novembro 21, 2024
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Nicanor Filadelfo Pereira: 'O tercetismo'

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POEMAS EM TERCETOS – UMA NOVA ESCOLA

Fazer poesia é uma arte, mas para criar uma boa poesia mesmo, há que se ter conhecimento técnico. Nesta postagem o grande poeta sorocabano Nicanor Filadelfo Pereira nos apresenta uma nova escola poética, o Tercetismo. Acompanhe! (Helio Rubens, editor

 

POEMAS EM TERCETOS – UMA NOVA ESCOLA

Partimos do princípio insofismável de que a poesia é uma das mais nobres artes, pois situa-se na dimensão das emoções, vagueia pelo racional, utilizando, para tal, a matéria prima mais acessível ao homem, o único ser vivente a possui-la de forma ordenada: a palavra. Isso posto, arrojamo-nos a lançar, no mundo das letras, uma nova escola poética, a que intitulamos TERCETISMO, cujas regras reputo-as bastantes simples, que exigirão do poeta apenas a sensibilidade e a dedicação. Veja-as:

REGRAS PARA O TERCETISMO

  1. TIPO DE ESTROFE
    • Terceto (três versos);
  2. MEDIDA DOS VERSOS
    • Decassílabos (dez sílabas poéticas);
  3. PRIMEIRA ESTROFE
    • Como as demais, com três versos decassílabos;
    • O primeiro e o segundo versos são brancos (sem obrigatoriedade de rimas);
    • O terceiro verso será base para as rimas dos dois primeiros versos da segunda estrofe;
  4. SEGUNDA ESTROFE
    • Os dois primeiros versos obrigatoriamente rimam com o terceiro da primeira estrofe;
    • O terceiro verso da segunda estrofe será base para as rimas dos dois primeiros veros da estrofe seguinte;
  5. DEMAIS ESTROFES
    • Na mesma ordem da segunda estrofe;
    • Número ilimitado de estrofes;
  6. ÚLTIMA ESTROFE (Fechamento)
    • A síntese do poema;
    • Composta de três versos com a mesma rima.

 

EXEMPLO:

MEUS DELÍRIOS

 

Aqui me prendo, no êxtase em que vivo,

Pelas linhas sinuosas de teu corpo,

E onde embalo os meus delírios.

Tuas curvas, aos meus olhos, são colírio,

Mas tua ausência se transforma num martírio,

Pela incontida ansiedade em que te espero.

No passar das horas, desespero,

Ambicionando ver a quem mais quero,

Ternamente debruçada no meu colo.

Ah! Quisera ter eu o dom de Apolo,

E num suave poema, em doce solo,

Na tua volta, afagar-te em acalanto.

No imaginar-te assim, eu canto…

E canto o amor que te amo tanto,

Que só pelo fato de te amar, deliro.

Não só na silhueta do teu corpo eu me inspiro;

Mas ao amor que aqui refiro,

Na essência do teu ser é que eu suspiro.

 

Nicanor Pereira é graduado em letras, com pós-graduação em didática do ensino superior, atua profissionalmente como revisor de textos. Contatos: nicanorpereira@gamil.com

 

 

Helio Rubens
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