outubro 05, 2024
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Sônyah Moreira: 'Reunião de Bacana!'

Sônyah Moreira- Sônyah.moreira@gmail.com: ‘Reunião de Bacana!’

 

Quando falamos em reunião ‘de bacana’, nos vem à mente um local repleto de pessoas bem vestidas, com roupas de grife, ternos bem talhados, sapatos de pelica, bebidas finas e iguarias gastronômicas, coisas bem distantes da plebe.

O título desta crônica se refere a uma música: ‘Reunião de Bacana’, de 1980, de autoria do compositor Ari do Cavaco, que tem um refrão interessante: “Se gritar pega ladrão/ Não fica um meu irmão!”

A reunião é em um palácio de duendes que tornou-se nosso país, pois entra um governante, sai outro, que nomeia ministros, destitui secretários, e todos, sem exceção, estão de alguma forma envolvidos nos esquemas de propinas, vantagens e toda sorte de favorecimentos pessoais.

A coisa, infelizmente, transformou-se em uma ‘bolha assassina’. O certo seria o povo, a plebe, tomar o poder. Quem sabe buscar descendentes da monarquia, sabe-se lá o quê! Temos é que achar uma saída! E urgente! Não há um único político no qual possamos confiar! O esquema de corrupção tornou-se sistêmico, está enraizado nas instituições que operam em nosso país.

Se, de fato, gritarmos ‘pega ladrão!’ não fica mesmo um sequer, meu irmão, porquanto todos sairão correndo procurando buracos, como ratos a escapar da vassoura. Estamos sozinhos, desamparados, órfãos de pai e mãe.

Porém, a máxima que nos últimos dias ouvimos à exaustão é aquela do filósofo francês Joseph-Marie Maistre (1753-1821), um ferrenho defensor do regime monárquico e critico fervoroso da Revolução Francesa: “Cada povo tem o governo que merece”. O referido ditado reflete bem a atual situação do país, pois, apenas a título de exemplo, ao ver um caminhão carregado com produtos ser saqueado em segundos por uma multidão de pessoas comuns, nos perguntamos: como cobrar honestidade de um político se nós fazemos o mesmo?!

A diferença da reunião de bacana para um saque diferencia-se apenas quanto às roupase sapatos luxuosos, pois o ato é igualmente monstruoso: apropriar-se do que não lhe pertence, ou seja, um típico roubo!

“Se gritar pega ladrão”/ Não fica um meu irmão.”E não fica mesmo! Antes de cobrarmos e exigirmostransparência de nossos governantes,nós temos a obrigação de refletir sobre os nossos atos; um país que tem tudo para ser um gigante monetariamente e com igualdade social precisa urgentemente rever seus valores, purgar seu DNA vindo de degredados de outras terras. Esse discurso já deu tudo o que tinha pra dar! Não convence mais!

E essa mudança, radical, precisa ser iniciada em casa, na base do velho jargão: ‘de pai para filho’. Somente assim poderemos mudar a nossa cara, mudar a nossa história, deixar de nos envergonhar por sermos brasileiros.

Reunião de bacana?Bom, se for com mais de três, chamamos de quadrilha!

 

Sônyah Moreira- Sônyah.moreira@gmail.com

 

Helio Rubens
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