outubro 06, 2024
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PedroNovaes: '12 DE OUTUBRO'

Pedro Israel Novaes de Almeida: ’12 DE OUTUBRO’

 

 

Nossa Senhora Aparecida, a padroeira do Brasil, é homenageada em 12 de outubro.

Pegando carona no feriado criado especialmente para a Santa, Cristovão Colombo descobriu a América, as crianças tiveram seu dia instituído e o Engenheiro Agrônomo abandonou, por pelo menos uma data, seu anonimato.

A Padroeira atrai promessas, agradecimentos e romarias. Mesmo com toda a bondade que inspira,  a Santa continua sendo aviltada por uma minoria de intolerantes radicais religiosos, inspirados no subterrâneo daqueles que, sob luzes, pregam virtudes dos céus, enquanto, na penumbra, ensinam ódio, preconceito, desrespeitos e ressentimentos, entre uma e outra coleta de ofertas, não raro financeiras.

Todos os dias são das crianças, mas, como passam desapercebidos os fatos rotineiros, foi instituída uma data para homenageá-las, e, lógico, incrementar as vendas do comércio e indústria. Crianças são cantadas em verso e prosa, embora estejamos legando-lhes um ambiente bem diverso do que merecem e é a mais intuitiva de nossas obrigações.

A América, novo mundo, começou bem antes de seu descobrimento, ocasião em que já era habitada. Reúne, hoje, uma salada de sucessos e insucessos, progressos e retrocessos.

Experimentou democracias e ditaduras, sob a inspiração de líderes que raramente escondem o desejo de serem canonizados. Em nossa América, boas administrações costumam ser meteóricas, e, as más, duradouras.

         Em meio a tantos e ilustres homenageados surge, pouco célebre, o Engenheiro Agrônomo. Vestindo chapéu, agora boné, e botina, caminha pisando o solo pátrio, na companhia de seu inseparável canivete.

Se a safra é boa, todos agradecem a São Pedro. Se a safra é frustrada, todos culpam o coitado do agrônomo.

Ambientalistas extremados prestam homenagens a borboletas e tatus, mas chamam, aos gritos, os agrônomos, quando a borboleta, então lagarta, resolve comer a safra, e o tatú, buraqueiro, cavoca o solo cultivado. O coitado do socorrista é, então, forçado a controlar tatus e lagartas, sem ofender-lhes a integridade e natural presença.

O agrônomo segue sua sina, buscando manter o equilíbrio natural na porção de solo que, pouco naturalmente, superpovoou com uma única espécie vegetal. É preciso muita ciência para matar a fome do mundo, sem envenená-lo.

A sustentabilidade das explorações, buscando manter a sobrevivência do agricultor e da natureza, é o novo desafio da agronomia. Dizem, por aí, que os novos agrônomos já dominam, com mestria, os meandros da informática e das modernas tecnologias.

Enquanto isso, aposentados, seguimos tentando entender os sofisticados comandos do radinho de pilhas.

pedroinovaes@uol.com.br

O autor é engenheiro agrônomo e advogado, aposentado.

 

Helio Rubens
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