Elsa de Arruda Miranda
Impossível não se lembrar com muito carinho dela, minha mãe Elsa. Itapetiningana nascida em Avaré (veio para Itapetininga com apenas alguns dias de vida), era uma esposa e mãe formidáveis. Daquele tipo que se dedicava sobremaneira aos cinco filhos que criou com muita dedicação e com base na edução e no amor. Professora à antiga, lembro dela contar que quando moça tinha que sair de Itapetininga para dar aula em lugares longínquos, como na zona rural de Torre de Pedra. Ia de trole e sofria um bocado para cumprir com sua missão tão nobre quanto a de ensinar as crianças e adultos a aprenderem a ler.
“Uma certa vez”, contava ela “fui de trole até uma fazenda na área rural de Torre de Pedra e, como era muito longe de Itapetininga e o tempo estava ruim, tive dormir lá, numa casinha que mais era um barraco, mas era limpa e bem cuidada¨. Muito medrosa, dormiu pouco e levantou bem cedinho. Foi quando ouviu um barulho e procurou saber o que era. Deu de cara com uma enorme cobra que ‘morava’ em baixo da cama onde ela dormiu… Arrepiava-se toda quando contava essa história, lembrando do medo que passou. Assim como também se emocionava muito quando descrevia uma cena que, para ela, “foi o momento mais importante da minha infância”.
Mamãe Elsa devia ter lá seus dez anos de idade, quando participou de uma cerimônia oficial realizada em frente ‘as escolas’ (para quem não é de Itapetininga, esse local, até hoje assim chamado, é a avenida em frente às tradicionais escolas da cidade, tendo ao centro o Instituto Peixoto Gomide), onde a principal personagem presente era o itapetiningano Julio Prestes de Albuquerque, que posteriormente veio a ser Presidente (governador) do Estado de São Paulo e presidente eleito da República do Brasil. Em certo momento dessa cerimônia oficial, para surpresa e enorme alegria da minha mãe, uma criança – ela! – foi escolhida para entregar um ramalhete de flores para Julio Prestes, missão essa que ela cumpriu com galhardia, muito orgulho e prazer: “Foi o momento mais feliz da minha vida até então”, dizia ela, ainda emocionada, dizendo que Julio Prestes agradeceu as flores, abraçou-a e a beijou…
São muitas as lembranças que tenho de minha queridíssima e amada mãe Elsa de Arruda e Miranda. E ainda que lembre dela todos os dias, citando frases e comportamentos dela, é natural que no ‘Dia das Mães’ essas lembranças sejam ainda mais fortes. Mamãe Elsa, eu adoro
Mas a vida me premiou com uma segunda e terceira mães. Minha irmã mais velha, Sonia Marly de Arruda e Miranda é uma delas. Sempre foi minha mãezona e ainda hoje se preocupa comigo e com minha saúde e meu bem estar. Mora em São Paulo com a filha e o genro, mas sempre está ligada a mim, pelo telefone ou pelas redes sociais. Sonia Marly foi e ainda é, para meu orgulho, minha segunda mãe. Mamãe Sonia Marly, eu adoro você!
Minha terceira mãe é a Ana Elisa Bloes Meirelles, minha mulher, meu amor, minha paixão. Casados há poucos anos mas juntos há mais de doze anos, ela cuida de mim como se filho dela fosse. Lembra da hora de tomar meus remédios, prepara a comida que eu gosto, me acompanha nos programas externos, cuida da casa onde moramos e me apoia em tudo que eu faço, inclusive nas brigas que eventualmente surgem na minha vida e principalmente nas emoções dos bons momentos. Minha mãe querida Ana Elisa, eu adoro você!
Às minhas mães Elsa, Sonia Marly e Ana Elisa, os meus mais sinceros agradecimentos por serem tão importantes na minha vida!
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É fundador e um dos editores do Jornal Cultural ROL e do Internet Jornal. Foi presidente do IHGGI – Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Itapetininga por três anos. fundou o MIS – Museu da Imagem e do Som de Itapetininga, do qual é seu secretário até hoje, do INICS – Instituto Nossa Itapetininga Cidade Sustentável e do Instituto Julio Prestes. Atualmente é conselheiro da AIL – Academia Itapetiningana de Letras.