Jornalista, historiador e ensaísta uruguaio, autor da célebre obra ‘As veias abertas da América Latina’ morreu aos 74 anos.
Por Nosso Bem Estar
“Somos o que fazemos, mas somos, principalmente, o que fazemos para mudar o que somos”
Nascido na capital uruguaia no dia 3 de setembro de 1940, Eduardo Galeano começou muito jovem no jornalismo e nos mais variados gêneros literários como o ensaio, a poesia e a narrativa. Ensaísta, historiador e ficcionista, publicou mais de 30 livros, quase todos traduzidos no Brasil. Ele é autor da obra “As veias abertas da América Latina”, em que denunciou a opressão e amargura do continente e que foi traduzido para dezenas de idiomas.
Em sua cidade natal, foi chefe de redação do semanário “Marcha”, na década de 1960, e diretor do jornal “Época”. Aos 14 anos, Galeano já vendia suas primeiras charges políticas para jornais uruguaios como El Sol, do Partido Socialista.
Multipremiado, recebeu o prêmio Casa de Las Américas em 1975 e 1978, e o prêmio Aloa, promovido pelas casas editoras dinamarquesas, em 1993. A trilogia Memória do fogo foi premiada pelo Ministério da Cultura do Uruguai e recebeu o American Book Award (Washington University, EUA) em 1989. Em 1999, Galeano foi o primeiro autor homenageado com o prêmio à Liberdade Cultural, da Lannan Foundation (Novo México).
Abaixo selecionamos um belo trecho de uma de suas obras, que reflete parte do pensamento do escritor.
Objetos perdidos
O século XX, que nasceu anunciando paz e justiça, morreu banhado em sangue e deixou o mundo muito mais injusto que o que havia encontrado.
O século XXI, que também nasceu anunciando a paz e justiça, está seguindo os passos do século anterior.
Lá na minha infância, eu estava convencido de que tudo o que na terra se perdia ia parar na lua.
No entanto, os astronautas não encontraram sinhôs perigosos, nem promessas traídas, nem esperanças rotas.
Se não estão na lua, onde estão?
Será que na terra não se perderam?
Será que na terra se esconderam?
Livros Essenciais
As Veias Abertas da América Latina (1971)
Dias e Noites de Amor e Guerra (1975)
Memória do fogo (1982-1986)
Mulheres (1997)
Os filhos dos dias (2012)
Frases
A utopia está lá no horizonte. Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos. Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos. Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei. Para que serve a utopia? Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar.
O corpo não é uma máquina como nos diz a ciência. Nem uma culpa como nos fez crer a religião. O corpo é uma festa.
Somos o que fazemos, mas somos, principalmente, o que fazemos para mudar o que somos.
Quando as palavras não são tão dignas quanto o silêncio, é melhor calar e esperar.
Na luta do bem contra o mal, é sempre o povo que morre
A memória guardará o que valer a pena. A memória sabe de mim mais que eu; e ela não perde o que merece ser salvo
- Como o jornalista Helio Rubens vê as coisas - 9 de janeiro de 2024
- Como o jornalista Helio Rubens vê o mundo - 27 de dezembro de 2023
- Como o jornalista Helio Rubens vê o mundo - 22 de dezembro de 2023
É fundador e um dos editores do Jornal Cultural ROL e do Internet Jornal. Foi presidente do IHGGI – Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Itapetininga por três anos. fundou o MIS – Museu da Imagem e do Som de Itapetininga, do qual é seu secretário até hoje, do INICS – Instituto Nossa Itapetininga Cidade Sustentável e do Instituto Julio Prestes. Atualmente é conselheiro da AIL – Academia Itapetiningana de Letras.