Arte/música – Virtuose da Ásia na Capital Federal
O Cazaquistão não é mais somente a República mais apreciada da antiga URSS por seu generoso desprendimento em renunciar ao seu gigantesco poder nuclear. Agora pode orgulhar-se, também, de ter entre seus nacionais uma artista que pode ombrear-se, e de fato se ombreia, às maiores e também aos melhores virtuoses de todos os tempos, na execução do violino, este instrumento mágico que como a Coca-Cola e o ácido acetil salicílico são absolutos “primus inter pares”. É difícil acreditar que para alguns iluminados o violino não tenha mistério, mas quem conheceu, ainda que por vias precárias, Paganini, Sarazate, Kreisler, Heifetz, Stern e raros outros iniciados, é possível sim crer que há como domar aquele instrumento, objeto de monumental contraste entre sua singela morfologia e seus ilimitados recursos, seu poder de sedução e sua potencialidade infinita. Essas qualidades puderam ser fartamente aferidas no dia 5, do corrente, quando a TV Senado brindou os seus telespectadores , no programa “Conversa de músico” com um recital, digno de um Domingo de Páscoa. Apresentou o Concerto para violino e orquestra em ré maior”, de Aram Khatchaturian, com a excelente virtuose Aiman Massakhayev, do Cazaquistão. O programa foi gravado no teatro Pedro Calmon, de Brasília, com a Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro, sob a regência do maestro português José Ferreira Lobo, especialmente convidado.. A Rússia é reconhecida universalmente, como a pátria de músicos exponenciais, assim os compositores como os intérpretes, sempre bafejados pelo sopro divino da arte em sua mais alta expressão. Pois Aiman Massakhayev que o vulgo ainda não conhecera, agora é conhecida como estrela de absoluta primeira grandeza no seleto firmamento não apenas da Comunidade dos Estados Independentes, mas em todos os quadrantes do globo. No concerto de Domingo de Páscoa, atacou a complicada obra de Khatchaturian com determinação de veterana, mostrando aquele sedutor atrevimento das mulheres russas, com agilidade digital e rigoroso senso de equilíbrio, num casamento de cordas e arco que atingiu a perfeição. O inspirado compositor armênio era e é temido por violinistas menos dotados artísticamente, pois suas obras, com raríssimas exceções são complicadas e de difícil execução. O emprego do violino em suas composições lembram as peças de Rimsky Korsakov, que apreciava criar climas sentimentais com longos solos daquele instrumento em suas obras. O programa em foco também focalizou, em sua primeira parte, obras de Glinka, mas deste falaremos oportunamente. |
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É fundador e um dos editores do Jornal Cultural ROL e do Internet Jornal. Foi presidente do IHGGI – Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Itapetininga por três anos. fundou o MIS – Museu da Imagem e do Som de Itapetininga, do qual é seu secretário até hoje, do INICS – Instituto Nossa Itapetininga Cidade Sustentável e do Instituto Julio Prestes. Atualmente é conselheiro da AIL – Academia Itapetiningana de Letras.