda, quase meditativo, que acredito refletir perfeitamente meu estado interior.
O náutilo aparece em duas das suas obras – como concha em Revelation e junto ao corpo feminino em The Light Within.
Que significado esse símbolo tem para você? É um refúgio interior ou uma metáfora mais universal do nascimento e do acolher?
O náutilo é, para mim, um símbolo antigo, meditativo. Vejo-o como uma estrutura perfeita, uma espiral que cresce mantendo a memória de cada fase da sua existência. Em Revelation, representa o chamado para uma verdade interior, enquanto em The Light Within torna-se uma extensão do corpo feminino, um refúgio que guarda, mas que ao mesmo tempo convida a se abrir. O náutilo é, para mim, uma metáfora da viagem em direção a si mesma: conter, proteger, mas também renascer continuamente. É um símbolo que carrega delicadeza e força, assim como as mulheres que aparecem nos meus discursos visuais.
Nos seus quadros, maternidade, feminilidade e expectativas sociais se entrelaçam com a realidade.
Como você vive essa tensão na prática artística e na vida cotidiana, e como ela influencia a forma como você conta histórias através da pintura?
Ser mulher em um mundo cheio de expectativas é uma dança complexa. A maternidade – real ou simbólica – carrega um peso e uma luz que inevitavelmente infiltram-se no meu trabalho. Na minha prática artística, vivo essa tensão quase diariamente: o desejo de liberdade absoluta e, ao mesmo tempo, o chamado constante aos papéis que a sociedade nos impõe. Pintar torna-se então uma forma de renegociar esses limites, de contar não apenas o que vivo, mas o que muitas mulheres sentem e nem sempre conseguem expressar. Minha pintura, nesse sentido, é um lugar de libertação.
Antes da Florence Biennale, você expôs no Texas, no Marrocos e na Suíça, em contextos muito distintos.
Que herança você traz dessas experiências internacionais? Existe um fio invisível que liga todas as suas obras, ou cada exposição conta um capítulo separado?
Texas, Marrocos, Suíça… cada lugar me ensinou algo diferente, não apenas como artista, mas como ser humano. No Texas, percebi a força da multiculturalidade; no Marrocos, a poesia do silêncio e do deserto; na Suíça, a precisão e a calma. Acredito que exista um fio invisível que liga todas as minhas obras, mas não como uma linha reta… mais como um batimento, uma respiração que se repete de formas diferentes. Cada exposição é um capítulo, sim, mas pertencem todas ao mesmo livro emocional.
Você estudou com Manuel Piña, artista de forte matriz latino-americana.
Como a visão dele enriqueceu ou desafiou sua formação europeia? Você se sente artista entre dois mundos ou livre de fronteiras geográficas e estilísticas?
Estudar com Manuel Piña representou uma ponte entre mundos. Sua perspectiva latino-americana, tão potente e profundamente ligada à memória coletiva, abriu fendas na minha formação europeia, convidando-me a explorar a vulnerabilidade como força. Sinto-me uma artista entre dois mundos, mas também livre deles: minha identidade visual nasce dessa fusão, desse diálogo constante entre raízes e movimento.
Muitos dos seus trabalhos jogam com a luz, o corpo e a natureza de modos poéticos e suspensos.
Como você definiria o “lugar interno” onde nascem suas imagens? É um espaço de reflexão, memória, sonho… ou um entrelaçamento de tudo isso?
Minhas imagens nascem em um lugar que não saberia definir com uma única palavra. É memória, sim, mas também sonho; é reflexão, mas também intuição espontânea. É um espaço onde a lógica não domina: é mais parecido com um mar interno, no qual as ideias chegam como ondas. Algumas suaves, outras mais fortes, mas todas necessárias.
A Florence Biennale reúne artistas do mundo todo, e ainda assim suas obras parecem criar um diálogo íntimo com quem as observa.
Quando você pinta, o quanto pensa em quem verá o quadro, e o quanto deixa a obra falar sozinha?
Quando pinto, não penso em um público específico. Deixo que a obra nasça por si mesma, com seu ritmo e sua voz. Só depois, quando a exponho, percebo que a pintura sempre encontra um jeito de falar com quem a observa. Acredito que a magia esteja justamente aí: no fato de que cada espectador se torna coautor do significado.
Olhando sua trajetória artística, percebe-se uma continuidade sutil entre suas obras mais recentes e as mais antigas.
Se você tivesse que descrever esse fio invisível, como definiria a essência da sua pesquisa artística?
Se tivesse que descrever a essência da minha pesquisa artística, diria que nasce do desejo de compreender o ser humano por meio de símbolos que nos pertencem desde sempre – a luz, o corpo, a natureza, o rito. Meu fio invisível é a busca por um equilíbrio entre fragilidade e força, entre sombra e revelação. Todas as minhas obras, até as mais distantes no tempo, falam disso.
Em um mundo que muda tão rapidamente, como você acha que sua pintura, que entrelaça feminilidade, natureza e símbolo, pode dialogar com as transformações da nossa sociedade?
Vivemos em um mundo que muda em um ritmo vertiginoso. Acredito que minha pintura pode dialogar com essa mudança justamente porque busca a essência, não a superfície. Feminilidade, natureza e símbolo não são conceitos estáticos: são portas pelas quais observar o que está acontecendo. A arte pode ser um lugar de pausa, de consciência, de escuta. E é isso que busco oferecer.
Se pudesse escolher o próximo lugar para onde sua arte encontraria novos olhos e novos espaços, onde gostaria de levá-la? Existe o sonho especial de fazê-la chegar ao Brasil, permitindo que sua luz e suas histórias toquem terras distantes e novos públicos?
Gostaria de levar minha arte a muitos lugares, mas o Brasil ocupa um lugar especial no meu imaginário. Talvez por sua energia, talvez pela forma como celebra a vida e a espiritualidade. Seria uma honra compartilhar minhas histórias em um contexto tão vibrante. Cada nova terra é um novo diálogo, e sinto que o Brasil seria um encontro profundamente luminoso.
Agradeço a Nadia Bussacchini por nos conceder um olhar sobre seu mundo visual, onde a luz brinca com a sombra e a natureza conversa com o corpo humano. Suas obras não são apenas observadas: são escutadas, respiradas, levadas consigo. Percebe-se a delicadeza dos gestos, a força dos símbolos, a leveza com que o tempo se detém diante de uma concha, de uma mariposa, de um polvo que dança entre as cores.
Que essas imagens continuem a mover-se, a despertar curiosidade, a dialogar com novos olhos e culturas distantes; que encontrem quem as observe e o surpreendam, o toquem, o acompanhem por um instante fora do tempo cotidiano. Em um mundo que corre, a arte de Bussacchini é um suspiro profundo: silenciosa, potente, necessária.
Para acompanhar seu percurso, visite o site oficial nbussacchini.com e siga a artista no Instagram.
Bianca Agnelli
Nadia Bussacchini alla XV Florence Biennale: una poetica della luce e dell’ombra
Firenze, 21 ottobre 2025
Ho conosciuto Nadia Bussacchini per caso, in uno di quei tempi sospesi che precedono gli eventi destinati a trasformarsi in ricordo collettivo. Nell’area teatro del Padiglione Spadolini, alla Florence Biennale, c’era un’energia di vibrante attesa: file di sedie occupate, qualche tecnico che sistemava le luci, e il brusio lontano della Fortezza da Basso che si preparava ad accogliere Tim Burton, atteso da noi tutti con sei ore d’anticipo per ricevere il premio Lorenzo il Magnifico alla carriera.
Lei era qualche metro distante, con un badge che sembrava appartenere allo staff. Le ho chiesto un’informazione, un gesto distratto per riempire l’attesa. Ma invece di una risposta formale, ho ricevuto un sorriso e una frase semplice: “Sono un’artista.”
Da lì, la conversazione si è aperta naturalmente. Mi ha raccontato delle sue opere, del suo spazio espositivo in un altro padiglione, e mi ha chiesto – quasi per gioco – di tenerle il posto. Più tardi, quando la sala si è riempita e l’aria era carica di aspettativa, è tornata. Abbiamo condiviso quelle ore insieme, e si è creata una connessione speciale.
Dopo la cerimonia, sono andata a vedere i suoi quadri. Tre tele, disposte come un piccolo racconto visivo sulla maternità, le aspettative, la realtà – e, soprattutto, sull’essere donna.
I titoli: Revelation, The Light Within, Contemplation.
In Revelation, una conchiglia di nautilus emerge da uno sfondo scuro. È un oggetto antico, quasi sacro, una spirale perfetta che racchiude il mistero della crescita e della protezione.
In The Light Within, il nautilus ritorna, questa volta accostato al seno di una donna, come se l’idea di “guscio” e quella di “corpo” si fondessero in un unico gesto di cura.
Infine, in Contemplation, una figura femminile si lascia avvolgere da elementi acquatici e naturali – un polpo, dei pesci, una falena luminosa – come se la natura reclamasse i contorni dell’umano.
Nadia Bussacchini è nata a Brescia e vive negli Stati Uniti, ma la sua pittura appartiene a un altrove. Dopo una formazione classica, arricchita da studi di storia dell’arte e pittura all’estero, ha incontrato il maestro Manuel Piña, con cui ha perfezionato la sua conoscenza della luce e dell’ombra, seguendo la tradizione della “scuola bottega”.
Da allora, il suo percorso ha intrecciato culture, paesi e linguaggi, mantenendo al centro una costante: l’esplorazione della luce come luogo interiore, come rivelazione silenziosa.
Le sue opere, sospese tra realismo e sogno, tra materia e simbolo, parlano con voce quieta ma potente. La conchiglia, la donna, l’acqua, la luce: ogni elemento si ripete come una preghiera laica. Guardarle è come sporgersi su una soglia – quella tra il corpo e lo spirito, tra ciò che si mostra e ciò che rimane invisibile.
Ed è proprio su questa soglia che si muove il tema della XV Florence Biennale, The Sublime Essence of Light and Darkness: Concepts of Dualism and Unity.
Nelle opere di Bussacchini, la luce non è mai solo luminosa e l’ombra non è mai soltanto assenza. È un dialogo continuo tra rivelazione e mistero – un lessico che appartiene tanto alla materia pittorica quanto alla condizione umana.
Per comprendere più a fondo la poetica e il percorso di Nadia Bussacchini, le ho rivolto alcune domande sui temi e sulle immagini che abitano le sue opere.
Luce e oscurità, dualismo e unità: sembrano concetti profondamente intrecciati al tuo linguaggio visivo.
Come hai interpretato queste idee nella serie che hai esposto, e cosa ti ha spinto a esplorarle in questo momento della tua carriera?
La luce e l’oscurità sono sempre state per me due presenze che convivono, come due voci che non si annullano ma si completano. Nella serie che ho presentato, ho voluto approfondire questo dialogo perché mi trovo in un momento della mia carriera in cui sento la necessità di comprendere le origini delle mie emozioni. L’oscurità, per me, non è un abisso, ma un grembo; e la luce non è una risposta, ma un passaggio. Ho lavorato cercando un equilibrio tra queste due forze, lasciando che fossero loro a guidare il ritmo delle immagini. È stato un processo di ascolto profondo, quasi meditativo, che credo rifletta perfettamente il mio stato interiore.
Il nautilus ricorre in due delle tue opere – come conchiglia in Revelation e accanto al corpo femminile in The Light Within.
Che significato ha per te questo simbolo? È un rifugio interiore o una metafora più universale della nascita e del contenere?
Il nautilus è per me un simbolo antico, meditativo. Lo vedo come una struttura perfetta, una spirale che cresce mantenendo memoria di ogni fase della sua esistenza. In Revelation rappresenta il richiamo a una verità interiore, mentre in The Light Within diventa un’estensione del corpo femminile, un rifugio che custodisce ma che allo stesso tempo invita ad aprirsi. Il nautilus è per me una metafora del viaggio verso sé stessi: contenere, proteggere, ma anche rinascere in modo continuo. È un simbolo che porta con sé delicatezza e forza, proprio come le donne che appaiono nei miei discorsi visuali.
Nei tuoi quadri, maternità, femminilità e aspettative sociali si intrecciano con la realtà.
Come vivi questa tensione nella tua pratica artistica e nella vita quotidiana, e come influenza il modo in cui racconti storie attraverso la pittura?
Essere donna in un mondo pieno di aspettative è una danza complessa. La maternità —reale o simbolica— porta con sé un peso e una luce che inevitabilmente si infiltrano nel mio lavoro. Nella mia pratica artistica vivo questa tensione quasi quotidianamente: il desiderio di libertà assoluta e, allo stesso tempo, il richiamo costante ai ruoli che la società ci impone. Dipingere diventa allora un modo per rinegoziare questi limiti, per raccontare non solo ciò che vivo, ma ciò che molte donne sentono e non sempre riescono a esprimere. La mia pittura, in questo senso, è un luogo di liberazione.
Prima della Florence Biennale, hai esposto in Texas, Marocco e Svizzera, in contesti molto diversi tra loro.
Quale eredità porti da queste esperienze internazionali? Esiste un filo invisibile che collega tutte le tue opere, o ogni esposizione racconta un capitolo a sé stante del tuo percorso creativo?
Texas, Marocco, Svizzera… ogni luogo mi ha insegnato qualcosa di diverso, non solo come artista ma come essere umano. In Texas ho percepito la forza della multiculturalità; in Marocco, la poesia del silenzio e del deserto; in Svizzera, la precisione e la calma. Credo che esista un filo invisibile che lega tutte le mie opere, ma non come una linea retta… più come un battito, un respiro che si ripete in modi diversi. Ogni esposizione è un capitolo, sì, ma appartengono tutti allo stesso libro emotivo.
Hai studiato con Manuel Piña, artista dalla forte impronta latinoamericana.
In che modo la sua visione ha arricchito o sfidato la tua formazione europea? Ti senti più artista tra due mondi o libera dai confini geografici e stilistici?
Studiare con Manuel Piña ha rappresentato un ponte tra mondi. La sua prospettiva latinoamericana, così potente e profondamente legata alla memoria collettiva, ha aperto crepe nella mia formazione europea, invitandomi a esplorare la vulnerabilità come forza. Mi sento un’artista tra due mondi, ma anche libera dagli stessi: la mia identità visiva nasce proprio da questa fusione, da questo dialogo costante tra radici e movimento.
Molti dei tuoi lavori giocano con la luce, il corpo e la natura in modi poetici e sospesi.
Come definiresti il “luogo interno” in cui nascono le tue immagini? È uno spazio di riflessione, di memoria, di sogno… o un intreccio di tutto questo?
Le mie immagini nascono in un luogo che non saprei definire con una sola parola. È memoria, sì, ma anche sogno; è riflessione, ma anche intuizione spontanea. È uno spazio dove la logica non domina: è più simile a un mare interno, in cui le idee arrivano come onde. Alcune dolci, altre più forti, ma tutte necessarie.
La Florence Biennale raccoglie artisti da tutto il mondo, eppure le tue opere sembrano creare un dialogo intimo con chi le osserva.
Quando dipingi, quanto pensi a chi guarderà il quadro, e quanto lasci parlare l’opera da sola?
Quando dipingo, non penso a un pubblico specifico. Lascio che l’opera nasca per sé stessa, con il suo ritmo e la sua voce. Solo dopo, quando la espongo, capisco che la pittura trova sempre un modo per parlare a chi la osserva. Credo che la magia stia proprio lì: nel fatto che ogni spettatore diventa co-creatore del significato.
Guardando la tua traiettoria artistica, si percepisce una continuità sottile che attraversa le tue opere più recenti e quelle del passato.
Se dovessi raccontare questo filo invisibile, come descriveresti il cuore della tua ricerca artistica?
Se dovessi descrivere il cuore della mia ricerca artistica, direi che nasce dal desiderio di comprendere l’essere umano attraverso simboli che ci appartengono da sempre —la luce, il corpo, la natura, il rito. Il mio filo invisibile è la ricerca di un equilibrio tra fragilità e forza, tra ombra e rivelazione. Tutte le mie opere, anche quelle più lontane nel tempo, parlano di questo.
In un mondo che cambia così rapidamente, come pensi che la tua pittura, che intreccia femminilità, natura e simbolo, possa dialogare con le trasformazioni della nostra società?
Viviamo in un mondo che cambia a un ritmo vertiginoso. Credo che la mia pittura possa dialogare con questo cambiamento proprio perché cerca l’essenza, non la superficie. Femminilità, natura e simbolo non sono concetti statici: sono porte attraverso cui osservare ciò che sta accadendo. L’arte può essere un luogo di pausa, di consapevolezza, di ascolto. Ed è questo che cerco di offrire.
Se potessi scegliere il prossimo luogo dove la tua arte troverà nuovi occhi, nuovi spazi, dove ti piacerebbe portarla? C’è un sogno speciale di farla arrivare in Brasile, lasciando che la tua luce e le tue storie tocchino terre lontane e nuovi pubblici?
Mi piacerebbe portare la mia arte in molti luoghi, ma il Brasile ha un posto speciale nel mio immaginario. Forse per la sua energia, forse per il modo in cui celebra la vita e la spiritualità. Sarebbe un onore condividere le mie storie
in un contesto così vibrante. Ogni nuova terra è un nuovo dialogo, e sento che il Brasile sarebbe un incontro profondamente luminoso.
Ringrazio Nadia Bussacchini per averci concesso uno sguardo nel suo mondo visivo, dove la luce gioca con l’ombra e la natura conversa con il corpo umano. Le sue opere non solo si guardano: si ascoltano, si respirano, si portano con sé. Si percepisce la delicatezza dei gesti, la forza dei simboli, la leggerezza con cui il tempo si ferma davanti a una conchiglia, a una falena, a un polpo che danza tra i colori.
Che queste immagini possano continuare a muoversi, a incuriosire, a dialogare con occhi nuovi e culture lontane; che possano trovare chi le guarda e lo sorprenda, lo tocchi, lo accompagni per qualche istante fuori dal tempo quotidiano. In un mondo che corre, l’arte di Bussacchini è un respiro profondo: silenzioso, potente, necessario.
Per rimanere aggiornati sul suo percorso, vi invito a visitare il suo sito ufficiale nbussacchini.com e a seguire l’artista su Instagram
Bianca Agnelli
- Nadia Bussacchini na XV Florence Biennale - 1 de dezembro de 2025
- Anatomia de um encanto - 27 de outubro de 2025
- A Verdadeira Dor - 20 de outubro de 2025
Natural de Siena (Itália) é uma atriz e cineasta com uma paixão pelo cinema e histórias não convencionais. Depois de estudar filmagem e atuação cinematográfica em Florença, seguiu seu amor pelo design e criatividade, até gerenciar um bed & breakfast literário nas colinas do Chianti. Um refúgio onde escritura, arte e vida se encontram, com uma estética que mistura nostalgia e modernidade. Escreve para quem gosta de descobrir pequenas maravilhas nas dobras do cotidiano.


It’s difficult to find knowledgeable people on this subject, but you seem like
you know what you’re talking about! Thanks