novembro 22, 2024
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HOMENAGEM PELO 'DIA DOS PAIS': Sônyah Moreira: 'Pai por escolha ou destino!'

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HOMENAGEM PELO ‘DIA DOS PAIS’:

 Sônyah Moreira: ‘Pai por escolha ou destino!’

 

Nasceu pra mortadela…!

Caro leitor, esta frase que ouvi a exaustão na minha infância,  era dita por uma figura impar,  o Sr. Oswaldo, que saudades!

Ele, um descendente de portugueses com espanhóis, pavio curto, explodia com um simples faiscar.

Em   sua sabedoria prosaica,  tirava    de seu baú, algumas pérolas, que volta e meia,  me lembro com uma enorme nostalgia.

A frase completa era:  “Nasceu pra mortadela, jamais chegará a salaminho!”, eu explico. Vejam! Naqueles tempos, a mortadela era considerada comida de pobre, digamos, das classes menos favorecidas. O salaminho era coisa requintada, e se olhar bem, tem-se  impressão que a carne é mais nobre mesmo, continua a ser um embutido,porém, metido a besta!

Sr. Oswaldo,  um pandego de marca, adorava dizer que quem nasce pobre, independente do que  conseguir amealhar ao longo da vida seja em  conforto, ou aumento de renda, jamais mudará, ou ficará requintado.

Filosofava em  sua simplicidade, que não é apenas o dinheiro, que fará de uma pessoa, um salaminho! A mortadela da questão ao qual ele se referia, são  aquelas pessoas afetadas, lambe botas, das quais possui pouquíssimo talento, mas, para se sobressair precisam virar o tal de puxa saco!

Hoje, passados muitos anos, eu observo alguns acontecimentos ao  meu redor, e tenho que lhe dar razão, sem dúvida, ele estava certo!

Há pessoas que saíram da pobreza, porém, a pobreza não saiu deles, continuam a pensar pequeno, sem classe, agem com mesquinhez.

O ser humano de uma maneira geral, deve tentar se transformar em seres melhores, não apenas em engordar a carteira, precisam  crescer intelectualmente e evoluir.

Abrir a mente,  para olhar  o horizonte e ver que o mundo é redondo, e que, não é difícil  voltar ao ponto de partida,  apenas com uma simples guinada do  destino.

É preciso  tentar chegar a salaminho,  como dizia o Sr. Oswaldo,  e melhorar a linhagem, independente da  riqueza  que conseguir juntar ao longo da vida.

Quando me refiro a se requintar, não é ficar soberbo, arrogante, nada disso! É simplesmente, buscar ter classe e majestade nas atitudes, é procurar conviver com pessoas de bem e ter sabedoria em separar o joio do trigo, é buscar a  educação do berço, pois, independente de dinheiro, bons modos, ética e honestidade,  são  a maior herança que podemos deixar para nossos filhos.

A pobreza está em querer se achar melhor que os outros, olhar, para o próximo  por cima,  com ar de superioridade, essa sim, é a definição da frase,  nasceu pra ser mortadela, jamais chegará a salaminho!

Os pobres de espírito são aqueles seres, que  não são  milionários, às vezes por descuido do destino ou sorte na vida, possam ocupar um cargo melhor em uma  empresa, por exemplo. Quem realmente chega á um status por merecimento, não necessita mostrar superioridade, muito pelo contrário, são extremamente humildes.

O mortadela!  Precisa demonstrar poder, são pessoas que pensam  estar  acima do bem e do mal, usam de seu cargo  para humilhar e destratar os outros, ou obter vantagens, normalmente não seguem a máxima, que exemplos vêem de cima. E o ditado,”Faça o que mando não o que faço”

Caro leitor, no decorrer de nossas  vidas, o certo é   buscar conviver e valorizar  pessoas de boa índole, pessoas de  caráter, independente de suas posses, isso nos fará chegar a salaminho.

Não deixemos que a pobreza de espírito, grude em nossas almas como uma ferrugem á comer o ferro.

Bons tempos aqueles! Quando a mortadela era considerada alimento das castas menos abastadas.

Hoje, até a mortadela está metida, virou moda, artigo de luxo,  e acredito que  já ultrapassou o status de salaminho!

Uma singela homenagem talvez tardia,  para um pai de coração Sr. Oswaldo, onde   estiver, ria muito de sua maneira simples de nos mostrar o óbvio!

Uma homenagem para todos os pais, biológicos ou  de coração, assim como o meu!

Feliz dia dos Pais!

 

Sônyah Moreira   sonyah.moreira@gmail.com

Sergio Diniz da Costa
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