Sônyah Moreira: ‘COXINHAS?’
Caro leitor, sou daquele tempo que os orelhões eram limpos e higienizados pela companhia telefônica. Vai longe esse tempo! Hoje, os coitados estão esquecidos e abandonados a própria sorte, limpeza, essa somente com a chuva.
O que eu quero dizer com essa lembrança de orelhões, é que, a maturidade traz juntamente com o reumatismo, um pouco de sabedoria.
Nestes tempos de instabilidade política e econômica em nosso país, surgem muitos palavreados estranhos, digamos, que beirando a vulgaridade!
Outro dia, comentando com alguém, sobre a realização de um sonho acalentado durante anos, quase por uma vida inteira, ouvi a seguinte exclamação, você é coxinha!
Coxinha?Como assim? A pessoa explicou-me que os chamados, “coxinhas”, seriam pessoas de altas posses, ricos, digamos, os que já estão com a vida ganha!Com o burro na sombra!
Ora, Veja isso, a princípio fiquei irritada com tal acusação! Eu, rica! Onde? Mas, depois de muito pensar na famigerada frase, resolvi analisar friamente os pontos.
O que vem a ser coxinha? Bom! No contexto de organização, sim! Coxinha é incrivelmente organizada, o recheio fica perfeitamente no centro, suas formas delineadas. Até aqui, posso me considerar uma coxinha!
Eu, naturalmente gosto das coisas organizadas, tudo em seu devido lugar. É, percebo semelhanças. Deixando as brincadeiras de lado, o apelido é pra lá de insulto, para quem levanta muito cedo, e sai para a labuta diária, ou seja, para 99,9% da população.
Os acostumados á passeatas em dias úteis, apelidaram pessoas comuns de coxinhas. Sim, aquela pessoa que jamais falta ao trabalho pra participar de manifestações contra o governo.
Fala sério! Do jeito que está nossa política, o brasileiro correto, não tem lado para escolher.
A esquerda, ou como alguns já apelidaram de mortadelas, está uma verdadeira balburdia. A dita direita está ocupada unicamente em salvar suas peles. O que falar dos que se autodenominam moderados, ou centrão?Vai e vem ao sabor do vento, ou melhor, ao sabor dos valores, dos cargos, dos privilégios palacianos,etc.
Hoje, o que precisamos é nos unir. O povo unido, sem politiqueiros, sem salvadores da pátria, sem essa gentalha que se transformou nosso congresso.
A união de toda nação. Somente assim, poderá haver mudanças do que está aí, precisamos ir para as ruas, juntos, aliados, do mesmo lado, ou seja, o nosso lado!
Ser coxinha ou mortadela, nesse barco a deriva, tanto faz! Nosso país é tão grande quanto o Titanic, aquele que foi considerado imune a um naufrágio (1912). Atenção! Estamos indo ao fundo, e rápido! Salvem-se quem puder!
O que mais me espanta, é justamente isso! Ao invés de lutar e brigar com quem nos colocou nessa sinuca de bico.Ao invés disso, se digladiam entre si. O que esses grupos não perceberam ainda, é que, para os que se encontram no poder, essa divisão do país, é ótimo.
Do General chinês Sun Tzu (Sec. V a.c), ao pensador Maquiavel (1469-1527) “Dividir para governar”
Só mais uma lembrança do passado. Para quem, por ventura, achar desnecessário ir às ruas, para reivindicar seus direitos. Que tal relembrar da Revolução Francesa (1789)?
O estopim da referida Revolução foi o preço do pão! O francês é claro!
Aqui! Será que não temos estopins suficientes?
Sônyah Moreira – sonyah.moreira@gmail.com
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Natural de Sorocaba (SP), é escritor, poeta, revisor de livros e Editor-Chefe do Jornal Cultural ROL. Acadêmico Benemérito e Efetivo da FEBACLA; membro fundador da Academia de Letras de São Pedro da Aldeia – ALSPA e do Núcleo Artístico e Literário de Luanda – Angola e membro da Academia dos Intelectuais e Escritores do Brasil – AIEB. Autor de 8 livros. Jurado de concursos literários. Recebeu, dentre várias honrarias: pelo Supremo Consistório Internacional dos Embaixadores da Paz, o título Embaixador da Paz e Medalha Guardião da Paz e da Justiça; pela Augustíssima e Soberana Casa Real e Imperial dos Godos de Oriente o título de Conde; pela Soberana Ordem da Coroa de Gotland, o título de Cavaleiro Comendador; pela Real Ordem dos Cavaleiros Sarmathianos, o título de Benfeitor das Ciências, Letras e Artes; pela FEBACLA: Medalha Notório Saber Cultural, Comenda Láurea Acadêmica Qualidade de Ouro, Comenda Ativista da Cultura Nacional; Comenda Baluarte da Literatura Nacional e Chanceler da Cultura Nacional; pelo Centro Sarmathiano de Altos Estudos Filosóficos e Históricos os títulos de Doutor Honoris Causa em Literatura, Ciências Sociais e Comunicação Social. Prêmio Cidadão de Ouro 2024