‘Scenas da Escravidão’
Breve ensaio sobre a escravidão negra em Sorocaba, de autoria de Carlos Carvalho Cavalheiro
(Palavras do saudoso Douglas Lara)
Denúncia, esclarecimento, revelação. É de forma direta e elucidativa, que Carlos Carvalho Cavalheiro, pesquisador e professor de História sorocabano, trata sobre a escravidão negra em Sorocaba, desde o séc. XVII até a abolição em “Scenas da Escravidão – Breve Ensaio Sobre a Escravidão Negra em Sorocaba”. O autor desmonta com a “falsa idéia” de que a escravidão em Sorocaba e região foi amena, através de farta documentação com relatos de violência ao negro e o controle ideológico sobre a mão-de-obra escrava. A obra ainda traz a participação do teatro sorocabano na campanha abolicionista, a relação entre o tropeirismo e a escravidão, a presença de escravos na produção fabril, a luta de classes entre os senhores e seus escravos e as cenas de crueldade na escravidão. Aborda, também, uma reflexão acerca da cultura afro-brasileira em Sorocaba e a perseguição institucional à essas práticas através da repressão policial, edição de posturas municipais, manifestação de leitores nos jornais antigos etc. “Scenas da Escravidão” relata, ainda, escravos que lideraram fugas, assassinaram seus senhores ou formaram quilombos em Sorocaba e região. Em 1887 um negro chamado Pio liderou uma revolta de 150 escravos, os quais saquearam e invadiram as cidades de Porto Feliz e Capivari e tiveram várias escaramuças com soldados. A caminho do Quilombo do Jabaquara, Pio foi assassinado. Na autópsia descobriu-se que o escravo Pio não se alimentava há três dias. Sem dúvida, uma grande contribuição para a história da nossa região, através de fatos que merecem muita reflexão e mudança de comportamento… (Douglas Lara)
Diário de Sorocaba, domingo e segunda-feira 11 e 12 de fevereiro de 2007.
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É fundador e um dos editores do Jornal Cultural ROL e do Internet Jornal. Foi presidente do IHGGI – Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Itapetininga por três anos. fundou o MIS – Museu da Imagem e do Som de Itapetininga, do qual é seu secretário até hoje, do INICS – Instituto Nossa Itapetininga Cidade Sustentável e do Instituto Julio Prestes. Atualmente é conselheiro da AIL – Academia Itapetiningana de Letras.