Evani Rocha: Poema ‘Pedágio, não!


Permito-me sonhar grande, ir ao infinito, quando meus pés se cansam do chão
Permito-me ser águia, alçando voo por sobre os montes, por sobre as nuvens
Permito-me bailar ao som da 5ª sinfonia de Beethoven, enquanto minhas mãos tocam a melodia espalhada pelo ar, percorrendo os caminhos da alma
Permito-me escrever palavras soltas, versos sem rima, poema em prosa, carregados de metáforas. Eu também posso ser uma figura de linguagem, enquanto meus olhos falam e a boca se cala à espera da palavra
Permito-me pintar qualquer figura que brotar das minhas emoções embriagadas de silêncio, congeladas na noite do deserto…
Meu deserto interior, na solidão do tempo,
Sem oásis algum, sem sementes para semear, sem solo fértil…
Mas ainda assim, permito-me ser solo, ainda que árido, ácido e inóspito,
Permito-me…
Permito-me semear e regar as sementes do meu ser, na boa estação, na lua propícia, na chuva e no vento!
Permito-me ser mutante, quando minhas convicções deixam de fazer sentido, e mudar!
Mudar porque a vida é mutante, metamorfoseada, crisálida gerando, transformando…
Quero ser o que embevece minha alma de selva, de relva, de ave migrante…
Permito-me ser maré cheia ou maresia, enquanto a permissão para ser gente cobra-me um alto pedágio.
Não me permito pagar para ser gente, porquanto o caos e a distopia distorceu
O espírito da humanidade.
Não mais me permito pagar pedágio!
Evani Rocha
- Pedágio, não! - 7 de abril de 2025
- O que virá depois? - 26 de março de 2025
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Evani Rocha, natural de Chapada dos Guimarães (MT) é bióloga e professora da rede pública há 23 anos, com pós-graduação em Educação, especializada em Literatura Brasileira. Na área literária é poetisa, escritora e autora dos livros: Retalhinhos (Poesia, 2020) e Folhas de Outono (Contos, lançado na Bienal/Rio 2023). Na área acadêmica, é Acadêmica Internacional da FEBACLA – Federação Brasileira dos, entidade da qual recebeu o título Embaixadora Cultural da Paz. Apaixonada pelas artes, em especial a pintura e a escrita, Evani Identifica-se como uma pessoa ligada umbilicalmente à natureza, onde passou boa parte de sua infância. As artes e a natureza são sua fonte de inspiração, motivo pelo qual sua pintura e escrita têm uma voz que ecoa, quase sempre, desse lugar comum.
Evani, como é prazeroso pra mim publicar Evani Rocha! Como certamente o é a leitura, por parte dos leitores do ROL!
O texto todo é uma pintura, e ter de destacar apenas partes, um sacrilégio. Contudo, cometo-o, assumindo a pena por isso, uma vez que nada destacar é um sacrilégio ainda maior:
“Permito-me escrever palavras soltas, versos sem rima, poema em prosa, carregados de metáforas. Eu também posso ser uma figura de linguagem, enquanto meus olhos falam e a boca se cala à espera da palavra”
“Permito-me pintar qualquer figura que brotar das minhas emoções embriagadas de silêncio, congeladas na noite do deserto…”
Evani, como é prazeroso pra mim publicar Evani Rocha! Como certamente o é a leitura, por parte dos leitores do ROL!
O texto todo é uma pintura, e ter de destacar apenas partes, um sacrilégio. Contudo, cometo-o, assumindo a pena por isso, uma vez que nada destacar é um sacrilégio ainda maior:
“Permito-me escrever palavras soltas, versos sem rima, poema em prosa, carregados de metáforas. Eu também posso ser uma figura de linguagem, enquanto meus olhos falam e a boca se cala à espera da palavra”
“Permito-me pintar qualquer figura que brotar das minhas emoções embriagadas de silêncio, congeladas na noite do deserto…”
Caríssimo editor e amigo, Sérgio Diniz, mais uma vez não posso deixar de manifestar em palavras, apesar de ainda ser pouco, a minha imensa gratidão por sua apreciação e comentários, sempre generosos.
Gratíssima!