“Maio é o mês Delas. Merecidamente. Não porque nos “deram a vida” (é uma visão utilitária demais para mim), mas porque aceitaram o desafio e a missão de amar o outro mais que a si próprias.”
Maio é o mês Delas. Merecidamente. Não porque nos ‘deram a vida’ (é uma visão utilitária demais para mim), mas porque aceitaram o desafio e a missão de amar o outro mais que a si próprias. Não que seja uma situação/fato unânime (há aquelas que abandonam, humilham e odeiam), porém, não é momento para julgamentos…
Mas não é sobre Elas que quero falar. Tenho certeza que muita coisa especial será escrita, falada e cantada para homenageá-las. E tudo de belo que for dito a seu respeito ratifico e peço permissão para apresentar à minha Mãe Nice. Ano passado, minha homenagem foi a ela.
Mas este ano sinto necessidade de homenageá-las de forma diferenciada: falando sobre nós, os Filhos e Filhas. Sim, porque somos nós os responsáveis pela existência da maternidade! Uma das poucas verdades inquestionáveis e absolutas.
Ser filho e ser filha é desafiador. Precisamos encontrar o nosso espaço na família e no mundo, antes mesmo de nos encontrar. Às vezes sentimos que fazemos parte daquele grupo tão complexo, que parece que ninguém tem nenhuma afinidade, às vezes nos sentimos tão integrados que ficamos até paralisados para tomar a decisão de fazer qualquer coisa que nos os envolva. É o que acontece com a família “estendida”, que envolve avós, primos, tios, sobrinhos e similares (opa!).
Mas ser filho e ser filha é muito mais difícil na família nuclear: nosso pai e nossa mãe (principalmente) têm projetos e expectativas para e sobre nós. Idealizaram como seríamos muito antes de nascermos. É possível que algumas decepções comecem cedo, logo após o primeiro olhar que recebemos (talvez não fôssemos tão bonitinhos como visualizaram em seus sonhos). Talvez a frustração aconteça com a forma em que nosso desenvolvimento ocorreu. Não somos perfeitos e nem os gênios que planejaram.
O tempo passa e continuamos com o rosário de frustrações: falamos palavrões e palavras duras, questionamos suas “verdades” e posturas, não obedecemos ordens e comandos. Ela chora. Em silêncio. Ou não!
Crescemos e fazemos escolhas que Ela desaprova. Ignoramos e continuamos em nosso mundo tão atraente e tão nosso que não comporta mais intromissão de “terceiros”.
Mas alguns de nós provaremos que Ela estava errada: que trilhamos nossos próprios caminhos e que nossas escolhas foram as adequadas e correspondem às nossas expectativas. Então, tudo se transforma…
Somos filhos e filhas bem sucedidos! Somos amorosos. Queremos colo e fazemos cafuné. Ouvimos suas canções e também a embalamos em nossos sonhos. Ouvimos seus desabafos sem julgamentos. Perdoamos suas falhas. Rimos dos seus defeitos. Brincamos como fazíamos na infância. Rimos alto e sem medo.
Sim, ser filho e ser é desafiador! Exige comprometimento com a história, com a genética e com o futuro.
Sonhar com o diferente não é desobediência, MÃE: é resultado do Amor que ensina que temos que transcender o óbvio, que nossa missão cósmica é transpor limites e regras, para que o novo se faça em nós e através de nós…
Perdoe-nos pela falta de tato e de jeito, releve nossas rebeldias tão necessárias. Permita-nos que sejamos filhos e filhas questionadores e autônomos e que saibamos compartilhar nossas diferenças com respeito e com ternura.
Não é preciso ser mãe para conhecer a dimensão incomensurável do Amor. Basta amar. Amar-se. Amá-la! Meu amor não pode ser desqualificado porque não tenho filhos, afinal, sou especialista no assunto: sou FILHA! Conheço os sabores e dissabores da maternidade a partir da minha condição.
É como diz a canção do Ira!: “se meu filho nem nasceu, eu ainda sou um filho”… Então, que assim seja, sem culpas, sem remorsos, com vínculos e com amorosidade. Viva a maternidade. Viva a “filharidade” (tão minha, tão eu…)!
Adriana Rocha – adriana@lexmediare.com.br
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Natural de Sorocaba (SP), é escritor, poeta, revisor de livros e Editor-Chefe do Jornal Cultural ROL. Acadêmico Benemérito e Efetivo da FEBACLA; membro fundador da Academia de Letras de São Pedro da Aldeia – ALSPA e do Núcleo Artístico e Literário de Luanda – Angola e membro da Academia dos Intelectuais e Escritores do Brasil – AIEB. Autor de 8 livros. Jurado de concursos literários. Recebeu, dentre várias honrarias: pelo Supremo Consistório Internacional dos Embaixadores da Paz, o título Embaixador da Paz e Medalha Guardião da Paz e da Justiça; pela Augustíssima e Soberana Casa Real e Imperial dos Godos de Oriente o título de Conde; pela Soberana Ordem da Coroa de Gotland, o título de Cavaleiro Comendador; pela Real Ordem dos Cavaleiros Sarmathianos, o título de Benfeitor das Ciências, Letras e Artes; pela FEBACLA: Medalha Notório Saber Cultural, Comenda Láurea Acadêmica Qualidade de Ouro, Comenda Ativista da Cultura Nacional; Comenda Baluarte da Literatura Nacional e Chanceler da Cultura Nacional; pelo Centro Sarmathiano de Altos Estudos Filosóficos e Históricos os títulos de Doutor Honoris Causa em Literatura, Ciências Sociais e Comunicação Social. Prêmio Cidadão de Ouro 2024