“A memória da Revolução Constitucionalista de 1932 ainda inspira muitos cuidados… Hoje, serão destacados quatro pontos ‘turísticos’ de Cruzeiro… esquecidos, pouco cuidados, desfigurados, ou subutilizados…”
A memória da Revolução Constitucionalista de 1932 ainda inspira muitos cuidados…
Hoje, serão destacados quatro pontos “turísticos” de Cruzeiro… esquecidos, pouco cuidados, desfigurados, ou subutilizados…
A Estação Ferroviária dispensa maiores comentários. Era o único meio mais relevante, de acesso e locomoção de passageiros (e cargas), na primeira metade do século XX, no Brasil (mormente em Cruzeiro), inclusive a razão para o surgimento de nossa cidade.
Depois vieram os anos JK… Brasil de 50 anos em 5… e nossa ferrovia… esquecida… azar o nosso ! Caminhamos na contramão…
A segunda “instituição” foi a sede da Prefeitura Militar na Revolução, instalada em um prédio – o “Palacete Azul” (“uma moradia elegante, toda pintada e à praça…”), na (hoje) avenida Nesralla Rubez, local onde agora se localiza um restaurante (foto ao lado).
Ali se alojou o capitão Affonso de Carvalho, representante da ditadura de Vargas; embora, nenhuma placa alusiva a esta questão foi instalada, quer seja, pelo poder público, quer seja, por aqueles que defendem o “sonho” de 1932. Um dia, ainda derrubam este prédio, pois ninguém se deu conta…
A terceira, a escola “Arnolfo Azevedo”, onde supostamente foi assinado o armistício… deveria haver outra placa, ai explicitando dados sobre o fato… deveria…
A escola, bem na praça central de Cruzeiro, hoje denominada “9 de Julho”, e que um dia, pasme, foi denominada “João Pessoa”, o falso herói paraibano que deu início (com sua morte) à Revolução de 1930 !
Esta, cá para nós, nunca trouxe nada de bom para o Brasil, e menos ainda para São Paulo. Ah… trouxe para a eternidade a “augusta” figura do “Pai dos Pobres”… o controvertido ditador Getúlio Vargas…
Finalmente, bem em frente à referida escola, há um edifício construído ao início do século XX, e dos primeiros de nossa cidade.
Foi sede da agência do Banco Comercial de São Paulo, com o mesmo requisitado para instalação “provisória” da Caixa Militar do destacamento do Exército do Leste, na revolução, em 24/9/1932.
Posteriormente, por muitos anos, abrigou a Caixa Econômica do Estado de São Paulo, e hoje, quase ninguém sabe disto…
Tenho visitado inúmeras regiões com a sincera intenção de pesquisar nossa história e, ao mesmo tempo, aferir o quanto nos importamos com ela…
Confesso que o resultado é desolador, pois nossa memória, salvo por alguns poucos que realmente se importam; diria, em um linguajar médico, que ela está na UTI… em coma profundo… e muito dificilmente serão restaurados e/ou recuperados documentos, obras, ou estruturas de nossa rica história.
Pelo jeito vamos continuar “comemorando” o “14 de julho”, o “23 de novembro”, ou o “4 de julho”, alguns, até o “23 de outubro”, porém, o “9 de julho” e, mesmo o “7 de setembro”, estão me preocupando seriamente…
Eduardo César Werneck – drwerneck@uol.com.br
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Natural de Sorocaba (SP), é escritor, poeta, revisor de livros e Editor-Chefe do Jornal Cultural ROL. Acadêmico Benemérito e Efetivo da FEBACLA; membro fundador da Academia de Letras de São Pedro da Aldeia – ALSPA e do Núcleo Artístico e Literário de Luanda – Angola e membro da Academia dos Intelectuais e Escritores do Brasil – AIEB. Autor de 8 livros. Jurado de concursos literários. Recebeu, dentre várias honrarias: pelo Supremo Consistório Internacional dos Embaixadores da Paz, o título Embaixador da Paz e Medalha Guardião da Paz e da Justiça; pela Augustíssima e Soberana Casa Real e Imperial dos Godos de Oriente o título de Conde; pela Soberana Ordem da Coroa de Gotland, o título de Cavaleiro Comendador; pela Real Ordem dos Cavaleiros Sarmathianos, o título de Benfeitor das Ciências, Letras e Artes; pela FEBACLA: Medalha Notório Saber Cultural, Comenda Láurea Acadêmica Qualidade de Ouro, Comenda Ativista da Cultura Nacional; Comenda Baluarte da Literatura Nacional e Chanceler da Cultura Nacional; pelo Centro Sarmathiano de Altos Estudos Filosóficos e Históricos os títulos de Doutor Honoris Causa em Literatura, Ciências Sociais e Comunicação Social. Prêmio Cidadão de Ouro 2024