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Jorge Paunovic: 'É o progresso ou perdemos identidade'

Jorge Paunovic: ‘É o progresso ou perdemos identidade’

As vezes rememoramos nosso passado e de certa forma fazemos comparações com os dias atuais e sem ser saudosistas verificamos que o progresso é necessário, entretanto constatamos que muita coisa boa acabou se deteriorando será que é o preço que pagamos pelo progresso?
Voltemos no tempo e recordemos: nossos pais faziam compras na venda do “Seu Fulano” bem menor que o supermercado e supria as necessidades da família no seu dia a dia e tudo era “marcado na caderneta” e quitado no dia do pagamento. O Feijão o arroz, macarrão e a maioria dos produtos não vinham em pacotes de um quilo eram vendidos a granel, pesados e colocados em sacos de um quilo ou cinco quilos. Havia os açougues geralmente ao lado da venda e também a quitanda e a padaria.
Aos domingos pela manhã era dia de feira as quais eram enormes e vendiam quase tudo de alimentos, mercearia, quitanda, café moído na hora, especiarias, roupa feita, bolachas sortidas, frutas, verduras, açougue, peixes e frutos do mar, panelas, ovos e não podiam faltar doces, pastéis e uma pizza de Aliche maravilhosa. Tudo fresco e dava para a semana toda. A tarde os bares deixavam o som alto para que seus clientes ouvissem os jogos de futebol de seus times e ali se reuniam para torcer.
A missa aos domingos normalmente era depois das dezoito horas culminando com um lanche antes do repouso.
                                               Ir ao trabalho ou a passeio o fazíamos em longas caminhadas para “pegar” o ônibus para ir ao trabalho, ao cinema, a passeio ou visitar parentes.  Naquele tempo se falava sobre a hora do “rush” entre as seis e trinta da manhã até as nove horas e das dezessete e trinta as dezenove horas horário em que a população ia ao trabalho ou voltava do trabalho para casa e me lembro bem que entre as dezoito e trinta e dezenove horas a maioria das casas cheirava a temperos e comida feita na hora que era cuidadosamente preparada e parte separada para a “marmita do dia seguinte” por que comer em restaurante era caro e não havia lanchonetes e tão pouco os tais de “Fast Food” lembro-me que primeiramente surgiram os “doguinhos” que vendiam cachorro quente e os tais de frappé e sunday “coisa de americano” e posteriormente as lanchonetes.
                                               Não havia a preocupação com obesidade se comia bem e não havia restrições.
                                               Utilizávamos ônibus de linhas comuns para nos deslocarmos até a escola e tínhamos direito a passe que custava metade da passagem. O percurso entre a casa e o ônibus e deste a escola era feito a pé o que era um bom exercício. As brincadeiras da garotada incluía os campos de várzea no país do futebol, nadar em riachos, empinar pipa, jogar bolinha de gude, pião e jogar taco. Não havia as tais de “lan house”.
                                               O progresso trouxe as “facilidades” como o supermercado, os shopping centers com lojas, praça de alimentação e cinemas. O carro foi popularizado, os televisores passaram a ter controle e remoto, o telefone foi universalizado, os computadores e a tal de “aldeia universal”. Surgiram as academias para “malhar” perder peso e condicionamento físico, as vendas, açougues e as feiras foram encolhendo e com isso o mundo mudou. A preocupação com a obesidade aumentou e diversos vilões foram sendo apontados. A população mudou de hábitos, saudáveis ou não e passou a andar menos a pé e utilizar mais os carros.
                                               A educação também mudou, hoje temos analfabetos funcionais, os mais velhos não são mais ouvidos são considerados “ultrapassados” e seu conhecimento e experiências adquiridos durante o tempo não são aproveitados e o pior depois dos cinquenta estão fora da força de trabalho por que são velhos demais para trabalhar. É o progresso ou esquecemos de onde viemos.
Helio Rubens
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