Tia Nena
O leitor participa:
Renata Rodrigues nos apresenta sua tia Nena em: ‘Dizia minha tia…’ 4
Dizia minha tia em sua língua materna: “El collar saliu más caro que el perro” (A coleira saiu mais cara que o cachorro) quando queria contar que algo foi além do necessário.
Neste mundo de correrias, travei bons diálogos com meu filho enquanto eu dirigia e ele no banco de trás observava o mundo. Num desses sublimes momentos, aos seis anos, com toda doçura infantil de aprender a vida, me perguntou: “Mãe, o que é jovem?”
Digamos que, como mãe, eu sou intensa (para não dizer exagerada) e vi ali uma grata oportunidade de perpetuar o que aprendi num longo e árduo caminho trilhado por anos. E assim, comecei meu caloroso discurso sobre a fase da vida onde não somos mais criança e, tampouco, adulto, quando fazemos nossas principais (nem sempre as melhores) escolhas, como profissão, amor e amigos, quando temos energia e alegria e somos intensos em nossas atitudes e emoções. Ser jovem é ter 18anos e poder dirigir um carro, apesar de ainda não saber dirigir a vida, mas pensar que pode mudar o rumo do mundo.
Durante todo o trajeto, elucubrei sobre as infinitas possibilidades que temos quando somos jovens e como o mundo nos aplaude em pé ao realizarmos apenas as obrigatórias.
Orgulhosa da minha transfusão de sabedoria, terminei a fala quando estacionei em nossa garagem. Depois de alguns segundos de um silêncio contemplativo, ele respondeu com um fatal e frio: “Tá bom!”.
Inconformada com a conformidade do meu pequeno discípulo, depois de uma resposta tão rica e saborosa perguntei: “Mas, por que você queria saber o que era jovem?”
E ele me responde em conhecida entonação: “É que eu ouvi no rádio do vô: JOVEM PAN!”
E em minha mente surgiu a imagem de um pulguento vira-lata com uma coleira de brilhantes…
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Natural de Sorocaba (SP), é escritor, poeta e Editor-Chefe do Jornal Cultural ROL. Acadêmico Benemérito e Efetivo da FEBACLA; membro fundador da Academia de Letras de São Pedro da Aldeia – ALSPA e do Núcleo Artístico e Literário de Luanda – Angola – NALA, e membro da Academia dos Intelectuais e Escritores do Brasil – AIEB. Autor de 8 livros. Jurado de concursos literários. Recebeu, dentre vários titulos: pelo Supremo Consistório Internacional dos Embaixadores da Paz, Embaixador da Paz e Medalha Guardião da Paz e da Justiça; pela Soberana Ordem da Coroa de Gotland, Cavaleiro Comendador; pela Real Ordem dos Cavaleiros Sarmathianos, Benfeitor das Ciências, Letras e Artes; pela FEBACLA: Medalha Notório Saber Cultural, Comenda Láurea Acadêmica Qualidade de Ouro; Comenda Baluarte da Literatura Nacional e Chanceler da Cultura Nacional; pelo Centro Sarmathiano de Altos Estudos Filosóficos e Históricos, Pesquisador em Artes e Literatura; Pela Academia de Letras de São Pedro da Aldeia, o Título Imortal Monumento Cultural e Título Honra Acadêmica, pela categoria Cultura Nacional e Belas Artes; Prêmio Cidadão de Ouro 2024, concedido por Laude Kämpos. Pelo Movimento Cultivista Brasileiro, o Prêmio Incentivador da Arte e da Cultura,

