“Com classes cheias de crianças e adolescentes no período da vida que mais precisam de atenção personalizada, reuni-los num único espaço, por horas, é tão contrário ao estímulo que se deve receber para estudar, quanto queimar livros para defender uma pretensa superioridade cultural.”

Ir à escola e estudar podem ser tão diferentes entre si, que um acaba por excluir o outro. Eu explico!
Com classes cheias de crianças e adolescentes no período da vida que mais precisam de atenção personalizada, reuni-los num único espaço, por horas, é tão contrário ao estímulo que se deve receber para estudar, quanto queimar livros para defender uma pretensa superioridade cultural. Eis, outra coisa que não existe!
É preciso defender a frequência à escola, mas por falar nela, com o costumeiro tumulto e dadas as condições precárias, a começar pela estrutura física de proteção e estética de apresentação, sem materiais e tecnologia, sem acesso aos ambientes que circundam o espaço e sem desafios, sobra a repetição daquilo que já se construiu e produziu. Nada de novo pode-se ter quando a ordem é repetir, copiar e pensar do jeito que se pensava quando se descobriu alguma coisa na História da Humanidade.
Apesar disso, existem pessoas que desafiam e inventam, criam e se sobressaem. Mas é claro! Sem essa gente, estaríamos repetindo os primeiros inventos de qualquer área com os mesmos pensamentos e leis determinando o que somos e do que gostamos, enfim, da vida que escolhemos em todos os seus aspectos, até nas cores das roupas e nas comidas consumidas.
O pior mesmo acontece quando o estudante, longe da escola, em período de férias, final de semana, feriado prolongado ou qualquer pausa social, decide: quero ficar longe dos livros! Nada escreve, nada lê e executa sua decisão de livrar-se do conhecimento, do diálogo, das descobertas e dos desafios, sejam para a mente, sejam para a convivência.
Quem não estuda fora da escola, também não estuda dentro dela.
Nem é preciso dizer que nossa espécie tem a especialidade de enganar. Aprendemos desde cedo e até a nós mesmos nos enganamos! “Pode deixar que eu estudo depois”. Quem fala assim, sabe que está mentindo.
É claro que o ideal é ir à escola e nela estudar, nela ler, escrever, desenhar, descobrir, propor ideias diferentes, enfrentar desafios para a convivência, pensar novas regras e novas descobertas. Escola deve ser sinônimo de aprender a estudar, encontrar caminhos novos para a escrita e para a leitura, para o cálculo e para os desenhos. Escola deve ser sinônimo de convivência melhor, nova sala, novas carteiras ou, sem elas. Em qualquer espaço pode-se fazer a escola que ensine a ser melhor por descobrir os segredos da língua materna, de outras línguas e da convivência em meio aos conflitos e discordâncias. Em tudo, a intolerância precisa ser reavaliada para que se descubra que a espécie humana não sobrevive sem a tolerância às diferenças numa convivência global.
E agora, saio para caminhar e vejo jovens tão distante de livros e cadernos, pelas ruas, como estão dentro da escola. Será que você, leitor, acredita que quem joga em qualquer canto as anotações, reconhece nelas algum valor?
Meu sonho de escola ainda é: que as famílias ofereçam ambientes de estudo, horários privilegiados de leitura e escrita, conversas sobre a Humanidade, sua vida, suas regras e suas escolhas. Enfim, afastando-se da televisão e do celular, vamos ouvir o que é que ele tem a nos dizer. Com a palavra, o estudante!
Como é que você estuda?
ÉLCIO MÁRIO PINTO
13/03/2018
- Colunistas - 22 de outubro de 2014
Natural de Sorocaba (SP), é escritor, poeta e Editor-Chefe do Jornal Cultural ROL. Acadêmico Benemérito e Efetivo da FEBACLA; membro fundador da Academia de Letras de São Pedro da Aldeia – ALSPA e do Núcleo Artístico e Literário de Luanda – Angola – NALA, e membro da Academia dos Intelectuais e Escritores do Brasil – AIEB. Autor de 8 livros. Jurado de concursos literários. Recebeu, dentre vários titulos: pelo Supremo Consistório Internacional dos Embaixadores da Paz, Embaixador da Paz e Medalha Guardião da Paz e da Justiça; pela Soberana Ordem da Coroa de Gotland, Cavaleiro Comendador; pela Real Ordem dos Cavaleiros Sarmathianos, Benfeitor das Ciências, Letras e Artes; pela FEBACLA: Medalha Notório Saber Cultural, Comenda Láurea Acadêmica Qualidade de Ouro; Comenda Baluarte da Literatura Nacional e Chanceler da Cultura Nacional; pelo Centro Sarmathiano de Altos Estudos Filosóficos e Históricos, Pesquisador em Artes e Literatura; Pela Academia de Letras de São Pedro da Aldeia, o Título Imortal Monumento Cultural e Título Honra Acadêmica, pela categoria Cultura Nacional e Belas Artes; Prêmio Cidadão de Ouro 2024, concedido por Laude Kämpos. Pelo Movimento Cultivista Brasileiro, o Prêmio Incentivador da Arte e da Cultura,

