“…em 30 de abril de 1854, oficialmente tem início a Revolução Industrial no Brasil…”
Foi sem querer, mas deu certo… ou quase…
Tudo começou com Aves Branco, em 12 de agosto de 1844…
Ao aumentar a tarifa de importação, de 30% a 60% para alguns produtos, fez com a Inglaterra (a nação “amiga da onça”), o que Trump vai fazer com o Brasil (só que dá pena de nós…).
Era isto que Irineu Evangelhista de Souza – o empresário do Império – esperava para começar sua Odisséia (por favor, NUNCA o comparem com Ike Batista), e que teve muitos percalços e tantos desenganos (dá música heim !), para enfim dar a luz à primeira locomotiva do Brasil!
Assim, em 30 de abril de 1854, oficialmente tem início a Revolução Industrial no Brasil. Tudo a partir dos trilhos que se iniciavam no antigo Porto de Estrela, e percorrendo aproximadamente 14,5km, em um tempo recorde de 20 minutos, alcançava o vilarejo de Fragoso.
Foi um “bate-volta”, retornando ao ponto de partida onde se serviu belíssimo almoço. D. Pedro II (que detestava Irineu…) mantendo a mediocridade de plantão de nossos líderes, proferiu exatamente as seguintes palavras:
“Os diretores da Imperial Companhia de Navegação a Vapor e Estrada de Ferro de Petrópolis podem ficar certos de que por igual compartilho o seu regozijo na estréia de uma empresa que tem de animar tão grandemente o comércio, as artes e a indústria deste Império”. E só !
O trem receberia o nome de “Baronesa”, Irineu o título de “Barão de Mauá”, o lombo animal vagarosamente iria ser substituído pelo transporte ferroviário (podemos considerar o ano de 1875 como o marco simbólico da decadência do transporte feito por muares, em virtude da inauguração da E.F. Sorocabana que deu fim à “Feira de Sorocaba”), para um dia tudo ser esquecido e o transporte rodoviário engolir e sufocar para sempre as ferrovias (ou alguém acredita na volta?).
Sobraram para nós as tristes imagens que hoje entristecem aos amantes de história e da memória do Brasil; e engraçado, não por acaso, quase todas as nações mais industrializadas tem nas ferrovias uma espinha dorsal no transporte de cargas e pessoas.
Aqui não, pois o Brasil e seus espertos políticos dos “cinquenta anos em cinco” ou, do “ame-o ou deixe-o”, ou ainda, do “nunca antes neste país” continuem a apostar e a afundar nossas esperanças nas rodovias, enchendo de automóveis nossas ruas e de muito dinheiro, sempre bem lavado seus bolsos, em tantos escândalos que alguns ainda insistem em dizer que não existiram (ou não sabiam)…
Porém, nada disso importa, pois em 14 de junho começa a Copa do Mundo, sem hospitais ou escolas (teve um bobo que falou isto, lembram-se !), porque o que importa é a bola,… pão e circo… isso não falha nunca…
Eduardo César Werneck – drwerneck@uol.com.br
O respeito que temos com nossa memória, pois aqui nasceu a ferrovia do Brasil
E pensar que por estes trilhos passaram D. Pedro II, Mauá, e tanta gente…
A estação parece preservada… parece… havia até uma placa alusiva… havia…
Inacreditável! A mesma estação quando funcionava!
Irineu Evangelhista de Souza – o maior empresário do Império – deu o azar de nascer em um país onde é pecado ganhar dinheiro. Estranhamente até hoje é tratado com reservas.
- Vernissage de exposição artística - 20 de novembro de 2024
- Renascimento verde - 18 de novembro de 2024
- Mário Mattos, 100 anos de puro talento - 11 de novembro de 2024
Natural de Sorocaba (SP), é escritor, poeta, revisor de livros e Editor-Chefe do Jornal Cultural ROL. Acadêmico Benemérito e Efetivo da FEBACLA; membro fundador da Academia de Letras de São Pedro da Aldeia – ALSPA e do Núcleo Artístico e Literário de Luanda – Angola e membro da Academia dos Intelectuais e Escritores do Brasil – AIEB. Autor de 8 livros. Jurado de concursos literários. Recebeu, dentre várias honrarias: pelo Supremo Consistório Internacional dos Embaixadores da Paz, o título Embaixador da Paz e Medalha Guardião da Paz e da Justiça; pela Augustíssima e Soberana Casa Real e Imperial dos Godos de Oriente o título de Conde; pela Soberana Ordem da Coroa de Gotland, o título de Cavaleiro Comendador; pela Real Ordem dos Cavaleiros Sarmathianos, o título de Benfeitor das Ciências, Letras e Artes; pela FEBACLA: Medalha Notório Saber Cultural, Comenda Láurea Acadêmica Qualidade de Ouro, Comenda Ativista da Cultura Nacional; Comenda Baluarte da Literatura Nacional e Chanceler da Cultura Nacional; pelo Centro Sarmathiano de Altos Estudos Filosóficos e Históricos os títulos de Doutor Honoris Causa em Literatura, Ciências Sociais e Comunicação Social. Prêmio Cidadão de Ouro 2024