setembro 28, 2024
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Sesc Sorocaba promove, entre 12 de agosto a 03 de dezembro, a 2.ª edição de Frestas – Trienal de Artes

Tendo como prerrogativa o tema Entre Pós-Verdades e Acontecimentos, o projeto da curadora e crítica de arte Daniela Labra selecionou, até o momento, 58 artistas contemporâneos, de diferentes gerações, cujos trabalhos nos levam a refletir sobre as ambiguidades e indefinições nas artes e as duvidosas verdades dos discursos midiáticos cotidianos

 

Frestas – Trienal de Artes, projeto realizado pelo Sesc, procura promover intercâmbios e aproximações entre artistas locais, regionais e internacionais, estimular pesquisas e estudos relacionados à arte contemporânea, assim como proporcionar o acesso a variadas formas de manifestação cultural no interior do Estado de São Paulo.

A cidade de Sorocaba carrega em seu nome o significado de ‘lugar da rasgadura’, traduzido do tupi-guarani. Com base nessa ideia, foi nomeada de Frestas, a Trienal de Artes. A primeira edição, intitulada “O que seria do mundo sem as coisas que não existem?”, foi realizada no Sesc Sorocaba, entre 8 de outubro de 2014 e 3 de maio de 2015, e contou com a curadoria geral de Josué Mattos. Dela participaram 115 artistas, do Brasil e do exterior, aproximadamente 11 mil estudantes da região e milhares de visitantes. A exposição ocupou cerca de três mil metros quadrados do edifício do Sesc, além de espaços cedidos pela Prefeitura Municipal,  como o Barracão Cultural, o Museu da Estrada de Ferro Sorocabana e o Palacete Scarpa.

Em junho de 2016, o Sesc Sorocaba deu início aos preparativos para a segunda edição,  prevista para agosto de 2017, com os encontros do Ateliê de Pesquisa para Artistas.

Em encontros processuais e permanentes, os artistas visuais de Sorocaba e região, por meio da apresentação de trabalhos, leitura e discussão de textos são estimulados a reflexões sobre o fazer artístico em si.

Os primeiros encontros foram mediados pelo artista visual, fotógrafo e editor, Amilcar Packer, que desenvolve trabalhos que procuram dialogar com outros campos de expressão artística, como o vídeo e a pintura, na busca de uma representação visual para as questões relacionadas à sexualidade e à identidade na sociedade pós-moderna.

De outubro a dezembro de 2016 os encontros passam a ser mediados por Francisca Caporali (Chica) e Samantha Moreira, parceiras e amigas de longa data, ambas à frente de espaços independentes de arte.

Chica, fundadora e coordenadora artística do JA.CA, em Belo Horizonte, em 2010 e Samantha, fundadora e coordenadora do Ateliê Aberto em Campinas, desde 1997, e do espaço Chão em São Luís, desde 2015, vêm trabalhando juntas em projetos que buscam ativar processos experimentais, ampliando camadas de discussão e atuação junto a outros segmentos de produção artística, do pensamento e de atuação política na arte. Nos encontros, além de leitura de portfólios elas refletem sobre diversas questões ligadas à arte contemporânea.

Para Sabrina Tenguan, supervisora de programação do Sesc Sorocaba. “O Ateliê de Pesquisa do Frestas tem acontecido desde 2014 com o intuito de envolver os artistas locais com a Trienal de Artes de uma maneira direta e processual. Além disso, a ideia é oferecer para os artistas, encontros com curadores e profissionais da arte contemporânea que os ajudem a desenvolver os seus trabalhos e também estimular o desenvolvimento artístico de Sorocaba e região”, conta.

A trienal será realizada entre os meses de agosto e dezembro de 2017, no Sesc Sorocaba. Tendo como prerrogativa o tema Entre Pós-Verdades e Acontecimentos, o projeto da curadora e crítica de arte Daniela Labra selecionou, até o momento, 58 artistas contemporâneos, de diferentes gerações, cujos trabalhos nos levam a refletir sobre as ambiguidades e indefinições nas artes e as duvidosas verdades dos discursos midiáticos cotidianos.

Segundo Daniela Labra: “Esta edição de Frestas associa o nome do evento à noção de interstício: um espaço-entre cheio de sensibilidade e potência criativa transformadora, onde a ambiguidade e a indefinição de conceitos, formas e modelos é explorada de modo poético e crítico. Enquanto o existir nas cidades parece se reduzir a dígitos numéricos em cenários homogêneos de shoppings, conglomerados e condomínios, apostamos aqui na máxima “criar é resistir”, compreendendo a prática da arte e sua fruição como singulares vias propositivas libertadoras do contexto de exaltação da produtividade, competitividade, vigilância e espetacularização da vida.

Considerando que a natureza regrada e acadêmica da arte ruiu há tempos, refletimos sobre a impossibilidade de definir Verdade na obra contemporânea, e também discutimos as narrativas políticas sustentadas por memes e populismos midiáticos amparados em discursos morais e dogmáticos, que ganham força e constituem parte do contexto que a própria arte espelha e reage.

O título da mostra veio antes do termo Pós-Verdade ser indicado como o mais comentado na internet em 2016.1 O termo não é novo e seu germe já aparece em Verdade e Política (1967), de Hannah Arendt. Recentemente, ele se tornou protagonista no comentário político internacional, impulsionado pelo afã, de grandes publicações jornalísticas em disseminar, pela rede, opiniões como fatos consistentes que rapidamente ganham status de verdades.

Já a ideia de Acontecimento refere-se à natureza de uma Trienal, e a sua definição na antropologia e filosofia: Acontecimentos, sempre temidos e esperados, como um evento climático, militar ou político, que trazem o risco de um corte irreversível com o passado, marcando transformações profundas no curso histórico e social de comunidades.

Participam da mostra artistas de diferentes nacionalidades, gerações e linguagens, cujas obras trazem questões como ambiguidades formais; transdisciplinaridade; temporalidade; performatividade; gênero e sexualidade; crítica social e artisticidade. Mais da metade dos projetos são comissionados e inéditos, e ocuparão o edifício da Unidade além de vias públicas, outras instituições, lojas e ruínas históricas, criando circuitos de experiências estéticas instigantes entre o SESC e a cidade.”

No dia 19 de maio, foi anunciada a seleção de artistas da segunda edição do Frestas, que traz cerca de 40 artistas nacionais e 18 artistas internacionais de 12 países: Alemanha, Argentina, Áustria, Cuba, Espanha, Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, Guatemala, Japão, México e Peru.

Entre os brasileiros, estão Daniel Senise, que apresenta um projeto inédito com fotografias e impressões do piso do antigo refeitório dos funcionários da estação da Estrada de Ferro Sorocabana; Wanda Pimentel, com telas e relevos pouco conhecidos de temas urbanos e femininos, pertencentes à coleção Sattamini/MAC Niterói; Dias & Riedweg, que fazem uma instalação a partir do trabalho fotográfico de Charles Hovland; e Panmela Castro, jovem grafiteira e ativista feminista, que utilizará o muro do Palacete Scarpa, sede da Secretaria de Cultura de Sorocaba, para realizar uma intervenção artística.

Da lista internacional, destaque para a fotógrafa norte-americana Francesca Woodman (1958-1981), com um conjunto de imagens de diversas coleções particulares do Brasil, que revelam força e urgência em seus sujeitos (muitas vezes ela própria) retratados de forma indefinida e esfumaçada; a mexicana Teresa Margolles, que criou uma coleção de joias em ouro 18 quilates com estilhaços de bala ou vidro retirados de corpos de vítimas da guerra do narcotráfico em seu país; e o coletivo de artistas feministas Guerrilla Girls, criado há mais de 30 anos nos Estados Unidos, que levam à Sorocaba o “Departamento de Reclamações” (apresentado pela primeira vez na Tate Modern, em Londres, em 2016), convidando o público a entrar no local e registrar qualquer tipo de reclamação.

 

Confira a lista de artistas confirmados para a segunda edição de Frestas – Trienal de Artes:

  • André Komatsu (São Paulo, Brasil)
  • Angélica Freitas (Pelotas, Brasil)
  • Bruno Baptistelli (São Paulo, Brasil/Budapeste, Hungria)
  • Bruno Mendonça (São Paulo, Brasil)
  • Celina Portella (Rio de Janeiro, Brasil)
  • Cleverson Salvaro (Belo Horizonte, Brasil)
  • Daniel Caballero (São Paulo, Brasil)
  • Daniel Escobar (Porto Alegre, Brasil)
  • Daniel Lie (São Paulo, Brasil)
  • Daniel Senise (Rio de Janeiro, Brasil)
  • Daria Martin (Londres, Grã- Bretanha)
  • Deborah Engel (São Paulo, Brasil)
  • Denis Darzacq (Paris, França)
  • Deyson Gilbert ( São José do Egito, Brasil)
  • Diango Hernández (Sancti Spíritus, Cuba)
  • Dias & Riedweg (Rio de Janeiro, Brasil/ Lucerna, Suíça)
  • Edson Barrus (Carnaubeira da Penha, PE, Brasil)
  • Escola da Floresta (São Paulo, Brasil)
  • Fabiano Marques (São Paulo, Brasil)
  • Fabio Noronha (Curitiba, Brasil)
  • Francesca Woodman (Denver, EUA – 1958-1981)
  • Gala Berger (Villa Gesell, Argentina)
  • Georges Rousse (Paris, França)
  • Gervane de Paula (Cuiabá, Brasil)
  • Graziela Kunsch (São Paulo, Brasil)
  • Guerrilla Girls (Nova Iorque – Los Angeles, EUA)
  • Gustavo Speridião (Rio de Janeiro, Brasil)
  • Héctor Zamora (Cidade do México, México)
  • Hito Steyerl (Munique, Alemanha)
  • Irene de Andrés (Ibiza, Espanha)
  • Letícia Ramos (São Paulo, Brasil)
  • Lina Kim (São Paulo, Brasil/ Berlim, Alemanha)
  • Marcius Galán (São Paulo, Brasil)
  • Maria Thereza Alves (São Paulo, Brasil/ Berlim, Alemanha)
  • Marko Lulic (Viena, Áustria)
  • Matheus Rocha-Pitta (Tiradentes, Brasil)
  • Michael Wesely (Berlim, Alemanha)
  • Miro Spinelli (Nova Friburgo, RJ, Brasil)
  • NUNCA (São Paulo, Brasil)
  • O Nome do Boi (Várias cidades, Brasil)
  • On Kawara (Kariya, Japão – 1932-2014)
  • Panmela Castro (Rio de Janeiro, Brasil)
  • Pedro França (Rio de Janeiro, Brasil)
  • Rafael Alonso (Rio de Janeiro, Brasil)
  • Rafael RG (São Paulo, Brasil)
  • Raul Mourão (Rio de Janeiro, Brasil)
  • Reynier Leyva Novo (Havana, Cuba)
  • Ricardo Càstro (São Roque, Brasil)
  • Rivane Neuenschwander (Belo Horizonte, Brasil)
  • Sandra Monterroso (Cidade de Guatemala, Guatemala)
  • Sergio Zevallos (Lima, Peru/ Berlim, Alemanha)
  • Simone Cupello (Rio de Janeiro, Brasil)
  • Susan Hiller (Londres, Grã Bretanha)
  • Teresa Margolles (Culiacán, México)
  • Thiago Honório (São Paulo, Brasil)
  • Traplev (Caçador, SC, Brasil)
  • Wanda Pimentel (Rio de Janeiro, Brasil)
  • Yara Pina (Goiânia, Brasil)
  • Yvon Chabrowski (Berlim, Alemanha)
  • Zé Carlos Garcia (Rio de Janeiro, Brasil)

Quando

12 de agosto a 03 de dezembro

Local

Sesc Sorocaba – R. Barão de Piratininga, 555 – Jardim Faculdade – Sorocaba/ SP

Telefone

(15) 3332-9933

Sergio Diniz da Costa
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