“É imensamente fácil convencer pessoas com sentimento de inferioridade; um povo que não se valoriza sempre estará sujeito aos heróis surgidos do caos.”
Há 70 anos, um país mergulhado em uma crise extrema, deixou-se levar por promessas vãs e, entrando para a História, deixou um legado de sangue e sofrimento para o mundo.
Um herói surgiu no meio desse caos, discursos eloquentes fizeram a lavagem cerebral necessária na população, todos na ânsia de tornarem-se um país agigantado pelo poder.
É imensamente fácil convencer pessoas com sentimento de inferioridade; um povo que não se valoriza sempre estará sujeito aos heróis surgidos do caos.
O poder leva muitos a fecharem os olhos para a degradação como seres humanos; há 70 anos, um exemplo gritante desta afirmativa: o holocausto dos judeus.
O poder fez de um homem com ideais ‘republicanos’ e ‘humanitários’ permanecer por décadas como ditador. Esse mesmo homem, que surgiu das guerrilhas, mergulhou um país inteiro na obscuridade, com o discurso que tudo era de todos e para todos, igualmente. Assim surgiu o comunismo socialista, que tem como ‘belo’ exemplo, Cuba.
A necessidade de sentir-se superior leva países inteiros a sucumbir por discursos acalorados e factóides. Extremistas e fanáticos, o poder de um povo cria ditadores, tendo como exemplo próximo e recente, a Venezuela.
Será que a inércia de nós, brasileiros, não esteja nos fazendo pegar esse atalho? Com o uso de palavras utilizadas de forma a insuflar o lado negro de todo ser humano, o povo, com sentimento de inferioridade, se vende por esmolas.
O poder em mãos erradas e aliado à inércia faz um país de acovardados, ignoram as barbáries cometidas por seus lideres, tudo em nome do poder absoluto.
Não estamos distantes de alguns exemplos, percebam que, ao vestir-se com uniformes com brasões de agremiações partidárias, a iminência de conflitos em nome da lealdade ao seu líder fica evidente.
A inércia não pode fazer com que nos conformemos com seres que acreditam estar acima da lei; todo líder com viés de ditador tem em seu discurso a palavra perseguição, gostam de se fazer de vitimas, desqualificando as instituições democráticas, levando seus seguidores possivelmente até a matar em nome dessa lealdade.
Que perigo!
Atualmente, não tenho inclinações partidárias, nem direita, esquerda ou centro, nenhuma que valha; a meu ver, todos que, por sorte ou destino, experimentam o poder, são sumariamente corrompidos.
Pessoas que seguem cegamente um líder tendem a desenvolver síndrome de inferioridade; e a máxima é sempre a mesma: não temos sorte, somos injustiçados, e assim por diante.
O Estado está para dar condições de desenvolvimento ao país, com arrecadação de impostos, geração de empregos. Para suprir as necessidades do povo não precisa e nem deve amordaçar os cidadãos com benefícios, que nada mais são que correntes escravistas.
Candidatos ou líderes com discursos prolixos os usam para confundir, abusam das expressões rebuscadas e, frequentemente, se comparam a vultos históricos, buscando o patriotismo exacerbado da plebe.
O verdadeiro objetivo é elevar, de forma errada, a estima de um povo acéfalo, que elege governantes arcaicos e despreparados para fazer do país uma verdadeira nação.
A inércia leva um povo a acreditar em promessas mirabolantes, saídas fantásticas, culpados para suas mazelas, e a procurar incessantemente por um herói.
Inércia: Apatia, letargia, indolência, preguiça!
Sônyah Moreira – sonyah.moreira@gmail.com
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Natural de Sorocaba (SP), é escritor, poeta, revisor de livros e Editor-Chefe do Jornal Cultural ROL. Acadêmico Benemérito e Efetivo da FEBACLA; membro fundador da Academia de Letras de São Pedro da Aldeia – ALSPA e do Núcleo Artístico e Literário de Luanda – Angola e membro da Academia dos Intelectuais e Escritores do Brasil – AIEB. Autor de 8 livros. Jurado de concursos literários. Recebeu, dentre várias honrarias: pelo Supremo Consistório Internacional dos Embaixadores da Paz, o título Embaixador da Paz e Medalha Guardião da Paz e da Justiça; pela Augustíssima e Soberana Casa Real e Imperial dos Godos de Oriente o título de Conde; pela Soberana Ordem da Coroa de Gotland, o título de Cavaleiro Comendador; pela Real Ordem dos Cavaleiros Sarmathianos, o título de Benfeitor das Ciências, Letras e Artes; pela FEBACLA: Medalha Notório Saber Cultural, Comenda Láurea Acadêmica Qualidade de Ouro, Comenda Ativista da Cultura Nacional; Comenda Baluarte da Literatura Nacional e Chanceler da Cultura Nacional; pelo Centro Sarmathiano de Altos Estudos Filosóficos e Históricos os títulos de Doutor Honoris Causa em Literatura, Ciências Sociais e Comunicação Social. Prêmio Cidadão de Ouro 2024