“O fechar os olhos está se tornando uma necessidade, ou, às vezes, por obrigação e, diariamente, testemunhamos coisas absurdas no que tange ao comportamento das pessoas, sejam políticos ou pessoas comuns. As necessidades do dia a dia estão a nos transformar em verdadeiras vaquinhas de presépio, ou como os três macaquinhos: surdos, mudos e cegos.”
Vou fazer-te uma pergunta direta, você já precisou algum dia fechar os olhos? Refaço a pergunta: você já recebeu uma ordem para fechar os olhos?
Difícil responder? É, eu sei! Fechar os olhos, fazer vistas grossas, colocar um nariz de palhaço ou vestir-se inteiro de palhaço.
Começou a clarear as ideias? Acredito que a maioria das pessoas sai de casa na tenra idade, para enfrentar os desafios da vida, tempo em que levamos junto a nós as orientações de nossos pais; e a máxima é que existe, apenas, dois caminhos a seguir: o certo e o errado.
Houve mudanças enormes no decorrer dos tempos; ouço dizer que tudo se justifica, e que o certo e errado tem lá suas tangentes. Será?
Com a evolução da tecnologia, vivemos dias, digamos diferentes; anos atrás ninguém era advertido por trabalhar demais, ou sentir gratidão por estar empregado, pois era uma coisa natural.
O fechar os olhos está se tornando uma necessidade, ou, às vezes, por obrigação, e diariamente testemunhamos coisas absurdas no que tange ao comportamento das pessoas, sejam políticos ou pessoas comuns. As necessidades do dia a dia estão a nos transformar em verdadeiras vaquinhas de presépio, ou como os três macaquinhos: surdos, mudos e cegos.
Vai chegar um momento em que você irá se questionar se vale a pena! Se isso não está fazendo você descartar tudo no que acreditou até aqui, ou desconstruir seus ideais.
Fechar os olhos pode ser um momento de ternura, porém, também transformar-se em indiferença.
A escolha sempre será individual; há de se pesar os prós e os contras dessa atitude. É possível se rebelar, porquanto, talvez, a rebeldia te faça arrebentar correntes. Sentir-se um estranho no ninho é desconfortável, todavia, “toda unanimidade é burra”, como dizia Nelson Rodrigues. Precisamos pensar e agir diferente para se ter coerência naquilo que nos forjou naquilo que somos hoje.
Algo precisa ser feito; talvez, um recomeço. Como em tudo, existe o começo, o meio e o fim.
Não podemos deixar que o, ‘fechar os olhos’ se se torne um peso, um fardo imenso para carregar!
Pense! Nada na vida justifica jogar fora tudo em que se acredita, por apenas um punhado de coisas materiais, mesmo porque, em nenhuma urna funerária há gavetas.
Sônyah Moreira – sonyah.moreira@gmail.com
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Natural de Sorocaba (SP), é escritor, poeta, revisor de livros e Editor-Chefe do Jornal Cultural ROL. Acadêmico Benemérito e Efetivo da FEBACLA; membro fundador da Academia de Letras de São Pedro da Aldeia – ALSPA e do Núcleo Artístico e Literário de Luanda – Angola e membro da Academia dos Intelectuais e Escritores do Brasil – AIEB. Autor de 8 livros. Jurado de concursos literários. Recebeu, dentre várias honrarias: pelo Supremo Consistório Internacional dos Embaixadores da Paz, o título Embaixador da Paz e Medalha Guardião da Paz e da Justiça; pela Augustíssima e Soberana Casa Real e Imperial dos Godos de Oriente o título de Conde; pela Soberana Ordem da Coroa de Gotland, o título de Cavaleiro Comendador; pela Real Ordem dos Cavaleiros Sarmathianos, o título de Benfeitor das Ciências, Letras e Artes; pela FEBACLA: Medalha Notório Saber Cultural, Comenda Láurea Acadêmica Qualidade de Ouro, Comenda Ativista da Cultura Nacional; Comenda Baluarte da Literatura Nacional e Chanceler da Cultura Nacional; pelo Centro Sarmathiano de Altos Estudos Filosóficos e Históricos os títulos de Doutor Honoris Causa em Literatura, Ciências Sociais e Comunicação Social. Prêmio Cidadão de Ouro 2024